Boss (Billie/You)Gp

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-- volta aqui!-- Billie diz vindo correndo em minha direção

-- não quero falar com você -- falo cruzando meus braços

-- o que eu fiz?!-- pergunta indignada

-- você acha mesmo que não escutei o que você falou enquanto mexia no celular?!-- pergunto e ela parece confusa -- você chamou alguém de "gostosa", não estamos em um relacionamento de verdade mas ainda assim não quero ouvir comentários sobre outras mulheres, guarde isso para você

-- e o que te garante que eu não estava falando de você? Poderia ser uma foto sua -- ela cruza os braços

-- essa desculpinha não cola -- respondo

-- era uma foto sua na praia, nas ferias do ano passado, apareceu em meu Instagram. Deixei escapar ué, não sou cega, eu vejo bem que seu corpo é muito... Bonito -- ela diz dando de ombros

A confusão em minha mente começa a se dissipar com a explicação de Billie. Tento manter minha expressão firme, mas sinto o calor subir ao meu rosto.

-- Você está falando sério? -- pergunto, ainda desconfiada, mas um pouco menos defensiva.

-- Totalmente sério -- ela responde, seu tom agora mais calmo e sincero. -- Eu estava olhando uma foto sua. Admito que talvez não tenha sido a melhor escolha de palavras, mas não estava falando de ninguém mais -- ela fica em silêncio por alguns segundos -- espera aí... Você está com ciúmes?! -- pergunta provocativa.

-- Não tenho ciúmes de você, Billie -- respondo, cruzando os braços.

-- Isso foi claramente um ataque de ciúmes! Você tem ciúmes de mim, dona S/n?! -- ela está sorrindo vitoriosa.

-- Vou almoçar sozinha... tchau -- digo, virando-me para ir embora, mas Billie continua me seguindo, insistindo na ideia de que tenho ciúmes dela.

-- Não acredito que você vai me deixar sozinha depois de tudo isso -- Billie diz, apressando o passo para ficar ao meu lado. -- Vamos lá, admita, só um pouquinho de ciúmes, vai.

Eu suspiro, parando de andar e me virando para ela.

-- Billie, eu só não gosto de ouvir esse tipo de coisa. Mesmo que seja um relacionamento de fachada, nós concordamos em manter o respeito. Não é ciúmes, é só... desconforto -- explico, tentando soar mais firme, mesmo sabendo que não quero admitir, mas talvez tenha uma pintadinha de ciúmes.

-- Pra mim pareceu ciúmes -- ela diz, me puxando pela cintura, fazendo nossos corpos ficarem colados.

-- Você é insuportável -- respondo, e ela ri.

-- Não negou que pareceu ciúmes... Admite logo que sente ciúmes de mim -- ela diz.

-- Nem morta eu admitiria -- respondo, vendo ela sorrir vitoriosa.

-- Você acaba de admitir! -- ela fala animada, então percebo que estamos com nossos lábios a centímetros.

O momento fica suspenso no ar, e a tensão é palpável. Sinto meu coração bater mais rápido enquanto os olhos de Billie se fixam nos meus. Ela parece contemplar por um segundo, então sua expressão suaviza.

-- Acho que alguém nos viu... -- ela sussurra, seus lábios roçando os meus.

Eu respiro fundo, tentando acalmar minha mente que está a mil. Olho ao redor discretamente, mas não vejo ninguém próximo.

-- Só queremos manter as aparências, certo? -- digo, tentando me convencer mais do que a ela.

-- Exatamente -- Billie concorda, seu olhar ainda preso ao meu.

Então, num movimento suave, ela inclina a cabeça e me beija. O beijo é lento e doce, quase como se estivéssemos experimentando algo novo e delicado. Minha mente vacila por um momento, mas logo me entrego ao momento, respondendo ao beijo com igual intensidade.

Sua lingua serpenteia por minha boca, de forma explorativa. Em passos lentos, Billie vai me guiando até que eu sinta minhas costas sendo pressionada contra um carro. Billie leva sua mão para a minha nuca, aprofundando mais e mais aquele beijo

Minha respiração se torna irregular, e sinto meu corpo aquecer com a intensidade do momento. Quando finalmente nos separamos, nossos rostos ainda estão próximos, e eu percebo que há algo mais do que apenas a encenação.

-- Acho que nos pegamos de verdade dessa vez -- murmura Billie, com um sorriso brincalhão, mas seus olhos revelam uma profundidade que vai além da brincadeira.

-- Talvez... só talvez -- respondo, tentando recuperar o fôlego e a compostura. -- Mas temos que almoçar antes que alguém realmente nos veja aqui.

Billie ri e me dá um último selinho antes de se afastar.

-- Vamos, então. Não quero perder meu tempo precioso com você -- diz, puxando-me pela mão e guiando-me para fora do estacionamento.

Seguimos juntas, com um novo entendimento entre nós, uma tensão que antes parecia incômoda agora se transforma em algo mais intrigante e emocionante.

Eu olho para trás de relance e vejo Victório, do setor de finanças. Ele sempre dava em cima de mim, insinuando coisas que eu nunca correspondi. Instantaneamente, sinto a necessidade de reforçar nossa encenação.

Sem pensar muito, faço com que Billie passe seu braço sobre meus ombros, nos aproximando ainda mais enquanto começamos a andar juntas.

-- Tudo bem?-- Billie pergunta, sentindo minha tensão.

-- Sim, só... Victório está nos observando -- sussurro, inclinando-me um pouco mais contra ela.

Billie lança um olhar breve por cima do ombro, depois sorri de volta para mim, um sorriso que parece tanto protetor quanto provocativo.

-- Então vamos dar a ele algo para observar -- diz ela, apertando-me um pouco mais.

-- Você adora uma cena, não é?-- murmuro, tentando esconder um sorriso.

-- Só estou fazendo meu trabalho -- responde, piscando para mim.

Continuamos andando, e Victório parece se dar conta da situação, virando o rosto com uma expressão desapontada. Sinto um alívio misturado com satisfação ao vê-lo desistir. Quando estamos fora de vista, relaxo um pouco, soltando um suspiro.

-- Obrigada por isso para Billie.-- digo, olhando

-- Sempre às ordens -- ela responde, com um sorriso que agora parece mais genuíno.

Seguimos para o almoço, a tensão entre nós agora transformada em algo mais leve e cúmplice. Mesmo que a situação com Victório tenha sido um pretexto, sinto que algo mudou entre Billie e eu, algo que talvez valha a pena explorar mais adiante.