Capítulo 17: A Confrontação

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Lis Alcantra pov's

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Lis Alcantra pov's

Acordei naquela manhã com uma sensação de inquietação que não me deixava. A noite anterior havia sido um turbilhão emocional, e enquanto me arrumava para a faculdade, não consegui deixar de pensar em Gabriel e Rafaella. O beijo que presenciei ainda estava fresco na minha mente, uma lembrança que me cortava como um fio afiado.

Eu sabia que precisava confrontá-lo. Não podia mais viver à sombra das suas decisões, especialmente agora que ele havia decidido focar na carreira enquanto a ex-namorada reaparecia. Isso não era justo, e eu não seria uma mera figura de apoio em sua vida. Meu coração estava confuso, mas minha determinação era mais forte.

Depois das aulas, resolvi ir à casa de Gabriel. Eu sabia que ele estava em casa, se recuperando da festa da noite passada e, ao mesmo tempo, se preparando para um novo jogo. O caminho até lá foi uma mistura de nervosismo e ansiedade. O que eu diria a ele? Como ele reagiria?

Quando cheguei, o clima estava tenso. Gabriel estava na sala, cercado por garrafas de água e equipamentos de treino. Ele olhou para mim com um sorriso surpreso, mas logo percebeu que eu estava séria e seu sorriso diminuiu.

— Lis! — ele disse, se levantando e se aproximando. — O que você está fazendo aqui?

— Precisamos conversar, Gabriel. — respondi, cruzando os braços. — É sobre Rafaella.

Ele suspirou, como se já soubesse onde a conversa estava indo.

— Não é o que você está pensando, Lis. — ele começou, sua voz baixa e hesitante.

— Então me diga o que é, porque eu não entendo. Você me disse que queria focar na sua carreira, mas parece que a presença dela está te desviando do que você realmente quer. — respondi, tentando manter a calma. — Eu não posso ser apenas uma opção na sua vida enquanto você se deixa levar por ela.

Gabriel parecia estar lutando para encontrar as palavras. Ele se afastou um pouco, como se estivesse pensando em sua resposta, e então disse:

— Olha, Rafaella e eu temos um histórico, isso não pode ser ignorado. Mas o que tivemos no passado é passado. O que eu sinto por você é diferente.

— Então por que você não me escolhe? — retorqui, a frustração começando a transbordar. — Se você realmente quer algo comigo, por que está permitindo que ela entre na sua vida novamente?

Ele hesitou, seu olhar desviando para o chão.

— Eu não sei, Lis. Você sabe como a pressão do futebol é... e, com tudo que aconteceu, eu só quero ter um pouco de controle sobre minha vida. E talvez isso inclua um pouco de distração.

Aquelas palavras me atingiram como um soco no estômago. A ideia de que eu era apenas uma distração para ele era insuportável.

— Então é isso? Eu sou apenas uma "distração"? — perguntei, sentindo lágrimas se acumularem em meus olhos.

— Não, não é isso! — ele exclamou, se aproximando, mas eu me afastei. — Lis, eu me importo com você. Eu só...

— Você só o quê? Quer que eu entenda que está dividido entre a carreira e o passado? Eu não posso ser a mulher que espera enquanto você decide o que quer. Eu mereço mais que isso.

Ele parecia ter entendido o peso das minhas palavras. O silêncio que se seguiu foi ensurdecedor, e a tensão entre nós era palpável.

Eu podia ver em seus olhos que ele estava lutando com a realidade de sua situação. Uma parte dele queria me abraçar, me fazer sentir segura, mas outra parte estava presa a Rafaella, como se ela fosse um peso que ele não conseguisse soltar.

— Lis, eu só quero que você entenda... — ele começou de novo, mas interrompi.

— Não, Gabriel. Eu não quero que você me faça promessas vazias. Eu preciso saber o que você realmente quer. Se você prefere a Rafaella, que assim seja. Não posso ficar aqui esperando enquanto você se perde em dúvidas.

— Isso não é justo! — ele retrucou, claramente frustrado.

— Justo? — ri sarcasticamente, o amargo subindo à minha garganta. — O que é justo, Gabriel? Você me chama para sua vida e, em seguida, permite que a sua ex-namorada entre como se não significasse nada?

Ele ficou em silêncio, incapaz de responder. A verdade é que ele não tinha uma resposta.

— Eu não posso ficar aqui. Preciso ir. — disse, a voz tremendo, enquanto me dirigia à porta.

Antes que eu pudesse sair, ele me segurou pelo braço.

— Lis, por favor. Não vá.

Mas eu não podia mais ficar. A dor era insuportável, e eu precisava da minha liberdade, mesmo que isso significasse deixá-lo para trás.

Saí pela porta, o coração partido, e a única coisa que consegui pensar foi em como tudo havia mudado. A ilusão de um amor que poderia superar tudo estava se desfazendo. A raiva e a tristeza misturavam-se em meu peito, e eu não sabia como seguir em frente.

No fundo, eu ainda amava Gabriel, mas não podia ser a única a lutar por um relacionamento que ele parecia não estar pronto para ter. As lágrimas escorriam pelo meu rosto enquanto eu caminhava, a determinação dando lugar à desilusão. Eu precisava me encontrar, longe das incertezas que ele trazia para minha vida.

A única coisa que eu sabia era que não poderia mais ficar à mercê das escolhas de outra pessoa. Era hora de começar a reconstruir minha própria história, mesmo que isso significasse deixar o homem que eu amava para trás.

Entre Cicatrizes e Silêncios-GabigolOnde histórias criam vida. Descubra agora