Capítulo 32:Encerrando Ciclos

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Gabriel Barbosa pov's

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Gabriel Barbosa pov's

O silêncio entre nós, naquele momento na janela, pesava mais do que eu queria admitir. As palavras de Lis ecoavam na minha cabeça, e eu sabia que ela estava certa. Não era suficiente prometer; eu precisava provar a ela — a nós dois, na verdade — que eu estava pronto para abrir cada parte de mim, por mais difícil que fosse.

Depois daquela conversa, a noite se passou lentamente. Dormimos lado a lado, mas a distância emocional ainda estava ali, pairando sobre nós. Na manhã seguinte, quando Lis saiu para o trabalho, fiquei em silêncio, encarando o teto por um longo tempo. Eu tinha que fazer algo, mudar de verdade.

Peguei o telefone e abri a lista de contatos. Havia uma ligação que eu vinha adiando por tempo demais. Meu dedo pairou sobre o nome de Rafaella. Desde a nossa última conversa, algo em mim sabia que esse capítulo precisava de um ponto final definitivo. Eu não podia continuar com Lis enquanto uma parte do meu passado ainda pairava como uma sombra. Respirei fundo e apertei "ligar".

Ela atendeu rapidamente, e a familiaridade em sua voz me fez sentir uma leve pontada de nostalgia. Era estranho como alguém que significou tanto um dia agora parecia parte de uma outra vida.

— Gabriel? — Ela disse, surpresa. — Achei que não fosse me ligar mais.

— Precisamos conversar — eu disse, direto. Não tinha mais espaço para rodeios. Eu sabia que precisava resolver isso de uma vez por todas. — Pode me encontrar hoje?

Houve uma breve pausa do outro lado da linha.

— Claro, me diga onde.

Combinamos de nos encontrar em um café que ficava um pouco afastado do centro. Quando cheguei, Rafaella já estava lá, sentada em uma mesa no canto. Ela me viu e sorriu, mas eu percebi que o sorriso não tinha o mesmo brilho de antes. Talvez ela também soubesse que essa conversa seria um encerramento.

Sentei em frente a ela, e por um momento, o silêncio pairou entre nós. Era estranho estar ali, frente a frente com alguém que havia sido tão importante para mim, sabendo que essa era a última vez que falaríamos sobre o que já foi.

— Então, sobre o que é isso? — Ela perguntou, quebrando o silêncio.

— Eu preciso ser honesto com você, e com Lis, e comigo mesmo — comecei, sentindo o peso das palavras antes mesmo de pronunciá-las. — O que tivemos... já não existe mais. E eu preciso deixar isso claro, tanto para você quanto para mim.

Rafaella olhou para mim por um momento, avaliando minhas palavras. O silêncio dela me deixou inquieto, mas eu sabia que era necessário dizer tudo aquilo.

— Eu percebi isso quando falei com Lis — ela finalmente disse, sua voz suave, mas firme. — Desde aquela conversa, eu entendi que eu fazia parte de um capítulo que já deveria ter terminado. Eu só não sabia como aceitar isso até agora.

Assenti, sentindo um misto de alívio e tristeza. Não era fácil encerrar algo que tinha sido uma parte tão grande da minha vida, mas era necessário.

— Eu quero que você seja feliz, Gabriel — continuou ela, um sorriso melancólico no rosto. — E eu sei que isso não é mais comigo. Talvez nunca devesse ter sido.

Aquelas palavras, apesar de duras, me trouxeram uma clareza que eu não tinha tido até então. Rafaella também estava pronta para seguir em frente. Era hora de cada um trilhar seu próprio caminho.

— Obrigado por entender — eu disse, sincero. — E eu realmente espero que você também encontre o que está procurando.

Nos despedimos com um abraço rápido. Não havia mais mágoa, nem ressentimentos. Apenas a aceitação de que o passado, por mais importante que tivesse sido, não poderia mais nos definir.

Ao sair do café, senti o ar fresco da tarde me envolver. Algo dentro de mim parecia mais leve. Eu sabia que aquele passo era crucial para o que viria a seguir.

Dirigi até o apartamento de Lis, a cabeça cheia de pensamentos sobre tudo o que estava acontecendo. Quando cheguei, ela ainda não tinha voltado do trabalho. Fiquei no sofá, pensando em como compartilhar isso com ela. Não queria que fosse apenas mais uma conversa superficial. Eu queria que ela soubesse que agora, mais do que nunca, eu estava pronto para estar totalmente presente.

Quando Lis chegou, cansada mas com aquele brilho natural que sempre me encantava, eu me levantei. Ela me olhou com curiosidade, percebendo que eu tinha algo importante para dizer.

— Eu resolvi tudo com Rafaella — comecei, indo direto ao ponto. — Eu sei que demorei, mas precisava fazer isso da maneira certa. Não há mais nada do passado me segurando. E agora... eu quero focar totalmente em nós. Quero construir algo real, sem reservas.

Ela me observou por um momento, seus olhos procurando alguma verdade oculta nas minhas palavras. Depois de um longo silêncio, Lis sorriu, um sorriso pequeno, mas cheio de significado.

— Isso significa muito, Gabriel. De verdade. Mas você sabe que ainda temos que trabalhar em nós dois, certo? — Ela disse, sua voz suave mas firme.

— Eu sei — respondi, aproximando-me dela. — E estou pronto para isso. Estou aqui, de verdade, para o que vier.

Ela assentiu, e, naquele momento, senti que estávamos começando de novo. O caminho à nossa frente ainda era incerto, mas agora, eu tinha a certeza de que não estava mais sozinho nesse percurso.

E ali, enquanto segurava sua mão, eu soube que estávamos prontos para reescrever nossa história. Desta vez, sem fantasmas do passado.

Entre Cicatrizes e Silêncios-GabigolOnde histórias criam vida. Descubra agora