Capítulo 64 - Você é Minha

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Perspectiva de Sam

Mal fechamos a porta do escritório, o som de móveis sendo arrastados pela casa ecoa de forma estrondosa. Automaticamente, estico a mão para a maçaneta e tento girá-la. Nada.

– Mon, eles nos trancaram aqui? – pergunto, ainda meio confusa, enquanto continuo tentando abrir a porta, sem sucesso.

Mon solta uma risada suave.

– Você tá rindo do quê? – retruco, sentindo o nervosismo subir. – A gente não vai conseguir sair daqui!

– Khun Sam, nossos filhos nos trancaram aqui pra que a gente resolva as coisas. – Ela aponta com tranquilidade para a janela. – Mas esqueceram que estamos no térreo, e tem janelas em todos os cômodos.

Suspiro de alívio.

– Ah, ufa... Então, saímos pela janela? – sugiro.

– Não. – Mon responde, sem pressa, sentando-se na minha mesa com a maior calma do mundo, cruzando uma perna sobre a outra. – Quero conversar com você.

E é aí que meu foco vai para um ponto de distração perigosa: a fenda na saia dela revela aquelas pernas que eu amo. Como diabos vou conseguir conversar com ela agora?

– Você voltou... a se tocar pensando em mim? – solto sem pensar.

Mon arqueia as sobrancelhas.

– Khun Sam... – Ela respira fundo, claramente se esforçando para manter o foco. – Precisamos falar sobre o divórcio. Sobre nossos filhos!

Faço um esforço monumental para manter meus olhos nos dela, e não nos... outros lugares.

– Certo, claro. Vamos focar. – Digo, quase como um mantra, cravando o olhar nos olhos dela.

– Estou orgulhosa de você. Conseguiu conversar com nossa filha. – Mon sorri com ternura.

– Não foi fácil. Ela me chamou de idiota. – admito.

– Porque você é. – Ela solta uma risadinha que, juro, me desarma completamente.

– Então... você vai morar comigo de novo? – pergunto, sem conseguir segurar a esperança que escapa na minha voz.

– Khun Sam, as coisas não são tão simples... – Ela começa, tentando ser racional.

– Mon, eu não consigo falar com você enquanto... enquanto sua perna estiver aparecendo assim dessa saia! – Digo, cobrindo os olhos com as mãos como uma criança.

Mon, com a agilidade, pula da mesa e vem até mim, puxando minhas mãos com delicadeza para que eu a olhe.

– Khun Sam, eu só... Não quero que você esqueça da medicação de novo. Não quero que me mande embora de novo. – Ela fala com sinceridade, e eu vejo a preocupação em seus olhos.

– Meu tratamento terminou, Mon. Não vai acontecer de novo. – Digo, tentando tranquilizá-la.

Ela me abraça com força, e sinto seu alívio. Um suspiro profundo escapa de seus lábios.

– E quando você for velhinha... posso cuidar de você? – pergunta ela, ainda me abraçando.

– Você vai ser velhinha comigo. – respondo, sorrindo.

– Você vai ter que cuidar de mim também, nessa altura. Ou vai ter nojo de mim? – Mon me encara, seus olhos carregados de uma mistura de vulnerabilidade e carinho.

– Mon, não existe nada que você possa fazer que me dê nojo. – digo, meu olhar suave pousando sobre ela. – Vamos cuidar uma da outra. Sempre. Só tem uma condição.

Ela me olha, curiosa e brincalhona.

– Você acha que tá em posição de exigir condições? – Mon diz, um sorriso travesso surgindo em seus lábios.

– Vamos fazer amor mesmo quando formos velhinhas. – afirmo, meu tom mais sério do que ela provavelmente esperava.

Mon se aproxima mais, seus olhos brilhando.

– Khun Sam... – Ela sussurra, chegando perto da minha orelha. – Quando você for velha, andar de andador, com dentadura e óculos fundo de garrafa... – Sua voz baixa ainda mais. – Eu vou transar com você todos os dias até o seu coração parar.

Minha respiração se acelera, cada vez mais pesada. Meus olhos se fecham involuntariamente enquanto sinto o calor da boca dela tão próxima ao meu ouvido, sua presença tão intensa que chega a me fazer tremer. Uma gota de suor escorre pela minha testa, e minha pele parece pegar fogo com cada respiração dela no meu ouvido.

De repente, antes mesmo que eu possa controlar, as palavras escapam dos meus lábios como um suspiro desesperado:

– Casa comigo...

Mon se afasta, me encarando. Eu mal havia percebido o que disse, minha mente ainda perdida no calor do momento, até que sinto a mão dela se enfiar por dentro de minhas calças.

– O que você disse? – Mon pergunta, seus olhos cravados nos meus.

– Casa comigo... – repito, agora a voz saindo num gemido.

Ela dá um sorriso de canto, me encarando como se soubesse exatamente o poder que tem sobre mim.

– Você vai me afastar de novo? – Mon provoca, passando seus dedos de leve por meu clitóris.

– Não... – respondo ainda em um gemido, a respiração descompassada.

Ela se aproxima mais, o olhar firme enquanto me masturba.

– Você vai me deixar sempre fazer tudo que eu quiser com seu corpo? – Sua voz é sedutora, cheia de domínio.

– Sempre... – respondo sem hesitar, sentindo meu corpo inteiro ceder àquele momento, ao controle que ela tem sobre mim.

Mon sorri de novo, mas dessa vez é um sorriso vitorioso.

– Você é minha... – sussurra, quase como uma declaração e um aviso.

– Sua... – confirmo, completamente entregue.

Mon & Sam - Passado e PerdãoOnde histórias criam vida. Descubra agora