Mon & Sam - Passado e Perdão

Capítulo 47 - Apaixonada

Perspectiva de Song

Alguns dias depois...

Era hora do almoço na escola, e eu estava sentada com Chai, Kamal e Raj. Enquanto eles falavam, eu apenas tentava comer em silêncio. Não estava no clima de tanta conversa.

— Minha mãe vai sair hoje à noite. Pensei que a gente podia fazer uma festa lá em casa — Kamal sugeriu, e eu já sabia que isso ia dar problema.

— Cara, isso seria épico! Você vai convidar as garotas da sua turma? — Raj perguntou, todo empolgado.

— Óbvio! — Kamal respondeu com um sorriso malicioso. — Tem cada gatinha lá! E você, Chai? Quer que eu convide alguém especial?

Kamal deu uma cutucada no meu irmão, colocando a mão no ombro dele, enquanto eu observava de canto de olho. Chai ficou vermelho como um tomate, o que me fez soltar um pequeno riso interno.

— Fala logo, Chai! Tem algum garoto da sua equipe de futebol que te interessa? Eu convido ele pessoalmente, faço qualquer coisa pelo meu melhor amigo! — Kamal provocou, sem perceber o desconforto de Chai.

— Ei, e eu? — reclamou Raj, tentando ganhar a atenção de Kamal.

— Vocês dois são meus melhores amigos! — Kamal revirou os olhos, rindo. — E aí, Chai? Tem alguém ou não?

— Não, ninguém — Chai respondeu, visivelmente constrangido.

— Beleza, então eu mesmo vou arranjar um carinha gostoso pra você! Prepara-se, dessa vez você vai dar seu primeiro beijo! — Kamal abraçou Chai, rindo, enquanto eu apenas observava a cena.

— Bom, vou organizar tudo! Conto com vocês lá em casa, inventem qualquer desculpa pras suas mães e falem que vão dormir lá, sei lá... Vocês sabem como é.

Kamal e Raj se levantaram, me deixando sozinha com Chai, que parecia meio perdido.

— E aí, quando vai contar pra ele que você gosta dele? — perguntei, sem rodeios.

— O quê? Do Kamal? — Chai tentou disfarçar, mas eu sabia muito bem o que se passava.

— Dá pra ver de longe. Só ele que não percebe. — Cruzei os braços, esperando uma resposta.

— Não gosto dele desse jeito! — Chai insistiu, mas seu rosto denunciava o nervosismo.

— Tá bom, minta mais pra si mesmo. Não tô nem aí — respondi, virando os olhos.

Ele suspirou profundamente, visivelmente desconfortável.

— Ele gosta de garotas. E me vê como um irmão... — Chai falou, com um tom triste.

— Arranja coragem e conta logo. Já tô cansada de ver você se fazendo de bobo perto dele.

— Falando em coragem... Boa sorte. — Chai se levantou, me lançando um olhar cúmplice antes de sair.

Foi então que ela apareceu.

— Oi — disse a voz suave.

Me virei e lá estava ela, com a bandeja na mão, esperando um convite. "Ela tá me perseguindo agora?", pensei. Que garota mais insistente.

— Posso me sentar? — ela perguntou, com um olhar esperançoso.

— Não sou dona da escola. Se quiser sentar, senta. — Respondi com desdém.

Ela puxou a cadeira e se sentou à minha frente, com uma expressão meio indignada. "Se era pra ficar com essa cara, melhor teria sido se sentar em outro lugar", pensei, sem conseguir disfarçar a irritação.