Capítulo 14: A Decisão de Gabriel

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Lis Alcantra pov's

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Lis Alcantra pov's

O sol estava baixo no horizonte quando eu cheguei à faculdade, uma mistura de ansiedade e expectativa pesando sobre meus ombros. Nos últimos dias, eu e Gabriel tínhamos vivido uma montanha-russa emocional. O momento que compartilhamos na minha casa ainda ardia em minha memória, um breve alívio que parecia tão real, tão significativo. No entanto, havia uma nuvem escura pairando sobre nós, e eu sabia que a pressão que ele enfrentava em sua carreira estava se tornando insuportável.

As aulas passaram lentamente, e eu mal consegui me concentrar. Os pensamentos sobre Gabriel não saíam da minha cabeça. Ele era mais do que um jogador de futebol famoso; ele era a pessoa que, de alguma forma, conseguiu tocar minha alma. Eu sabia que ele estava lutando para equilibrar suas responsabilidades e suas emoções, mas o que eu realmente temia era a possibilidade de perdê-lo.

Quando finalmente consegui deixar o campus, meu coração disparou ao ver Gabriel me esperando do lado de fora. Ele parecia tão distante, perdido em seus próprios pensamentos. Ao nos aproximarmos, a sensação de que algo importante estava prestes a ser revelado tornou-se palpável.

— Lis, podemos conversar? — ele perguntou, sua voz tensa.

Assenti, meu coração acelerando. Nos dirigimos para um banco em um parque próximo, o barulho da cidade ao nosso redor se misturando com a minha ansiedade. Eu olhei em seus olhos, tentando decifrar o que ele estava pensando, mas a expressão dele estava fechada, e isso me deixava inquieta.

— Eu... — ele começou, mas hesitou, como se estivesse lutando contra suas palavras. — Eu estive pensando muito sobre nós.

Senti um frio na barriga. "Pensando muito" poderia significar muitas coisas. Será que ele estava pronto para nos dar uma chance? Ou seria o oposto?

— O que você está pensando? — eu perguntei, tentando manter a calma na minha voz.

Ele respirou fundo, os olhos fixos no chão.

— Eu sinto que estou em um momento muito difícil na minha carreira. A pressão da torcida, da mídia... está me consumindo. E eu percebo que, neste momento, não consigo dar a você o que você merece.

Uma parte de mim queria protestar, queria dizer que eu não me importava com a pressão ou o que a mídia dizia. O que importava era nós dois. Mas a outra parte sabia que ele estava passando por um turbilhão emocional e que era difícil para ele lidar com isso.

— Gabriel... — eu disse suavemente, tentando encontrar as palavras certas. — Eu sei que você está sob muita pressão, mas isso não significa que devemos nos afastar. Podemos encontrar uma maneira de lidar com isso juntos.

Ele balançou a cabeça, a expressão no rosto dele era de dor.

— Eu não quero que você se sinta presa a mim, Lis. E mais importante, não quero que você sofra por causa de algo que eu não consigo controlar. A verdade é que... eu acho que é melhor se não tivermos um relacionamento agora. Preciso focar no futebol, e não posso me distrair com algo tão intenso quanto isso.

Essas palavras me atingiram como um soco no estômago. A dor de ouvir que ele queria se afastar me paralisou. Como ele poderia pensar que eu não estaria disposta a enfrentá-lo ao seu lado? Como ele não via que o que sentíamos poderia ser uma força, e não uma fraqueza?

— Gabriel, eu entendo que você precisa se concentrar, mas... eu não quero que isso acabe. Nós temos algo real. Você não pode simplesmente decidir que não podemos mais ser nós.

A frustração e a tristeza começaram a transbordar, e as lágrimas ameaçavam cair. Eu não queria que ele me visse assim, vulnerável e ferida, mas era difícil esconder o que sentia.

Ele me olhou nos olhos, e eu vi a luta dentro dele. Uma parte dele queria me confortar, mas outra parte estava presa ao medo e à insegurança.

— Lis, eu me importo muito com você. Você é especial para mim, mas eu não posso dar o melhor de mim se minha mente está dividida. Preciso de tempo para me reerguer, e não quero que você se machuque no processo.

Aquelas palavras doeram. A ideia de ser uma distração para ele, de que o que sentíamos pudesse ser um peso, me deixou desolada. Eu queria gritar, queria que ele entendesse que o amor não era um fardo, mas um alicerce.

— Então, o que você está dizendo? Que devemos apenas nos afastar um do outro? — perguntei, a dor se tornando quase insuportável.

Ele desviou o olhar, parecendo completamente perdido.

— Eu acho que seria o melhor, por enquanto. — Ele finalmente disse, a voz baixa. — Quero que você tenha a liberdade de viver, de encontrar alguém que possa te dar tudo o que merece.

Aquelas palavras cortaram como uma lâmina. Eu não queria viver sem ele, mas, ao mesmo tempo, percebia que ele realmente acreditava que isso era o melhor. Eu não poderia forçá-lo a ficar, mas a ideia de deixá-lo ir me devastava.

— Se isso é o que você realmente quer... — eu disse, a voz trêmula. — Eu não posso impedi-lo.

Ele se aproximou e segurou minhas mãos. O calor do toque dele era reconfortante, mas também me lembrava da dor que viria.

— Você é incrível, Lis. Espero que um dia você possa me perdoar por isso.

Com essas palavras, ele se afastou lentamente, e eu assisti, impotente, enquanto ele se afastava, levando consigo um pedaço do meu coração.

A sensação de perda me envolveu, como se eu estivesse em um sonho que se tornava cada vez mais distante. Eu sabia que ele precisava fazer o que achava certo, mas isso não tornava a dor mais fácil de suportar. Enquanto o observava se afastar, a única coisa que restava era a incerteza e um vazio imenso que parecia engolir toda a luz em minha vida.

Em um mundo onde tudo parecia desmoronar, a única certeza era que, mesmo longe, meu amor por Gabriel continuaria a queimar, uma chama que se recusava a se apagar.

Entre Cicatrizes e Silêncios-GabigolOnde histórias criam vida. Descubra agora