Boss (Billie/You)Gp

32

Eu me levanto e saio do quarto em silêncio. Caminhando lentamente em direção a cozinha, eu escuto Billie falando ao telefone

-- Eu não vou mais fazer isso... -- Ela diz baixo e de forma cansada -- E-Eu... O que fiz para me odiar tanto?... Esta machucando ela, eu não consigo mais fazer isso...

Parei no meio do corredor, minhas mãos instintivamente apertando a borda da parede enquanto eu tentava processar o que estava ouvindo. O tom de Billie era carregado de frustração, mas também de dor. Eu fiquei ali, paralisada, ouvindo cada palavra com uma mistura de curiosidade e apreensão.

-- O que você quer? Eu posso te dar todo o dinheiro que quiser... Mas por favor, chega... -- Ela se levanta de repente, me fazendo recuar alguns passos. -- Finneas... Por favor...

Meu coração disparou ao ouvir o nome de Finneas. O que ele teria a ver com tudo isso? Minha mente começou a girar, tentando conectar os pontos. Billie parecia desesperada, e a menção de dinheiro me deixou ainda mais confusa. O que ela estava tentando fazer?

Ela continuou falando, sua voz cada vez mais trêmula.

-- Eu não vou mais deixar que isso continue. Você já conseguiu o suficiente... eu não vou mais jogar esse jogo.

Aquela frase me atingiu em cheio. Tudo começou a fazer mais sentido, como se peças soltas de um quebra-cabeça finalmente se encaixassem. Finneas estava manipulando Billie de alguma forma, e isso estava impactando nossa relação. Eu recuei um pouco mais, meu coração pesado de ansiedade e tristeza, mas algo dentro de mim sabia que eu precisava descobrir a verdade.

-- Filho da puta!-- Ela exclama, praticamente arremessando seu celular sobre o balcão. Em seguida ela esfrega suas mãos em seu rosto e resmunga algo inaudível.

Eu dei mais um passo para trás, meu corpo tenso ao ouvir o som do celular batendo contra o balcão. Billie parecia à beira de um colapso, e ver aquela explosão de raiva só aumentava minha confusão e preocupação. Não podia mais ignorar o que estava acontecendo.

Respirei fundo, tentando reunir coragem, e decidi entrar na cozinha.

-- Billie? -- Minha voz saiu mais baixa do que eu pretendia, mas o suficiente para chamar sua atenção.

Ela olhou para mim, os olhos ainda brilhando de frustração, mas havia algo mais ali — exaustão. Ela não disse nada, apenas me encarou, como se estivesse decidindo o que fazer ou dizer. O silêncio entre nós era sufocante, carregado com todas as palavras que nunca foram ditas.

-- O que está acontecendo? -- Perguntei, minha voz firme, mas cheia de uma preocupação que eu não conseguia esconder.

Eu precisava de respostas, e ela sabia disso.

-- Não é nada... Nada com o que precise se preocupar... -- Ela diz pegando o celular no balcão e guardando no bolso -- Preciso sair, tenho algumas coisas para resolver. Não sei que horas eu volto

Ela diz rapidamente, se afastando. Eu observei Billie se afastar, sentindo aquela frustração familiar crescer dentro de mim. Era sempre a mesma coisa: ela se fechava, evitava me dar respostas e deixava as coisas ainda mais confusas. Mas, dessa vez, havia algo diferente em seu comportamento, algo que me deixava com a sensação de que a situação era mais grave do que parecia.

-- Billie, espera -- chamei, tentando não deixar meu tom soar desesperado. Ela parou por um momento, mas não se virou para me encarar.

-- O que foi, S/n? -- Ela perguntou, a voz carregada de impaciência.

-- Você não pode continuar me deixando no escuro assim. Não somos apenas dois estranhos dividindo uma casa... Se algo está acontecendo, você precisa me contar. -- Falei, dando alguns passos na direção dela.