Perspectiva de Mon
Eu praticamente cavalgava em cima dos dedos de Sam. Ela já me tinha feito gozar mais de cinco vezes e eu não conseguia parar. Seus dedos se enterravam em mim enquanto sua mão livre apertava meu seio com força. Estava sentada em cima dela e minha cabeça jogada para trás, meus olhos se reviraram de prazer. Eu podia ficar a noite toda naquilo que não seria suficiente.
– Sério, por favor, parem! Vocês estão nisso há muito tempo! Dá pra ouvir na casa toda. É nojento! – Song batia à porta, sua voz um misto de desespero e constrangimento.
Num pulo, saí de cima de Sam e me sentei ao lado dela, rapidamente nos cobrindo com o lençol, como se Song pudesse entrar a qualquer momento.
– Obrigada! – ela gritou do lado de lá da porta, aliviada assim que o silêncio tomou conta do quarto.
Me virei para Sam e, sem conseguir me segurar, levei as mãos ao rosto. De repente, começamos a rir, sem controle. Era oficial: tínhamos traumatizado nossa filha para o resto da vida.
– Eu não sei como vamos encarar ela amanhã... – comentei, rindo e tentando recuperar o fôlego, ainda ofegante pelo momento anterior.
– Mon... – Sam me chamou, e percebi que seu tom tinha mudado. – Vamos tentar de novo.
Meu riso sumiu na hora. Me ajeitei na cama, ainda nua, e olhei para ela, surpresa. Não era exatamente o cenário que eu esperava para aquela conversa.
– Não, Khun Sam. Eu não consigo "tentar". – falei firme.
Sam ficou visivelmente chocada, seus olhos carregados de uma mistura de desespero e frustração.
– Eu estamos ou não tentamos – expliquei. – Se precisar de mais tempo para pensar, pode sair deste quarto e ir para o seu.
– Mon, o que eu quis dizer é que te quero na minha vida. Quero o dia de hoje todos os dias. – ela confessou, a sinceridade em seu olhar me atingiu como um soco no estômago.
– Você já me teve. O que mudou? Como pode me garantir que não vai me mandar embora de novo? Khun Sam, eu não sou um brinquedo, nem nossos filhos. – disse, a seriedade na minha voz ecoando.
– Você nunca foi um brinquedo na minha vida. Mon, eu não sabia... – ela tentava se explicar, a voz trêmula.
– Você não sabia o quê? – insisti, a curiosidade misturada com uma leve frustração.
– Você é a única pessoa com quem eu experimentei amor. Nunca ninguém cuidou de mim. Você cresceu num ambiente diferente do meu, você sabe o que é suposto fazer. Você sempre sabe o que me dizer, o que dizer aos nossos filhos... Eu não podia imaginar que se você cuidasse daquela forma de mim, você poderia continuar me desejando... Para mim, não era compatível. – explicou, a vulnerabilidade em suas palavras era palpável.
Sam era uma joia rara; sua mente funcionava de maneira diferente. Eu sabia disso. Mas era esgotante tentar explicar coisas básicas, especialmente quando a falta de compreensão impactava tanto minha vida e a vida dos nossos filhos. Às vezes, sentia que estava educando três adolescentes em vez de apenas dois.
– Khun Sam, se você voltar a precisar que eu cuide de você, vai me mandar embora? – essa era a pergunta para a qual eu realmente queria resposta.
Ela me olhou hesitante, e eu sabia que aquele era o tema delicado. Suspirei, tentando ajudar a desatar o nó em sua mente.
– Khun Sam, se um dia for eu que precisa de ajuda, se eu tiver um acidente, me machucar ou adoecer... – comecei, mas fui interrompida.
– Não diga isso, Mon.
– É uma suposição, Khun Sam! Não me interrompa! – a irritação começava a borbulhar em mim, a demora em sua resposta me deixava cada vez mais frustrada.
– E se um dia for eu? Você vai me negar ajuda? – perguntei, desafiadora.
– Claro que não! Eu faria qualquer coisa por você! – ela respondeu rápido, aliviando um pouco a pressão que pairava entre nós.
Era esgotante como Sam podia ser tão contraditória. Mas eu já conhecia uma solução para o nosso problema. Na verdade, para o problema dela.
– Khun Sam, eu não posso voltar para a sua vida do jeito que você quer, sem ter a garantia de que não vai me mandar embora se um dia precisar de mim. – suspirei, vendo o medo em seu olhar. – Mas eu quero voltar, então tire essa cara triste. Eu vou nos inscrever em terapia de casal e vamos falar com um profissional.
– Falar com outra pessoa? – ela questionou, confusa. – Não sei, Mon, é estranho falar sobre nossa vida com outra pessoa. Você sabe que eu não sou propriamente boa em me expressar.
– Khun Sam, não é uma pergunta. É uma condição. Vamos, e dependendo de como correr, decidiremos nosso futuro. – disse firme. – Se não for assim, acabou. E acabou de vez. Porque eu não posso viver presa a uma esperança de que um dia você mude e pare de ter medo de ser frágil perto de mim.
Ela baixou a cabeça, consentindo em silêncio. Quando levantou, seu semblante estava triste, como se um peso tivesse se instalado em seus ombros.
– O que diremos aos nossos filhos? – perguntou, a insegurança evidente em sua voz.
– A verdade. – respondi, determinada.
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Mon & Sam - Passado e Perdão
Fiksi PenggemarApós ser diagnosticada com uma doença que a condenaria à perda dos movimentos, tornando-a dependente dos cuidados de Mon, Sam toma uma decisão drástica: foge da Tailândia. Sem explicar nada a ninguém, nem mesmo à sua esposa, ela embarca para os Esta...