Ao entrar no quarto, a cena me pega de surpresa. S/n está sentada na poltrona de amamentação, com Lea aconchegada em seus braços, mas o que mais me chama a atenção é o seu rosto, marcado por lágrimas silenciosas. Um aperto no meu coração me faz me aproximar rapidamente.
— Por que está chorando, meu amor? — pergunto, preocupada, enquanto me inclino para olhar nos olhos dela.
S/n levanta a cabeça lentamente, os olhos vermelhos e brilhantes.
— Um dia... Ela v-vai crescer e... vai morar sozinha... e n-não vai ser mais a minha b-bebezinha — ela diz, a voz trêmula, enquanto um novo soluço escapa de seus lábios.
Uma onda de empatia me invade, e me sento ao lado dela, passando um braço ao redor de seus ombros, oferecendo um apoio silencioso.
— Ainda tem muito tempo até isso acontecer, fica calma — digo, tentando tranquilizá-la, mas ela balança a cabeça, negando.
— O tempo que temos não é o suficiente... Eu queria que ela fosse minha bebê p-para sempre — S/n responde, as lágrimas escorrendo livremente agora, enquanto soluça pelo choro.
Sinto meu coração se apertar ao ouvir suas palavras. A intensidade das emoções dela me lembra do quão precioso e efêmero é esse momento. Tento pensar em algo reconfortante para dizer, mas, na verdade, tudo que consigo fazer é abraçá-la um pouco mais forte.
— Eu sei que você a ama mais do que tudo, e isso é o que importa. Ela sempre será sua bebê, não importa o quanto cresça — digo, acariciando suas costas, tentando confortá-la.
S/n solta um suspiro profundo, como se tentasse absorver minhas palavras.
— Mas ela vai querer ser independente, e eu... eu não sei como lidar com isso.
— É normal ter medo de mudanças, mas saiba que isso faz parte do crescimento dela. E sempre estaremos aqui para apoiá-la — respondo, olhando para Lea, que dorme tranquila. — E quem sabe ela não vai querer voltar para casa sempre que sentir saudade?
S/n solta um pequeno riso entre as lágrimas, e isso me traz um alívio.
— Você sempre sabe o que dizer para me acalmar — ela murmura, com um leve sorriso nos lábios.
— Estou aqui para isso. E lembre-se, mesmo quando ela crescer, o amor que vocês compartilham nunca vai mudar — digo, dando um selinho suave em sua bochecha.
S/n suspira e, mesmo ainda chorando, parece um pouco mais relaxada. Enquanto isso, eu a observo, admirando a força dela e como seu amor por Lea é imenso e profundo. Estamos nessa jornada juntas, e sei que, independentemente das mudanças que virão, o laço que formamos será sempre o nosso ponto de partida.
(...)
O fim de semana finalmente chegou, trazendo com ele um dia ensolarado e quente. Lea, inquieta por conta do calor, estava um pouco irritada, e foi então que decidimos fazer algo diferente para aliviar a sensação. S/n, sempre pensando no bem-estar da nossa pequena, preparou sorvetinhos naturais e sem açúcar, feitos especialmente para Lea. Enquanto os sorvetes estavam no congelador, tivemos a ideia de nos refrescar na piscina.
Vestimos nossas roupas de banho e, com Lea no colo, nos dirigimos para a área externa. A piscina brilhava sob o sol, convidativa e refrescante, e Lea, mesmo ainda um pouco irritada, deu pequenos gritinhos de animação ao ver a água.
— Está animada, não é, minha princesinha? — S/n disse, sorrindo, enquanto ajeitava o chapéu de sol na cabecinha de Lea.
A pequena respondeu balançando os bracinhos e apontando para a piscina, claramente ansiosa para entrar. Descemos lentamente na água, primeiro molhando os pezinhos dela, o que arrancou risadas. O clima era leve, e a água ajudava a aliviar o desconforto do calor, deixando Lea mais tranquila.
— Olha só, amor, nossa menina está adorando! — comento, vendo Lea brincar com a água, seus olhinhos brilhando de felicidade.
Enquanto Lea chapinhava alegremente, S/n e eu trocamos olhares cúmplices. Era bom ver nossa pequena tão contente, e mais ainda, compartilhar esses momentos simples, mas tão cheios de significado. Um fim de semana em família, sob o sol, com sorrisos e risadas era tudo o que precisávamos para recarregar as energias.
(...)
-- Hm... A universal fez uma proposta... -- S/n anuncia, mastigando calmamente uma batata frita. Lea esta sentada ao seu lado, as duas olhavam para o notebook com seriedade. Eu sorrio ao perceber o quão aprecidas elas são.
-- Qual proposta?-- Pergunto observando Lea pegando mais duas batatinhas, uma em cada mãozinha.
-- Eles gostaram de nossa adaptação de Wicked... Eles já têm o cast e precisam apenas da autorização da editora e de um representante para acompanhar o processo de desenvolvimento de dois filmes -- Explica mordendo a batata que Lea coloca em sua boca.
-- Isso é incrível! -- digo, entusiasmada com a novidade, enquanto me aproximo das duas. -- Você acha que vale a pena aceitar?
S/n mastiga outra batata, pensativa, enquanto Lea parece muito concentrada em pegar a próxima batata para dar à mãe.
-- Eu acho que sim... Seria uma oportunidade e tanto. Eles estão propondo liberdade criativa, o que é raro em propostas desse tamanho -- ela responde, olhando para mim com um sorriso contido.
-- E quem seria o representante da editora? -- pergunto, já tendo uma ideia do que ela está pensando.
S/n ergue uma sobrancelha, um leve sorriso brincando em seus lábios.
-- Quem você acha? -- responde, claramente sugerindo que seria ela mesma a assumir esse papel.
Lea, sem entender a conversa, mas percebendo o tom animado, começa a balbuciar palavras incompreensíveis, como se estivesse tentando se juntar à discussão, fazendo ambas rirem.
-- Acho que a decisão está feita então -- digo, rindo enquanto pego uma batata para mim também. -- Lea parece estar aprovando.
-- Ela sempre tem a palavra final, né? -- S/n brinca, dando um beijo na cabeça da pequena.
-- Tatinha -- Lea mostra a batata para S/n que concorda
-- Batatinha -- Minha esposa repete e então a pequenina concorda mordendo a batata em sua mão.
Eu sorrio, vendo como elas interagem de maneira tão natural e carinhosa. Lea parece tão concentrada em sua batata, como se fosse a coisa mais importante do mundo naquele momento.
-- E essa batatinha é muito especial, né, Lea? -- brinco, cutucando levemente a barriguinha dela, o que a faz rir e se contorcer.
S/n olha para mim, o brilho no olhar deixando claro o quanto esses momentos simples, em família, são preciosos. Apesar de todas as responsabilidades e decisões a serem tomadas, é nesses momentos que tudo parece estar no lugar.
-- A nossa batatinha da sorte -- ela brinca, piscando para mim.
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Boss (Billie/You)Gp
Fanfiction-- Posso falar com você um minuto? -- pergunta. -- Claro -- respondo, fechando meu notebook e me virando para ela. -- você se casaria comigo?-- Fico atônita com a pergunta repentina de Billie. -- O que? Tem certeza que está bem? -- pergunto, tentand...