Contratos de Destinos - Yoongi & SN

The contract

    SN NARRANDO:
     Eu estava diante de uma porta que, ao se abrir, traria consigo uma nova vida. Não uma que eu tivesse escolhido, mas uma que fui forçada a aceitar. Min Yoongi, o homem por trás daquela porta, não era apenas um empresário de renome, ele era o dono de tudo agora: da minha liberdade, do meu destino e, por um tempo indeterminado, da minha vida.

Respirei fundo antes de finalmente tocar a maçaneta dourada. Minha mãe sempre dizia que o destino tinha uma forma cruel de nos testar, e eu me sentia em uma dessas provas agora. Os problemas financeiros da minha família haviam escalado de maneira assustadora, e a solução que meu pai encontrou foi vender meu futuro em troca de uma dívida que ele jamais poderia pagar. Tudo o que eu poderia fazer era aceitar.

O ambiente do escritório era ainda mais frio do que imaginei. Era grande, espaçoso, com janelas enormes que permitiam uma vista de tirar o fôlego da cidade. No entanto, o ar parecia preso, como se a grandiosidade do lugar esmagasse qualquer possibilidade de leveza. E lá estava ele, sentado à mesa, olhando um documento com uma seriedade quase ensurdecedora.

Yoongi mal levantou o olhar quando entrei, mas o silêncio entre nós era gritante. Seus dedos longos seguravam uma caneta com precisão, assinando o que eu sabia ser o contrato do nosso casamento. Não havia emoção em seus olhos, apenas uma firmeza calculada. Para ele, aquilo não era mais do que um negócio, uma transação entre duas partes.

— Você chegou cedo — disse ele, a voz baixa, porém firme.

— Achei que seria apropriado — respondi, tentando manter minha voz estável. — Para assinar.

Ele finalmente ergueu o olhar, e nossos olhos se encontraram. Eu não sabia o que estava procurando naquele momento, talvez um resquício de humanidade, uma faísca de arrependimento ou hesitação. Mas não havia nada disso. Apenas uma calmaria perigosa, quase indiferente.

— Não precisamos prolongar isso mais do que o necessário — ele murmurou, empurrando o contrato na minha direção.

Olhei para o papel diante de mim, sentindo o peso de cada palavra impressa. As condições estavam claras: casamento sem envolvimento emocional, duração indeterminada, e cada um teria suas próprias vidas separadas, a não ser, é claro, em eventos públicos e familiares. Eu era apenas uma peça em seu jogo de poder. Nada mais.

Eu sabia que, uma vez que colocasse minha assinatura ali, estaria selando meu destino. Meus sonhos, minha liberdade, tudo isso seria sacrificado por uma vida ao lado de um homem que nem sequer me enxergava como pessoa.

— Está tudo claro? — Yoongi perguntou, o tom casual, como se estivesse falando sobre um contrato de negócios qualquer.

— Sim — respondi, minha voz mais firme do que me sentia por dentro. — Está claro.

Peguei a caneta, e por um momento, hesitei. Um pensamento rápido atravessou minha mente: como teria sido minha vida se eu tivesse outra escolha? Mas aquela linha de pensamento era inútil. Eu não tinha escolha.

Assinei meu nome. O som da caneta riscando o papel parecia mais alto do que qualquer outra coisa na sala. Era o som de uma vida que eu deixava para trás.

— Ótimo — Yoongi disse, recolhendo os papéis e levantando-se. Ele se aproximou de mim, estendendo a mão. — Bem-vinda ao acordo, Sn.

Apertei a mão dele, a sensação de sua pele fria contra a minha. Esse era o começo da nossa união, não como marido e mulher, mas como partes de um contrato inescapável.

Enquanto saía daquele escritório, senti uma estranha mistura de alívio e peso. O contrato havia sido assinado, mas eu sabia que a verdadeira batalha começaria agora. Min Yoongi não era um homem fácil de se lidar, e eu também não seria uma esposa submissa, não importava o quanto ele pensasse que já havia me domado.

Mal sabia ele que, por trás da aparência calma e do acordo assinado, havia uma força que ele ainda não conhecia. Eu poderia ter perdido minha liberdade, mas não meu espírito. E se Yoongi achava que poderia me controlar tão facilmente, estava muito enganado.

Esse casamento seria uma luta de poder — e eu não tinha intenção de perder.