Capítulo 35 - Cicatrizes Invisíveis

12 0 0
                                    

Lis Alcantra pov's

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

Lis Alcantra pov's

A manhã começou silenciosa, como se o mundo lá fora estivesse nos concedendo uma pausa temporária para processar tudo. Acordei antes de Gabriel, observando seu rosto relaxado enquanto dormia. Por um breve momento, senti uma paz que há muito tempo não sentia. Mas, mesmo assim, algo ainda pairava no ar, como uma sombra que nunca se desfaz completamente. Eu me levantei, indo até a janela para observar o dia nascer. Aquele momento deveria ser perfeito, mas em meu peito, as cicatrizes invisíveis ainda ardiam.

Nos últimos meses, passamos por altos e baixos. A reconciliação com Gabriel trouxe felicidade, mas também um medo constante de que o passado voltasse a nos assombrar. O que Rafaella disse, as inseguranças que surgiram em mim — todas essas feridas ainda estavam abertas, mesmo que Gabriel tentasse a todo custo fechar cada uma delas com seu amor e dedicação.

A brisa da manhã tocou meu rosto, e meus pensamentos vagaram para o futuro. Como seria viver sem medo? Como seria confiar plenamente novamente? Minha mente ainda me prendia em círculos de incerteza. No fundo, eu sabia que Gabriel me amava, mas também sabia que os fantasmas que construí ao longo dos anos não desapareceriam tão facilmente.

Senti uma mão suave tocar minhas costas, e me virei para encontrar Gabriel me observando com preocupação nos olhos.

— Tudo bem? — ele perguntou, com aquela voz tranquila que sempre me acalmava.

Eu sorri levemente, mas sabia que ele veria através do meu disfarce. — Só... pensando em tudo, tentando processar o que aconteceu entre nós e o que ainda pode acontecer.

Ele suspirou e me puxou delicadamente para perto dele, envolvendo-me em seus braços. — Lis, sei que não será fácil. Eu cometi erros, e sei que esses erros te marcaram. Mas estou aqui, disposto a fazer o que for preciso para que possamos seguir em frente. Eu te amo, e vou continuar provando isso.

Eu me deixei afundar no conforto de seu abraço, mas parte de mim ainda se sentia distante. As palavras de Rafaella, as dúvidas sobre o futuro, tudo isso ainda estava presente. Eu queria acreditar que podíamos superar, que a confiança podia ser restaurada por completo. Mas, naquele momento, percebi que seria um processo longo — um processo que ambos teríamos que enfrentar juntos, sem pressa.

Enquanto o dia nascia e o sol iluminava o quarto, fiz uma promessa silenciosa a mim mesma: eu tentaria. Daria a nós dois a chance de reconstruir, mesmo que as cicatrizes permanecessem. Porque, no fundo, eu sabia que o amor que tínhamos merecia essa tentativa.

Entre Cicatrizes e Silêncios-GabigolOnde histórias criam vida. Descubra agora