Capítulo 11: Encontros e Desencontros

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Lis Alcantra pov's

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Lis Alcantra pov's

A ansiedade pulsava em meu peito enquanto eu esperava por Gabriel. Cada tique-taque do relógio parecia ecoar, cada movimento da cidade lá fora me distraía, mas minha mente permanecia fixada na imagem dele. A expectativa misturada ao medo tornava tudo ainda mais complicado. O que ele diria? O que eu diria? E, mais importante, conseguiríamos finalmente ter uma conversa sincera sobre nós?

Quando a campainha tocou, meu coração quase parou. Levantei-me rapidamente, ajeitando o vestido uma última vez antes de abrir a porta. Ele estava ali, com um sorriso que fez meu estômago se contorcer, uma mistura de felicidade e insegurança. Havia algo nos olhos dele que eu não conseguia decifrar — talvez um toque de nervosismo ou uma sombra de incerteza.

— Oi, Lis — disse ele, sua voz baixa e suave. — Posso entrar?

Eu acenei com a cabeça, dando espaço para que ele passasse. Assim que a porta se fechou atrás de nós, a atmosfera mudou. Um silêncio carregado de expectativa se instalou no ar, e eu me vi lutando para encontrar as palavras certas. Não queria parecer desesperada, mas a verdade era que eu estava.

Sentamos no sofá, e a tensão era palpável. Eu o observava enquanto ele parecia se perder em seus pensamentos. O que estaria passando pela cabeça dele? Eu desejava que ele falasse, que começasse a conversa, mas ele permaneceu em silêncio. Esse silêncio começou a me incomodar.

— Gabriel, sobre a última vez que nos falamos... — eu comecei, mas ele me interrompeu.

— Lis, eu preciso te dizer algo. — A seriedade em sua voz fez meu coração acelerar. — Eu estive pensando muito sobre nós.

Eu respirei fundo, segurando a ansiedade. A última vez que ele havia dito algo assim havia me deixado em frangalhos. Mas, ao mesmo tempo, havia uma esperança ardente em mim.

— Eu também estive pensando — respondi, tentando ser firme. — Sobre tudo isso.

Ele olhou para mim, como se estivesse avaliando o que eu havia dito, e finalmente respirou fundo, como se estivesse se preparando para compartilhar algo pesado.

— Eu... eu realmente não sei o que fazer. A pressão, a mídia, tudo isso tem sido muito difícil para mim. — Ele começou, seu olhar desviando para o chão. — E eu sinto que te machuco. Eu não queria isso.

Ouvir isso de Gabriel fez meu coração despedaçar. Ele estava tão preso em suas próprias batalhas que não conseguia ver o quanto eu estava disposta a lutar por nós. Ele falava sobre pressão e dor, mas e eu? E o que eu sentia? O quanto eu me esforçava para entender sua dor enquanto a minha também crescia?

— Gabriel, eu entendo que você está sob pressão, mas você não precisa carregar tudo isso sozinho. Eu estou aqui. Sempre estive. — A emoção começou a escorregar na minha voz, mas eu continuei. — Nós podemos enfrentar isso juntos.

Ele me encarou, e a dor nos olhos dele me deixou mais nervosa. Era como se eu estivesse tentando atravessar um campo minado, cada palavra que eu dizia poderia levá-lo a se fechar ainda mais.

— Você não entende. Eu sou o quebra-corações, Lis. A mídia me chama assim por uma razão. Eu não sou a pessoa que você acha que eu sou.

— Então quem você é, Gabriel? — perguntei, a frustração começando a transparecer. — Você é o homem que diz que se importa comigo, mas depois some. Você é o homem que se afasta quando as coisas ficam difíceis? Ou você é o homem que me disse que nunca amaria outra mulher como me ama?

Ele hesitou, os olhos fixos nos meus. Havia algo em sua expressão que parecia uma luta interna. Uma parte dele queria se abrir, mas outra parte estava paralisada pelo medo.

— Lis, eu... — começou ele, mas não conseguiu terminar.

O silêncio se estendeu entre nós, um abismo que parecia impossível de atravessar. Eu queria que ele falasse, que se liberasse de suas correntes, mas eu também sabia que o amor não poderia ser forçado. Eu não poderia obrigá-lo a ser alguém que não estava pronto para ser.

— Eu não estou pedindo que você se torne algo que não é, Gabriel. Estou pedindo para que você seja honesto comigo. E, se você não pode me dar o que eu preciso, então talvez nós dois precisemos reconsiderar o que estamos fazendo. — Minhas palavras eram uma faca de dois gumes, cortando em direção ao coração da nossa relação.

Ele se afastou um pouco, como se minhas palavras o tivessem atingido de forma dolorosa. Sua expressão era uma mistura de tristeza e confusão. O Gabriel que eu conhecia parecia tão distante, tão escondido por trás das paredes que ele havia construído ao seu redor.

— Eu não quero te perder, Lis — disse ele finalmente, e sua voz era um sussurro.

Essas palavras trouxeram uma onda de esperança. Era um reconhecimento do que nós dois tínhamos construído, mesmo que ainda fosse frágil.

— Então, vamos tentar. Vamos ser honestos um com o outro, mesmo que isso doa. Eu não quero que você se sinta sobrecarregado. Eu só quero que você saiba que eu estou aqui, disposta a te apoiar. — A sinceridade em minha voz pareceu ressoar no ambiente.

Gabriel me olhou nos olhos, e pela primeira vez em muito tempo, percebi uma faísca de algo mais profundo em seu olhar — vulnerabilidade.

— Eu não sei como fazer isso — ele disse, sua voz carregando uma fragilidade que eu não havia visto antes.

— E está tudo bem. Nós vamos descobrir isso juntos. A vida é uma jornada, e, com você ao meu lado, quero experimentar cada momento, não importa quão difícil seja. — Sorri para ele, tentando mostrar que eu estava pronta para enfrentar os desafios que viriam, desde que estivéssemos juntos.

O clima entre nós começou a mudar, e a tensão foi substituída por um leve ar de esperança. Gabriel começou a se aproximar, e meu coração disparou com a possibilidade de que, talvez, ainda houvesse um caminho a ser trilhado.

Nos aproximamos mais um do outro, e o mundo ao nosso redor parecia desaparecer. Por um breve momento, o peso da pressão e da dor parecia se dissipar. Ele não era apenas um jogador de futebol famoso ou um quebra-corações; ele era Gabriel, o homem que eu amava, e eu estava disposta a lutar por ele, mesmo que isso significasse enfrentar nossas inseguranças.

Quando nossos lábios se tocaram, um arrepio percorreu minha espinha. Era uma mistura de amor, saudade e esperança. No entanto, também havia uma sombra de dúvida, mas decidi ignorá-la por enquanto. Hoje, eu queria acreditar que tudo ficaria bem, que estávamos no caminho certo.

Após alguns instantes, Gabriel afastou-se levemente, como se estivesse buscando a confirmação nos meus olhos. O calor de sua presença era reconfortante, e eu sabia que, independentemente de onde nossa jornada nos levasse, ainda havia uma centelha de amor entre nós, uma luz que poderia nos guiar através das dificuldades.

— Vamos tentar de novo — disse ele, um sorriso tímido se formando em seus lábios.

E, naquele momento, percebi que, apesar de todos os desafios, eu ainda acreditava em nós. O amor não era uma estrada fácil, mas era uma estrada que eu estava disposta a percorrer. E, se Gabriel estivesse disposto a dar o mesmo passo, talvez ainda pudéssemos encontrar nosso caminho.

Entre Cicatrizes e Silêncios-GabigolOnde histórias criam vida. Descubra agora