Capítulo 25:Reencontrando o Equilíbrio

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Lis Alcantra pov's

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Lis Alcantra pov's

Os dias passaram em um turbilhão de emoções desde que pedi um tempo para Gabriel. A decisão de me afastar dele não havia sido fácil, mas uma parte de mim sabia que era necessária. Quando a dor se torna insuportável, é preciso recuar para reavaliar o que realmente queremos, e foi exatamente isso que eu precisava fazer.

O sol entrava pela janela do meu quarto, mas eu ainda estava deitada na cama, envolta em um manto de lençóis e pensamentos pesados. O silêncio era reconfortante, mas ao mesmo tempo ensurdecedor. Cada manhã me lembrava do que havia perdido e do que ainda estava lutando para preservar. Gabriel sempre foi uma parte tão importante da minha vida, e agora, essa ausência me deixava confusa.

Decidi que precisava de um momento de clareza. Levantei-me e, apesar da resistência do meu corpo, me vesti e fui até o parque onde costumávamos passar as tardes. O lugar estava cheio de vida: crianças brincando, casais rindo e famílias reunidas. Mas, para mim, tudo parecia distante e nebuloso. Eu estava em um espaço entre o passado e o futuro, tentando descobrir onde exatamente me encaixava.

Caminhei por algumas trilhas, observando os detalhes ao meu redor — as flores desabrochando, o canto dos pássaros, o aroma da grama molhada. Era fácil se perder na beleza do momento, mas a verdade que eu não podia ignorar era que eu estava lutando contra a dor que havia se instalado em meu coração.

Encontrei um banco vazio e me sentei, fechando os olhos e respirando fundo. Tentei me conectar com o presente, mas as lembranças de Gabriel eram como sombras que dançavam na minha mente. Lembrei-me das risadas que compartilhamos, dos momentos que pareceram tão perfeitos, mas também dos silêncios desconfortáveis que se arrastaram entre nós.

"Eu preciso de tempo", era o que eu dizia a mim mesma, mas a verdade é que esse tempo estava me empurrando para um abismo de incertezas. O que exatamente eu estava tentando descobrir? O que eu queria para o meu futuro? O que significava realmente amar alguém?

Enquanto refletia, comecei a perceber que minha tristeza não vinha apenas da distância entre mim e Gabriel. Havia uma parte de mim que se sentia perdida em sua própria identidade. Eu tinha me concentrado tanto em ser a parceira perfeita para ele que havia esquecido de cuidar de mim mesma. E talvez, essa fosse a lição que eu precisava aprender: o amor verdadeiro começa com o amor-próprio.

Levantei-me do banco com um novo propósito. O sol estava se pondo, e a luz dourada envolvia tudo ao meu redor, como um sinal de que era hora de deixar a escuridão para trás. Precisava me reconectar com quem eu era, com o que realmente me fazia feliz.

Nos dias seguintes, comecei a buscar atividades que me trouxessem alegria. Envolvi-me em aulas de pintura, algo que sempre quis fazer, mas nunca tive coragem de tentar. A cada pincelada, sentia um pedaço da dor se dissipar. A arte se tornou uma forma de expressar o que eu não conseguia colocar em palavras. Cada tela que preenchia com cores vibrantes era um passo em direção à minha própria liberdade.

Convidar amigos para saídas também foi uma forma de me reconectar. Eu me lembrei de que, apesar do que estava acontecendo entre mim e Gabriel, eu tinha uma vida além dele. Rimos, conversamos e dancei até as primeiras horas da manhã, e aos poucos, fui percebendo que a vida continuava, com ou sem ele ao meu lado.

No entanto, havia momentos em que a saudade apertava, e o desejo de conversar com Gabriel me consumia. Eu queria saber como ele estava, como se sentia após aquela derrota dolorosa no Maracanã. Mas, por outro lado, uma voz dentro de mim sussurrava que eu precisava respeitar o espaço que criamos.

Uma noite, enquanto caminhava em casa, meu celular vibrou. Era uma mensagem dele. Meu coração disparou. Tive medo de abrir, medo de que as palavras pudessem trazer de volta as inseguranças e as feridas. Mas eu também sabia que não poderia ignorar o que ele tinha a dizer.

Com um pouco de hesitação, abri a mensagem e li:

"Eu entendo, Lis. Se você precisa de tempo, eu respeito isso. Não é fácil pra mim, mas eu quero que você fique bem. Quando estiver pronta, estarei aqui."

As palavras dele, embora simples, trouxeram um misto de conforto e dor. Ele estava respeitando o espaço que eu havia pedido, mas a certeza de que ainda havia uma luz entre nós me fez sentir um calor no peito.

Por mais que o caminho à frente parecesse incerto, naquele momento, eu percebi que estava começando a me encontrar novamente. E, talvez, essa fosse a chave para que, um dia, eu pudesse reescrever a nossa história — mas, dessa vez, a partir de um lugar de amor-próprio, onde eu poderia ser eu mesma, com ou sem Gabriel.

A mensagem o fez aparecer em minha mente novamente, mas ao invés de dor, senti uma onda de esperança. O amor pode ser complicado, mas também é a força que nos faz querer lutar. E, quem sabe, esse tempo separado não fosse o que realmente precisávamos para nos reencontrar, não apenas como um casal, mas como indivíduos completos.

Entre Cicatrizes e Silêncios-GabigolOnde histórias criam vida. Descubra agora