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Segunda-feira, 14 de fevereiro


Baji me ligou, dizendo para vim até a sua casa. Quando eu e Mikey saímos da escola e viemos para cá, todos já estavam aqui. 

— Não precisamos forçar muito, só colocamos um pouco de pressão. — Falei dando um gole no refrigerante. 

— Eles já estão com medo — Mikey concordou. — Só precisamos apertar o cerco nas pessoas certas. Eventualmente, quem estiver envolvido vai acabar cometendo um erro.

Eu assenti, sabendo que ele tinha razão. A estratégia era não agir com pressa, mas com precisão. Quanto mais pressão colocássemos, mais cedo alguém revelaria algo útil.

— Espera aí — Takemichi falou, fazendo todos nós nos virarmos para ele. — Se as pessoas erradas forem parte da Moebius, eles saberiam, não é?

— Só se mentiram. — Chifuyu deu de ombros.

— Não, dava para sentir o medo deles, especialmente depois do olhar do Mikey. Além disso, somos da mesma escola. Então, duvido que mentiriam. — falei, suspirando.

— Eles são novatos, não conhecem todos da nossa gangue. Então, as pessoas erradas estão na Toman? — Mitsuya perguntou, sentando-se no sofá.

— Ou não pertencem a nenhuma das duas gangues. — Baji completou.

— E qual seria o motivo de pessoas de fora quererem prejudicar a Harumaki para atingir a gente? — Smiley perguntou, tentando entender as motivações por trás disso tudo.

— Alguém que já teve relação com a gente. — Angry falou — Ou especifico com algum de vocês.

Escutamos o barulho da chave girando na fechadura e, em seguida, a maçaneta sendo girada lentamente. Todos na sala pararam de falar imediatamente, a tensão no ar ficou palpável. Ninguém sabia ao certo quem estava do outro lado da porta.

A porta se abriu, era a senhora Baji e o senhor Yuto. Estávamos paranoicos. Ela entrou na sala carregando algumas sacolas de compras.

— Vocês estão muito quietos aqui... — comentou ela com um leve sorriso.

— Ah, oi mãe — Baji respondeu rapidamente, tentando disfarçar o clima pesado. — Estamos discutindo uns assuntos da escola, nada de mais. 

Olhamos todos para o Yuto, ele sorriu já entendendo o que queríamos saber. 

— Acho que querem saber como está a amiga de vocês, não é?

— Sim — Falei quase imediatamente, os outros chegaram mais para frente no sofá.

O homem puxou uma cadeira e se sentou de frente para todos nós. Ele tirou a bolsa do ombro, colocou-a no colo e começou a retirar algumas pastas de dentro. Não desviávamos o olhar, sequer piscávamos.

— Existe uma lei que protege a privacidade e a confidencialidade das informações médicas dos pacientes, o que me obriga a manter sigilo sobre a saúde deles.

Todos suspiramos de frustração, trocando olhares mistos de expectativa e desapontamento.

— Mas... — Continuou, levantando uma sobrancelha com um sorriso leve, percebendo nossa frustração. — Esse sigilo pode ser quebrado facilmente com o consentimento do paciente. — Ele sorriu. — Ela pediu para que eu mantivesse todos vocês atualizados sobre absolutamente tudo. Então, no fim de cada dia, virei aqui para dar novas informações sobre ela.

A tensão na sala se dissipou instantaneamente, substituída por um alívio palpável. Cada um de nós, em particular Baji, demonstrou uma expressão de gratidão e esperança.

Tudo O Que Eu Queria · Ken RyugujiOnde histórias criam vida. Descubra agora