Capítulo 18: Reencontro e Reflexão

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Lis Alcantra pov's

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Lis Alcantra pov's

Os dias que se seguiram ao meu confronto com Gabriel foram um turbilhão de emoções. A dor da separação ainda estava fresca, e a vida na faculdade parecia um eco distante das minhas preocupações. Cada vez que cruzava com um conhecido, sentia um peso no peito, como se todos soubessem do meu coração partido. As aulas passaram a ser uma rotina mecânica, e eu me vi presa em um ciclo de pensamentos sobre o que havia ocorrido.

Em um desses dias, decidi sair para uma caminhada. O sol brilhava intensamente, mas a luz não conseguia penetrar a escuridão que eu sentia por dentro. Precisava de ar fresco, de um momento longe dos meus pensamentos sombrios. Caminhei pelo parque, observando as pessoas ao meu redor. Famílias, casais de mãos dadas, amigos rindo. Uma parte de mim ansiava por aquela normalidade que parecia tão distante.

Então, ao passar por um dos bancos, avistei alguém familiar: era Rafaella. Ela estava sentada, olhando para o horizonte, perdida em seus próprios pensamentos. Um impulso imediato de raiva me tomou, mas também uma curiosidade insaciável. O que ela estava fazendo ali? O que estava pensando?

Resolvi ignorá-la e seguir meu caminho, mas, quando estava prestes a passar, ela me chamou:

— Lis!

Me virei, hesitante. O que ela queria? A última coisa que eu queria era uma conversa com a ex de Gabriel. Mas, ao mesmo tempo, algo me dizia que evitar essa situação não era uma solução.

— Oi, Rafaella — respondi, mantendo um tom neutro.

— Você está bem? — perguntou, com um tom de preocupação que eu não esperava.

— Estou... tentando — disse, olhando para o chão.

Ela suspirou, como se estivesse tentando encontrar as palavras certas.

— Eu sei que isso tudo deve ser difícil. O Gabriel... ele sempre teve um grande coração, e eu não quero que você pense que eu estou aqui para causar problemas.

Minhas emoções estavam em um estado de alerta. Eu não sabia se poderia confiar nela, mas a sinceridade em sua voz me fez ouvir.

— É fácil falar isso, Rafaella. Mas você está na vida dele novamente, e eu sou quem está sendo deixada de lado. Como posso saber que você não vai interferir de novo?

Ela me encarou, e eu vi um brilho de compreensão em seus olhos.

— Eu não quero ser uma interferência. O que eu tive com Gabriel ficou no passado, e a verdade é que eu vim aqui para me reconectar comigo mesma. O que aconteceu entre nós não deve mais importar, e eu não estou aqui para fazer você sofrer.

Senti um misto de raiva e compaixão. Ela parecia genuína, mas não conseguia deixar de pensar na dor que me causou. Então, um pensamento passou pela minha mente: talvez o que eu precisava não era apenas entender Gabriel, mas também entender Rafaella.

— E o que você quer, então? — perguntei, desafiando-a.

Ela respirou fundo, como se estivesse se preparando para uma revelação.

— Eu quero que ele seja feliz. E, honestamente, eu percebi que a minha volta não tem a ver com ele, mas com eu mesma. Eu precisava me sentir livre de tudo isso, da culpa e das lembranças. Se ele escolher você, eu não vou interferir.

Suas palavras começaram a ressoar dentro de mim. Era hora de olhar para a situação de outra perspectiva. Em vez de ver Rafaella como uma rival, eu poderia enxergá-la como uma aliada em nossa luta pela felicidade de Gabriel.

— Você realmente acredita que ele pode ser feliz com outra pessoa? — perguntei, minha voz mais suave.

— Eu espero que sim. — respondeu Rafaella. — Todos merecem uma segunda chance, e às vezes, a verdadeira felicidade está em deixar as pessoas livres.

Ficamos em silêncio, cada uma processando suas próprias verdades. A conversa não era o que eu esperava, mas era necessária. Assim que me despedi dela e continuei minha caminhada, uma sensação de leveza começou a me invadir.

Eu ainda não tinha certeza do que o futuro reservava para mim e Gabriel, mas uma coisa estava clara: não poderia mais deixar que as escolhas dele determinassem meu valor ou meu destino.

Naquela noite, ao me deitar, percebi que o amor é complicado e muitas vezes envolve dores, mas também pode ser uma oportunidade para aprender e crescer. Independentemente do que acontecesse entre mim e Gabriel, eu precisava focar em mim mesma. O amor verdadeiro não se limita a possessividade ou competição; é sobre liberdade e crescimento mútuo.

Era hora de me reconstruir e entender que, acima de tudo, eu merecia ser feliz, com ou sem Gabriel em minha vida.

Entre Cicatrizes e Silêncios-GabigolOnde histórias criam vida. Descubra agora