Capítulo 39

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ARIELLA

Soltei uma gargalhada, meus cabelos espalhados pelo meu rosto e eu tentando afastar para não entraram na minha boca.

— A senhora está ficando maluca, vovó? — Ri. — Nao é possível que o Tristan tenha se divorciado de mim, vocês estão loucos, eu vou embora daqui — quando tentei passar por ela, a mesma bloqueou minha passagem. — Será que a senhora pode me deixar passar? — Grito, começando a ficar histérica. — Será que dá para vocês entenderem que sou uma mulher adulta e não sou responsabilidade vossa? Será que dá para perceberem isso? Eu quero ir embora daqui! — Grito mais alto, além de loucos eles estão ficando surdos.

— Filha, sua avó ... — empurro a mão do meu pai que tocou meu ombro.

— Não me chame de filha, voc...

— Ariella, sua avó está falando a verdade! — Ele me interrompe, engulo em seco e me concentro nele.

— Ok. Já deu por hoje.

— Nós encontramos com Tristan Falcone essa tarde e ele assinou os documentos do divórcio. — Franzo as sobrancelhas, meu coração começando a bater forte. — Lewis... — meu pai estala os dedos para meu irmão que pega uma pasta e tira de lá um documento, ele me entrega e seguro com as mãos trêmulas, é um pedido de divorcio, na parte do nome do Tristan está assinado.

Dou risada.

— Falso. Isso é falso, vocês fazem qualquer coisa para me manterem aqui, quem forjou essa assinatura? Foi você Lewis? Você papai? Seus homens? Por favor, de jeito nenhum Tr..

— Quando Tristan Falcone chegou em Wallace pela primeira vez ele veio ter comigo e sugeriu que eu vendesse o palácio para ele — respiro e olho para meu pai. — Obviamente eu não aceitei sua ordem e ele disse que iria atacar onde mais doeria em mim. Por isso ele se casou com você, Ariella.

Balanço a cabeça em negação.

— Por favor. Eu ofereci o palácio para o Tristan em troca dele me proteger do Gavin — minha avó ri.

— Ariella, você não tem direitos nenhum sobre os bens enquanto seu pai e eu estivermos vivos. Mesmo se você oferecesse um simples relógio para o Tristan, se estivesse no nome Roux. Ainda precisaria da minha permissão para ele ter acesso — minha garganta aperta quando engulo.

— O que você está querendo dizer com isso? — sussurro.

— Como eu disse, estivemos almoçando com o Tristan mais cedo. Ele se divorciou de você em troca do palácio. — conta papai.

— Isso não é verdade — digo com a voz quase surda.

— Ele também autorizou que colocássemos o nome dele no artigo que desmente que vocês alguma vez se envolveram. — Conta vovó.

A angústia começa a se enraizar no meu peito, uma mão invisível apertando meu coração até ele parecer que ia estourar. Minha mente se recusava a aceitar as palavras da minha avó.

— Não — Sussurro.

As palavras ricocheteavam minha cabeça, distorcidas e surreais, enquanto o sangue rugia em meus ouvidos. A sala ao meu redor começou a girar levemente, os contornos das paredes e rostos tornaram-se borrões e minhas mãos tremiam, os dedos buscando algo, qualquer coisa, para agarrar enquanto o mundo desmoronava em silêncio.

O ar parecia rarefeito, e a cada tentativa de respiração, uma pressão sufocante apertava meu peito tornando impossível encher os pulmões. Senti minhas pernas vacilarem, ameaçando ceder sob o peso da revelação, mas me forcei a permanecer firme, mesmo quando minha vista ficou turva com lágrimas, meu corpo parecia dividido entre lutar e fugir, cada músculo tenso como uma corda prestes a romper.

SWEET NIGHTMAREOnde histórias criam vida. Descubra agora