Boss (Billie/You)Gp

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-- E-Eu... Eu preciso de você -- Billie sussurra, encostando nossas testas, sua respiração pesada batia contra meu rosto

Aquelas palavras saíram dos lábios de Billie com uma honestidade que me desarmou por completo. Sua testa colada na minha, o peso de sua respiração quente contra o meu rosto... Não havia mais espaço para piadas, nem para fingimentos. Tudo o que restava era a crua realidade daquele momento.

Senti meu coração acelerar, e por um segundo, me vi sem saber o que fazer. "Eu preciso de você." As palavras ecoavam na minha mente, como se estivessem tentando encontrar um lugar para se acomodar. Billie, sempre tão confiante e segura de si, agora estava ali, vulnerável, me mostrando um lado que eu jamais imaginei que veria.

— Billie... — sussurrei, minha voz mal saindo. A profundidade daquele pedido me atingiu de um jeito que eu não estava preparada.

Ela fechou os olhos, como se as palavras que tinha acabado de soltar tivessem sido mais difíceis do que qualquer outra coisa que já enfrentou. Senti o peso do momento, como se algo muito maior estivesse em jogo agora. Minhas mãos tremiam levemente enquanto eu as deslizava pelas laterais do rosto dela, tentando trazer algum tipo de conforto.

— Eu... — comecei, mas me senti perdida. Como responder a isso? O que aquilo realmente significava para nós? — Eu estou aqui.

Era tudo o que eu podia dizer. Tudo o que eu conseguia, naquele instante. Porque a verdade é que eu também precisava dela, muito mais do que estava disposta a admitir.

Billie abriu os olhos e me encarou com uma intensidade que quase me fez recuar. Seus olhos, geralmente cheios de confiança e astúcia, agora estavam nublados por algo que se parecia muito com medo. Ela parecia estar à beira de uma revelação, algo que ia além das palavras.

— Eu não posso fazer isso sozinha — ela disse, sua voz quase quebrando. — E com você... isso tudo não parece tão aterrorizante.

A força nas suas palavras me pegou de surpresa. Eu sempre a via como a rocha, aquela que liderava, que sabia o que fazer. Mas agora, pela primeira vez, eu estava vendo a verdade. Ela não era inabalável. Ela precisava de mim tanto quanto eu dela, e isso me fez querer ficar. Não pelo acordo, não pelas editoras ou qualquer outra coisa. Mas por nós.

Eu engoli em seco, sentindo a urgência no ar entre nós, uma urgência que não era só física, mas emocional.

— Eu também preciso de você, Billie — finalmente confessei, minhas palavras carregando todo o peso que eu vinha guardando. — Mais do que eu queria admitir.

O silêncio que se seguiu foi cheio de uma nova compreensão. Um entendimento tácito de que, mesmo que o casamento fosse de fachada, o que estávamos começando a construir ali era real.

Ela me beijou de novo, dessa vez com uma mistura de desejo e gratidão. E ali, naquele quarto de hotel na Grécia, com o som distante do mar e o gosto do vinho ainda nos lábios, tudo finalmente começou a fazer sentido. Não estávamos mais fingindo. Não para nós mesmas.

(...)

Alguns meses apos a lua de mel, para ser exata, dois meses. Billie comprou uma casa onde supostamente dividiriamos. Com o tempo, a decisão de ficarmos nessa casa em tempo integral foi tomada. A princípio, estava tudo perfeito.

Billie e eu não tinhamos uma relação (fora o casamento falso) preestabelecidas. Nós moramos juntas, faziamos muitas coisas que geralmente casais fazem, mas não tinhamos algo estabelecido.

Mas como nem tudo são flores. Billie começou a ficar um pouco distante e até mesmo um tanto fria comigo.

-- Eu fiz o jantar -- Falo quando Billie entra pela porta de entrada.