Quando cheguei a cozinha com a bandeja que Billie havia levado para meu quarto, encontro a mulher organizando alguns documentos e catalogando algumas coisas em seu notebook.

-- oi princesa, comeu tudo? Estava bom?-- Ela pergunta ao notar minha  presença.

-- Quase tudo. Estava maravilhoso Bill -- Digo e ela sorri de lado.

-- Posso... Posso perguntar uma coisa?-- pergunta hesitante e eu concordo minimamente -- Você esta de quantas semanas?

-- Eu escutei por alto, estava muito abalada no momento. Mas me recordo da medica dizendo que era cerca de 13 semanas -- Respondo e ela concorda

-- Três meses e uma semana então... -- Bill fala após contar nos dedos

Billie assentiu, absorvendo a informação com uma expressão pensativa. Ela parecia estar processando a ideia de que, em pouco mais de seis meses, nossa vida mudaria completamente.

-- Três meses e uma semana... -- repetiu baixinho, como se tentar internalizar aquilo fosse uma tarefa difícil.

Eu a observei em silêncio, vendo as emoções passarem por seu rosto – o choque inicial, a preocupação e, por fim, uma faísca de algo mais suave, como esperança.

-- Parece que... nossa vida vai mudar muito mais rápido do que imaginávamos. -- Ela finalmente disse, olhando para mim com um meio sorriso, mas havia algo nos olhos dela, um medo sutil.

-- Sim... e eu ainda estou tentando lidar com tudo isso. -- Respondi honestamente, sentindo o peso dessa nova realidade.

Billie suspirou e, por um momento, ela parecia mais vulnerável do que nunca.

-- Nós vamos dar um jeito nisso, S/n... eu prometo. Eu quero estar aqui para você e... para o bebê. -- Sua voz falhou um pouco no final, mas havia sinceridade em cada palavra.

-- Você ja marcou as consultas necessárias? Eu não sei extremamente quais são. Mas tem aquela que tira foto de dentro da sua barriga -- Ela diz e eu dou risada negando com a cabeça

-- Ainda não marquei, mas vou fazer isso logo. E sim, a “foto de dentro da barriga” se chama ultrassom, Bill -- digo rindo suavemente.

Billie revira os olhos, com um sorriso divertido no rosto.

-- Bom, você entendeu o que eu quis dizer. Quero ir com você em todas, tá? -- Ela diz, cruzando os braços, como se estivesse se impondo.

Eu a encarei por um momento, notando o quanto ela estava tentando ser presente, mesmo com todas as incertezas. Havia um brilho genuíno em seus olhos, um desejo de estar envolvida.

-- Claro, vamos fazer isso juntas -- digo, suavemente, e a vejo relaxar.

Ela sorri, parecendo aliviada.

-- Então, ultrassom... e depois podemos ir tomar sorvete para comemorar. O que acha? -- Billie sugere, tentando aliviar o clima.

-- Me parece perfeito -- Respondo e ela sorri

-- Eu sempre quis um bebê... Um bebê meu sabe? Eu achava que era impossível, porque diziam que as chances eram quase inexistentes. Não que a adoção não estivesse em meus planos. Provavelmente eu adoraria uma criança. Mas eu sempre quis acompanhar um bebê desde o primeiro momento... -- Ela diz com os olhinhos marejados -- Desculpa... Eu so... Droga -- Sua voz estava tremula e emocinada

Eu me aproximei de Billie, deixando a bandeja de lado, e segurei suas mãos.

-- Não precisa se desculpar, Bill. Eu entendo -- disse suavemente, enquanto ela lutava para conter as lágrimas.

Boss (Billie/You)GpOnde histórias criam vida. Descubra agora