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Nós passamos em casa apenas para guardar as compras e colocar uma roupinha mais confortável em Lea. Eu peguei algumas garrafas de agua, e as frutinhas de minha pequenina. Também peguei uma manta para colocarmos no chão.

Ao chegar no parque, percebi que Billie havia preparado uma cesta de piquenique. Eu dei risada, colocando minha pequenina no chão. Nós arrumamos tudo e não demorou para Lea pegar sua bola e correr para perto de um grupo de crianças um pouco mais velhas.

Lea, com toda sua energia, corre em direção ao grupo de crianças, segurando sua bola com as mãozinhas pequenas. Eu a observo de longe, sorrindo ao ver como ela interage com as outras crianças, sempre tão curiosa e amigável. Billie senta ao meu lado, ajeitando a manta no chão, enquanto eu distribuo as frutas e as garrafas de água que trouxemos.

-- Você realmente pensou em tudo, né? -- comento, olhando para a cesta de piquenique preparada por Billie.

-- Tentei — ela responde com um sorriso orgulhoso. — Pensei que seria bom termos um momento só nosso.

Eu aceno, apreciando o esforço dela. Olho mais uma vez para Lea, que agora tenta, de forma desajeitada, chutar a bola para as crianças mais velhas, que gentilmente devolvem para ela. Ver minha filha se divertir assim, com sua inocência e alegria, aquece meu coração.

-- Eu amo esses momentos simples, sabe? -- digo, descansando a cabeça no ombro de Billie. -- É tudo tão... perfeito.

-- Eu também amo -- Billie concorda, beijando o topo da minha cabeça suavemente. -- São nesses momentos que a vida parece fazer sentido.

Aos poucos, o grupo de crianças vai ajustando a brincadeira para incluir Lea de uma maneira que ela também possa participar. As crianças mais velhas passam a chutar a bola mais devagar, dando tempo para que Lea a alcance e devolva, enquanto ri e corre com suas perninhas rápidas. É lindo ver como a interação entre elas flui de forma natural, com todos respeitando o ritmo da minha pequena.

Eu observo a cena com um sorriso no rosto, e Billie também parece encantada, os olhos fixos em nossa filha.

-- Ela está crescendo tão rápido... -- comento, ainda absorta na alegria que emana de Lea.

-- Nem me fale... Parece que foi ontem que ela cabia nos meus braços. Agora está aí, correndo, fazendo amizades -- Billie responde, também nostálgica.

Eu respiro fundo, absorvendo o momento e a paz que ele traz. É nesses pequenos instantes, nas risadas de Lea e na cumplicidade de Billie ao meu lado, que percebo o quão abençoada nossa família é.

Após um tempinho, Lea se aproxima, segurando na mão de um garoto de aproximadamente cinco anos.

-- Mamãe, ele fazeu dodoi -- Ela diz preocupada, vindo ate mim -- Ele cholou, da pepeta pla ele e poim desivinho do gatinho no dodoi...

-- Eu n-nao chupo chupeta -- O garotinho fala e eu riu fraco concordando.

-- Vamos por um curativo de gatinho, logo você estara curado. Pode ser? E nada de chupeta então -- Digo e ele concorda com a cabeça -- Um curativo de gatinho vai ajudar, e você vai ficar bom rapidinho! -- digo, tentando trazer um sorriso ao rosto do garotinho.

Lea olha para ele com seus olhos grandes e preocupados, como se quisesse ser a heroína da situação.

-- Mamãe, você tem culativos? -- pergunta, animada com a ideia de ajudar o novo amigo.

-- Tenho sim, amor! Vou pegar na bolsa, espera um pouquinho -- respondo, me agachando para buscar os curativos que sempre carrego.

Enquanto isso, o garotinho observa Lea, ainda um pouco envergonhado.

Boss (Billie/You)GpOnde histórias criam vida. Descubra agora