Capítulo 43

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TRISTAN

Dois dias atrás quando Marcus disse para o encontrar no campo de golfe, eu não pude, então remarcamos para hoje e sinceramente? Deveria ter inventado uma desculpa.

— Deus do céu — murmurei, o sol batendo no meu rosto me obrigando a colocar os óculos, Marcus sorrio.

— Vai dar tudo certo cara, relaxa. — ele pisca e deixa cair seus óculos sobre os olhos. — Vamos jogar? — Segura o taco de golfe.

— Marcus, eu mal sei jogar essa merda — murmuro.

— E daí cara? Apenas bate a bola para cair no buraco — ele dá um sorrio malicioso.

— Não estamos na primeira série — ele ri me fazendo rir. — Marcus? Honestamente, por que estamos aqui?

— Calma, jogue.

O céu estava absurdamente azul é cheia de nuvens, ainda estava me perguntando como deixei Marcus me arrastar pra cá. Bastava olhar para ele, todo cheio de si, com aquela camisa ridícula e um boné combinando parecendo um personagem saído de uma propaganda de algo que eu jamais compraria. Ele sorria, segurando o taco como se fosse uma extensão do braço, enquanto eu ainda tentava entender como diabos essa coisa funcionava.

— Tristan, isso é simples — diz rindo enquanto me mostra a postura correta. Simples para ele, que acerta a bola como se tivesse nascido com um taco na mão. Eu, por outro lado, tinha vontade de jogar a bola direto no lago, só para acabar com isso.

Na primeira tacada, ele lança a bola a uns bons metros e me olha, todo satisfeito.

— Sua vez — seguro o taco, posiciono os pés como ele disse e balanço, tentando acertar. O resultado? A bola ainda estava lá. Marcus ri, mas tenta disfarçar, dizendo algo como 'É a prática, você vai pegar o jeito', reviro os olhos.

Lá pela terceira tentativa, consegui fazer a bola rolar alguns metros. Só que Marcus tinha o dom de transformar aquilo em algum tipo de filosofia de vida: 'Golfe é sobre paciência e precisão, Tristan. É quase uma meditação.' Eu só o encarei, segurando uma resposta sarcástica, mas me rendi e fui atrás da bola, pensando que 'paciência' e 'golfe' definitivamente não combinavam comigo.

A cada nova tacada, Marcus continuava com aquelas lições disfarçadas, falando sobre 'respirar fundo', 'encontrar o centro de equilíbrio', e eu quase perdi a cabeça. No entanto, em algum momento, quando finalmente acertei a bola e ela voou uma distância decente, vi que ele olhou para mim, meio orgulhoso, como se eu tivesse passado por um grande teste.

Quando chegamos ao último buraco, eu já estava exausto, mas Marcus estava radiante, dizendo que deveríamos fazer isso mais vezes. Ele só não sabia que eu tinha feito um pacto comigo mesmo: nunca mais permitir que ele me arrastasse para um campo de golfe.

— Agora disso é o que estou falando. — ele diz. — Venha. — Depois do que parecia uma eternidade no campo de golfe, Marcus me arrasta para o lounge do clube. Era um lugar calmo, com cadeiras de couro e quadros de paisagens no estilo de alguma galeria clássica, mas o clima estava longe de ser amistoso.

— Ei! — Marcus segurou o ombro de um homem que se virou bruscamente, minhas sobrancelhas levantaram quando registrei Lewis Roux, ele engoliu em seco. — Prazer, Marcus Berlingam. Advogado do Tristan

Lewis olhou ao redor, nervoso, parece que ele sabia o que estava por vir.

— Am... hum.. eu devo alguma coisa? — sua risada soou nervosa, Marcus puxou uma cadeira com seu pé e empurrou Lewis lá.

— Acho que sabe.. — Marcus me cutucou, olhei para ele sem saber o que fazer e ele arregalou os olhos como se eu já devesse saber o que fazer, suspirei.

SWEET NIGHTMAREOnde histórias criam vida. Descubra agora