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Sábado, 07 de março


Eu tentei resistir, mas acabei indo para a casa dela mais cedo do que o planejado. Quando a deixamos em casa ontem à noite, ajudamos a limpar tudo: tiramos a poeira, rearrumamos os móveis e organizamos os livros. E quando acordei hoje, senti que o tempo não havia sido suficiente; eu precisava estar ao lado dela.

Cheguei à casa e toquei a campainha, rezando para não ter a acordado.

Após alguns momentos, a porta se abriu lentamente. Harumaki apareceu, ainda com um olhar sonolento, mas com um sorriso ao me ver.

— Draco? — Ela perguntou, surpresa. — O que você está fazendo aqui tão cedo?

— Desculpe, eu te acordei? Eu... não consegui esperar para te ver. — Respondi, tentando manter a voz tranquila. — Pensei que poderia te ajudar com algo ou simplesmente ficar um tempo com você.

Maki deu um passo para o lado, convidando-me a entrar.

— Você não precisa ficar aqui se não quiser, mas... eu adoraria a companhia. — Ela disse, com um sorriso tímido.

Entrei e percebi que a casa estava um pouco mais arrumada do que antes. Havia um ambiente acolhedor e confortável, e a luz suave da manhã filtrava-se pelas janelas.

— Agradeço por ter vindo. — Harumaki murmurou, conduzindo-me para a sala de estar. — Vamos tomar um café?

— Com certeza. — Eu disse, aliviado por poder estar perto dela.

Enquanto ela preparava o café, começamos a conversar sobre tudo, até sobre a formiga que passava pela bancada. A conversa flui naturalmente, e eu me senti mais relaxado à medida que o tempo passava.

— É bom ver você se adaptando tão bem. — Comentei, observando-a enquanto ela servia o chá. — Parece que a casa está ganhando vida novamente.

— Sim, é um alívio ter tudo em ordem. — Ela respondeu, sorrindo. — E, honestamente, sua presença aqui hoje faz tudo parecer ainda melhor.

O café estava ótimo, e nós conversamos sobre os planos futuros e como ela estava se sentindo. A manhã avançou de forma tranquila, e eu soube que havia tomado a decisão certa ao vir.

Cada momento ao lado da Maki parecia uma pequena vitória, e eu estava grato por ter a oportunidade de estar ali para ela.

— Não sei se é o momento certo para falar isso, mas estava com medo de as coisas ficarem estranhas entre nós... — ela disse, sentando ao meu lado no sofá e virando-se para mim.

Ela me olhava de uma maneira que sempre fazia meu coração bater mais rápido, como se eu fosse a única pessoa no mundo, e só dela sorrir para mim, eu me sentia especial.

— Por quê? — perguntei, confuso.

— Ah... depois da carta, sabe, eu não queria te pressionar.

A carta, na qual ela havia expressado seus sentimentos por mim e disse que eu poderia me afastar, que não queria ser um fardo para mim.

Eu me lembrei da carta, cada palavra gravada na minha mente, e senti meu peito apertar.

— Você nunca foi um fardo pra mim, Maki. — respondi, tentando manter minha voz firme, embora meu coração estivesse acelerado. — Eu só... queria te dar espaço pra processar tudo. Não queria te sobrecarregar.

Ela abaixou o olhar por um segundo, como se estivesse reunindo coragem para continuar. Então, respirou fundo e voltou a me encarar.

— Eu pensei que, talvez, meus sentimentos tornassem as coisas mais complicadas. — Ela sorriu, um sorriso tímido, quase hesitante. — Mas, depois de tudo que passamos, acho que não poderia esconder isso de você... e não acho que deveria.

Tudo O Que Eu Queria · Ken RyugujiOnde histórias criam vida. Descubra agora