Capítulo 36 - Pressão em Campo

11 0 0
                                    

Lis Alcantra pov's

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

Lis Alcantra pov's

A rotina de Gabriel havia se intensificado. Com o próximo jogo decisivo à frente, os treinos ficaram mais duros e a pressão aumentava a cada dia. Eu podia ver o peso nos ombros dele, mesmo quando ele tentava esconder. No campo, Gabriel era o líder, o jogador que todos contavam para salvar o time, mas fora dali, ele era só Gabriel — tentando conciliar um relacionamento em reconstrução e uma carreira que exigia mais do que ele podia oferecer naquele momento.

Eu o acompanhava em alguns treinos, sentando nas arquibancadas vazias enquanto ele e o time suavam sob o comando impiedoso do treinador. A tensão no ar era palpável. Cada passe, cada chute, era medido com precisão e rigor. Gabriel sabia que não podia errar. Mas, nos últimos dias, percebi que seu foco estava dividido.

Durante uma das sessões mais intensas, houve um momento em que Gabriel perdeu a concentração. Ele estava no meio de uma jogada crucial, mas seu passe saiu errado, e a bola foi interceptada pelo adversário. O treinador explodiu, interrompendo o treino com um apito estridente.

— Gabriel! — o treinador gritou, sua voz ecoando no estádio vazio. — Onde está sua cabeça?

Gabriel ficou parado por um momento, as mãos nos quadris, respirando fundo. Eu conseguia ver a frustração crescendo dentro dele. Ele sabia que tinha errado, mas o verdadeiro problema não era o erro em si. Era tudo o que vinha pesando em sua mente: nós, o passado, o futuro.

— Vamos de novo! — o treinador ordenou, mas Gabriel não se moveu.

Um dos colegas de time, que estava claramente no limite, se aproximou de Gabriel.

— Qual é, cara. Todo mundo está dando o máximo. Você precisa estar aqui com a gente.

O tom de crítica irritou Gabriel, que até aquele momento estava tentando manter a calma. Ele se virou bruscamente para o colega, o olhar cheio de raiva contida.

— Estou aqui, sim! — ele respondeu, a voz carregada de tensão. — Você não sabe pelo que estou passando.

— E daí? Todos nós temos problemas. Você acha que é o único? — o colega rebateu, claramente frustrado.

A troca de palavras escalou rapidamente, e antes que eu percebesse, Gabriel e o outro jogador estavam se encarando de forma ameaçadora, prontos para explodir. O treinador interveio, separando os dois, mas a tensão já havia se instalado.

Depois do treino, Gabriel veio até mim, ainda irritado. Ele não disse nada, mas seu olhar mostrava o quanto aquele dia tinha sido difícil. Quando estávamos finalmente sozinhos, ele desabou.

— Está tudo desmoronando, Lis — ele disse, a voz quebrada. — No campo, fora do campo. Sinto que não consigo equilibrar nada.

Eu o segurei, tentando oferecer o apoio que ele tanto precisava. — Você não está sozinho nisso. Eu estou aqui. Vamos enfrentar isso juntos.

Mas, no fundo, ambos sabíamos que os dias seguintes seriam uma verdadeira prova. O jogo estava próximo, e Gabriel teria que encontrar uma forma de lidar com a pressão. Eu só esperava que ele não se quebrasse antes disso.

Entre Cicatrizes e Silêncios-GabigolOnde histórias criam vida. Descubra agora