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Quarta-feira, 16 de fevereiro


— Da última vez que nos reunimos, apesar daquela vantagem avassaladora, todos vocês se esforçaram ao máximo. O atual líder da Moebius, Shuji Hanma, veio dar a vocês seus cumprimentos. — Mikey disse, olhando para todos de cima da escada.

— Eu sou Shuji Hanma, da Moebius. Nós decidimos nos render à Toman. Por muito tempo, a Moebius não teve um comandante, e agora que perdemos essa batalha, a Moebius vai se afiliar à Gangue Manji de Tokyo.

Dava para ouvir os burburinhos dos membros lá embaixo: "até onde a gente vai crescer?", "isso é foda demais", "agora não vai ter pra ninguém", "Toman! Toman! Toman!". Eles mal sabiam que a sujeira era enorme.

 — Dessa vez, teve um cara que fez a união entre mim e o Mikey. Tetta Kisaki. — Hanma completou.

Mikey estreitou os olhos, observando cada reação entre os membros lá embaixo. O entusiasmo deles era inegável, mas o peso da situação também estava evidente para nós que sabemos o que tava rolando.

— Kisaki, huh? — Baji murmurou, cruzando os braços, a expressão fechada enquanto observava Hanma. — Eu não confio nele.

— Nem eu. — respondi, ainda de braços cruzados, olhando fixamente para Hanma e Kisaki. — Algo nessa história cheira mal.

Kisaki, no entanto, manteve-se com a mesma expressão calma e controlada, seus óculos refletindo a luz enquanto ele observava tudo ao seu redor, como se já esperasse a desconfiança. Hanma, ao seu lado, parecia relaxado demais para alguém que tinha acabado de "se render".

— Acabamos por aqui. — Mikey disse. 

Hanma, que havia terminado seu discurso, desceu as escadas com um sorriso satisfeito no rosto. Kisaki o seguiu de perto, mas antes descer todos os degraus, ele parou por um breve momento, se virou lançando um olhar enigmático na direção de Mikey.

— Espero não decepcionar vocês. — Ele disse com uma calma quase perturbadora.

Mikey não respondeu, apenas o observou em silêncio até que Kisaki e Hanma saíssem.

— Se vocês não confiam, então estejam prontos para o que vier. — Mikey disse de repente, virando-se para nós. — Mas, por enquanto, vamos deixar Kisaki agir. Vamos ver o que ele pretende com essa jogada.

Takemichi, Angry, Smiley, Mitsuya e Chifuyu subiram as escadas.

— Mikey, você está realmente pensando em deixar o Kisaki...? — Takemichi perguntou, a tensão em sua voz evidente.

Mikey suspirou, colocando as mãos nos bolsos.

— Às vezes, para manter o controle, você precisa deixar o inimigo mais perto.

Takemichi olhou para Mikey com uma expressão incrédula, mas antes que pudesse protestar, eu impedi.

— Mikey está certo, Takemichi. — Ele disse, sua voz firme. — Kisaki é perigoso, mas é mais fácil prever os movimentos dele quando está por perto. Se o afastarmos agora, ele pode agir nas sombras, e aí será tarde demais.

Baji bufou, ainda descontente.

— Eu entendo a lógica, mas isso não significa que temos que confiar nele. 

Mitsuya assentiu.

— Ninguém aqui confia no Kisaki, mas se ele está jogando algum jogo, vamos descobrir logo. E quando descobrirmos, estaremos prontos.

— Isso é um erro, Mikey. Kisaki vai tentar derrubar todos nós.

Mikey olhou para Takemichi, seus olhos frios e calculistas.

Tudo O Que Eu Queria · Ken RyugujiOnde histórias criam vida. Descubra agora