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Eu seguro Lea contra mim enquanto a enfermeira prepara a vacina da pequenina. Billie estava na porta do consultório, ela parecia mais apreensiva do que a própria Lea.

-- Vai ser so uma picadinha, bem rapidinho -- A enfermeira explica ao se aproximar

A enfermeira se agacha ao meu lado, segurando a seringa com cuidado.

-- Tudo pronto? -- pergunta, mantendo um tom tranquilo.

-- Pronta -- respondo, tentando transmitir confiança a Lea, mesmo que eu mesma sinta um frio na barriga.

A enfermeira se move rapidamente, fazendo a aplicação na coxa de Lea. A pequenina faz uma expressão de surpresa, seguida por um choro breve e potente que ecoa pela sala.

-- Oh, minha princesa! -- exclamo, envolvendo-a em um abraço reconfortante assim que a enfermeira termina. -- Shh... Mamãe ta aqui meu amor -- Digo baixinho, acariciando sua cabecinha e arrumando sua roupinha com cuidado. Lea chorava copiosamente contra mim.

-- Prontinho, foi rapidinho. Agora é so tomar cuidado com o local da vacina, pode ficar meio dolorido nas primeiras horas. Ela provavelmente vai ficar mais manhosa -- A enfermeira explica e eu concordo, agradecendo antes de sair da sala.

Quando olho para Billie, percebo que ela tinha seus olhos marejados.

-- Quem recebe a vacina é Lea e quem chora é você?-- Questiono risonha, enquanto o chorinho de Lea ainda podia ser ouvido.

-- Ta doendo bebê?... -- Bill pergunta para Lea, em um tom choroso. A pequenina começa a fazer uma manha três vezes maior.

-- Olha só, ela já está chamando você! -- digo, tentando fazer Billie sorrir, mas a verdade é que o choro de Lea é contagiante e a preocupação da mãe é palpável.

Billie se aproxima, seus braços se estendendo em direção à nossa filha.

-- Vem cá, meu amor! -- ela diz, envolvendo Lea em um abraço caloroso, balançando-a suavemente. -- Desculpa por isso, princesa. Mamãe não queria que você sentisse dor.

Lea se aconchega no colo de Billie, e seu choro começa a diminuir aos poucos, transformando-se em pequenos resmungos. A tensão no ar parece se dissipar um pouco.

-- Você é tão forte, minha pequena guerreira -- Billie diz, olhando para a filha com amor e admiração.

-- É, e em breve você nem vai se lembrar disso, meu bem -- acrescento, acariciando a mão de Lea.

Billie seca as lágrimas que se acumulavam em seus olhos e me dá um sorriso tímido, mas afetuoso.

-- Eu só quero proteger vocês duas de qualquer coisa que cause dor -- ela confessa, ainda com a voz embargada.

-- Eu sei, amor. E você está fazendo um trabalho incrível. A Lea vai crescer sabendo o quanto é amada -- digo, aproximando-me delas e envolvendo-as em um abraço apertado.

Depois de um momento, Billie se recompõe e diz:

-- Vamos para casa, então? Posso preparar algo especial para comemorar a primeira vacina da nossa pequena?

-- Adorei a ideia! Um lanche no quintal seria perfeito -- respondo, enquanto começamos a caminhar para fora do consultório.

Enquanto nos dirigimos para o estacionamento, sinto uma onda de gratidão por estarmos juntos nessa jornada, enfrentando cada desafio como uma família.

[...]

Lea completando três meses trouxe uma nova dinâmica para a nossa rotina. Agora, além das gracinhas e sorrisos, ela passou a "gritar" de maneira divertida. São aqueles gritinhos agudos, como se estivesse descobrindo sua própria voz, e parece que ela adora o som que consegue produzir.

Boss (Billie/You)GpOnde histórias criam vida. Descubra agora