Boss (Billie/You)Gp

8

Decido apenas relaxar hoje, então tomo um bom banho e me dirijo para a sala, para assistir a um filme. A tranquilidade do momento é interrompida quando, de repente, um gato pula pela janela, usando a escada de incêndio como apoio, e começa a caminhar livremente pelo meu apartamento.

Olho para o gato, surpresa, tentando entender de onde ele veio. Ele é um gato de pelo curto, cinza, com olhos verdes brilhantes, e parece completamente à vontade, como se fosse o dono do lugar.

-- Oi, gatinho -- digo suavemente, tentando não assustá-lo. -- De onde você veio?

Ele me olha com curiosidade, mas não parece intimidado. Em vez disso, começa a explorar o apartamento, farejando os móveis e se esfregando nas pernas da mesa.

-- Você deve ser de algum vizinho -- murmuro para mim mesma, me levantando devagar para não assustá-lo.

O gato, percebendo minha movimentação, se aproxima de mim e começa a esfregar-se nas minhas pernas, ronronando alto.

-- Você é um bichinho atrevido, hein? -- digo, rindo. -- Vamos ver se você tem uma coleira ou algo que indique quem é seu dono.

Aproximo-me dele e, com cuidado, verifico seu pescoço. Não há coleira, o que complica um pouco a situação.

-- Bem, parece que vou ter que descobrir de onde você veio amanhã. Por enquanto, acho que você pode ficar aqui, mas nada de causar confusão, ok?

O gato me olha, aparentemente entendendo, e depois pula para o sofá, enrolando-se em uma bolinha e começando a dormir.

Suspiro e me sento ao lado dele, ligando a TV para finalmente assistir ao meu filme. O dia tinha sido longo e cheio de surpresas, mas pelo menos agora tenho uma companhia inesperada para a noite.

(...)

-- Bom dia, flor do dia -- Billie fala assim que entro na sala.

-- Bom dia, Bibill -- respondo, e ela se aproxima beijando o canto dos meus lábios.

-- Que carinha cansada é essa? -- pergunta curiosa.

-- Um gato invadiu meu apartamento ontem, ele ficou miando na porta do meu quarto, e quando deixei ele entrar, tivemos que disputar pelo espaço na cama. Acabou que ele ganhou e ficou com o maior espaço -- explico, e ela ri.

-- Acho que ele te adotou e deixou que você morasse em sua própria residência -- comenta risonha.

-- Parece que sim. Se ele aparecer de novo hoje, acho que vou ter que arrumar um nome para ele -- digo, revirando os olhos, mas não conseguindo esconder um pequeno sorriso.

Billie sorri de volta, divertida.

-- Talvez devêssemos pensar em um nome juntos. Quem sabe um nome sofisticado para combinar com o seu novo companheiro felino?

-- Só se ele realmente voltar hoje. Não quero dar nome a um gato que pode desaparecer a qualquer momento -- respondo, tentando parecer mais prática do que preocupada.

-- Justo. Mas, se precisar de ajuda, estou à disposição -- diz Billie, voltando ao seu tom profissional.

Sorrio, grata pelo momento de leveza antes de começarmos mais um dia cheio de trabalho e, possivelmente, mais encenações.

-- O que acha da ideia de sermos pegas aos beijos? Tipo, não agora... Quando estiver um pouco mais sólido, acho que depois do jantar no sábado, ou algo assim -- Billie pergunta repentinamente.

Fico um pouco surpresa com a sugestão, mas logo começo a considerar a ideia.

-- Pode ser uma boa estratégia para reforçar nossa história -- digo, pensativa. -- Quanto mais natural parecer, mais fácil será para todos acreditarem.

Billie assente, concordando.

-- Exatamente. Precisamos fazer isso de forma gradual para que ninguém suspeite. Vamos nos preparar para o jantar no sábado e, quando estivermos prontos, podemos ser "pegas" em um momento íntimo.

-- Certo, mas precisamos planejar bem. Não quero que pareça forçado -- respondo, anotando mentalmente os detalhes.

-- Combinado. Vamos fazer isso de forma natural, como se fosse um passo a mais no nosso relacionamento -- Billie diz, com um olhar decidido.

-- Vamos fazer isso direito -- digo, com um sorriso. -- E sobre o jantar de sábado, onde você estava pensando em ir?

-- Conheço um restaurante discreto, mas elegante. Acho que vai ser o lugar perfeito -- Billie sugere.

-- Perfeito. Vamos fazer isso funcionar -- digo, sentindo um misto de nervosismo e determinação.

Billie sorri de volta, e por um momento, sinto que estamos realmente trabalhando juntas para algo importante. Enquanto continuamos nossos planos, a proximidade entre nós parece se fortalecer, mesmo que ainda seja um pouco desconfortável.

Eu estava indo pegar alguns relatórios com Camila, quando encontro Clara conversando com Elena.

-- estou te dizendo, elas duas estão tendo algo... Billie esta muito proxima dela -- Clara diz baixo, como se não quisesse que ninguém além de Elena escutasse

-- Clara, pelo amor de Deus. Acha mesmo que alguém como S/n iria se apaixonar por Billie? A diaba é insuportável -- Elena responde simplesmente.

Eu tento passar sem chamar atenção, mas Clara me vê.

-- Ah, S/n! -- Clara chama, me fazendo parar. -- Justamente estava falando de você.

-- Mesmo? Sobre o que? -- pergunto, tentando parecer desinteressada enquanto me aproximo.

-- Só comentando como você e Billie parecem mais próximas ultimamente -- Clara responde com um sorriso malicioso.

-- É, vi vocês juntas outro dia -- Elena acrescenta, com um olhar desconfiado.

Respiro fundo, mantendo a calma.

-- Estamos tentando manter um bom ambiente de trabalho. É importante para a produtividade -- digo, tentando parecer casual. -- Agora, se me dão licença, preciso pegar alguns relatórios com Camila.

As duas trocam olhares, mas não dizem mais nada. Continuo meu caminho até a mesa de Camila, tentando ignorar a sensação desconfortável de ser observada e julgada. Ao chegar, Camila me entrega os relatórios e percebo que ela notou a tensão.

-- Algum problema? -- ela pergunta, levantando uma sobrancelha.

-- Clara e Elena estavam fofocando sobre mim e Billie. Clara tem certeza de que estamos tendo um caso -- respondo, revirando os olhos.

Camila ri.

-- Bem, era esperado que as pessoas começassem a especular. Só não deixe isso te afetar.

-- Vou tentar -- digo, pegando os relatórios. -- Obrigada, Camila.

Volto para minha mesa, tentando me concentrar no trabalho, mas a conversa que ouvi continua a martelar em minha cabeça. Billie chega logo depois e percebe meu estado de espírito.

-- Tudo bem? -- ela pergunta, preocupada.

-- Só... lidando com as fofocas -- respondo, suspirando. -- Clara e Elena estavam falando sobre nós.

-- Ignore-as. As pessoas sempre vão falar. Vamos focar no nosso plano -- Billie diz, colocando uma mão reconfortante no meu ombro.

Concordo, tentando me acalmar. Precisamos manter o foco no objetivo maior e não deixar que os comentários maldosos nos desviem do caminho.