Capítulo 49 - Eu Estou Aqui

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Perspectiva de Mon

Parei o carro em frente à casa de Sam, e ela entrou furiosa, batendo a porta sem dizer uma palavra, os braços cruzados, claramente irritada.

— Boa noite, Khun Sam. — Chamei sua atenção, tentando quebrar o gelo.

— Boa noite, Mon. — Ela respondeu seca, sem sequer me olhar.

— Não precisa ficar tão preocupada. São adolescentes, fazem esse tipo de coisa. — Tentei acalmá-la, mas Sam não queria ouvir.

— Nossa filha está dirigindo um carro, Mon! Ela não tem idade para isso! — Ela explodiu, ainda mais irritada.

— Ela sabe dirigir, Khun Sam. Eu ensinei. Ela implorou, e eu cedi. Ensinei-a num estacionamento vazio. Ela provavelmente não foi longe. — Expliquei com calma, tentando suavizar a situação.

— Você ensinou?! — Ela me olhou, incrédula.

— Sim, ela pediu muito. Você sabe como Song ama carros. — Respondi.

— Eu... eu não sabia disso. — Ela murmurou, parecendo magoada.

— Vamos fazer uma aposta? — Tentei mudar o clima, sorrindo.

— Como você consegue estar tão tranquila?! — Ela me olhou como se eu fosse louca.

— Quer apostar ou não? — Dei uma cutucada em seu braço, mantendo o sorriso.

— Fala logo. — Ela finalmente cedeu, suspirando.

— Aposto que eles estão na casa da Jim, e que Kamal está dando uma festa, aproveitando que a mãe viajou. Se eu estiver certa, você vai levar a mim e os nossos filhos para comer camarão do rio no fim de semana. E você paga! — Falei, rindo, tentando arrancar um sorriso dela.

Para minha surpresa, ela sorriu de volta. Aquele sorriso... Ver Sam sorrindo sempre me derretia por dentro. Mesmo separadas, eu queria que ela fosse a mulher mais feliz do mundo, então sempre que estávamos juntas, fazia questão de trazer um pouco de alegria para ela, apesar de meu próprio coração muitas vezes chorar por dentro.

— E se você estiver errada? — Ela perguntou, arqueando uma sobrancelha.

— Se eu estiver errada... — pensei por um segundo — vamos passar um fim de semana na praia com Chai e Song, e eu pago. Acho que eles iam gostar de ter as duas mães juntas por alguns dias. Fazia falta pra eles.

Ela suspirou, baixinho, quase imperceptível. — Queria que você estivesse errada.

— Vamos ver, então. — Respondi, ligando o carro e dirigindo para a casa de Jim.

Quando chegamos, a cena era inconfundível: música alta, luzes piscando e adolescentes espalhados pelo jardim.

— Parece que vou comer camarão neste fim de semana! — Falei, rindo, enquanto Sam bufava.

— A Jim vai surtar quando souber. — Ela balançou a cabeça, observando a bagunça.

— Agora vamos ter que entrar no papel de mães furiosas e acabar com essa festa. — Brinquei, tentando arrancar outro sorriso, mas Sam me olhou incrédula.

— Como você consegue rir disso, Mon? Eles nos enganaram!

— Claro que enganaram, Khun Sam. São adolescentes! Você nunca teve quinze anos?

— Eu nunca fiz nada assim! Minha avó teria me matado! — Ela disse, indignada.

— Pois eu fiz, e era ótimo. Mas agora é a nossa vez de sermos as mães chatas. Vamos lá. — Disse, rindo, e quando olhei para Sam, seu rosto já estava com uma expressão de fúria total. — Essa cara está perfeita! Só manter assim.

Mon & Sam - Passado e PerdãoOnde histórias criam vida. Descubra agora