Epílogo

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Emma Falcone

Faço um biquinho no espelho verificando se o gloss foi suficiente, não satisfeita eu coloco mais uma camada.

— Ew, você parece uma lagartixa.— Mayir diz franzido o nariz.

— Cala a boca seu cabeça de tartaruga. —  me viro para ele que está parado no batente da porta do meu quarto. — E quem te deu autorização para entrar no meu quarto? — pergunto, ele me olha de cima a baixo.

— Essa saia está muito curta, vai trocar! — diz, levanto as sobrancelhas incrédula.

— Você está louco? Eu sou a irmã mais velha, você não me diz o que fazer. — digo.— Além do mais, quem está mal vestido aqui é você. — aponto para seu uniforme escolar desengonçado, sua camisa não aprumada e gravata mal colocada, ele tem as mangas arregaçadas até aos cotovelos e os primeiros botões abertos, seu cabelo também está uma bagunça.

— Isso se chama estilo pequena. — meu irmão se aponta. — Já isso — ele aponta para minha roupa — Você parece uma vadia que necessita de atenção masculina — ele diz antes de se retirar, de facto minha saia é curta pois eu uso ela desde meus quinze anos e fiquei um pouco mais alta agora, sem contar que minha bunda cresceu, graças a Deus, não aguentava mais ser a garota com menos bunda das minhas amigas.

— O quê? — grito para meu irmão que está descendo as escadas em uma corrida — Retire o que você disse agora mesmo — ele já está descendo o segundo andar, eu ainda estou no terceiro. — Mayir! — chamo em um grito.

Correndo até a enorme sala de jantar, meu irmão já está sentado na mesa com papai e mamãe.

— Bom dia filha — minha mãe cumprimenta com um sorriso doce.

— Papai o Mayir me chamou de vadia — queixo apontando e ele franze as sobrancelhas.

— Que mentira pai, eu só disse para ela trocar essa saia curta — ele queixa de volta, meu pai encara meu uniforme.

— Seu irmão está certo, vá trocar isso — ele diz e eu balanço a cabeça em negação.

— Não tem como, eu não tenho outra — me sento ao lado dele de frente para mamãe — e eu disse que ele me chamou de vadia, você não vai fazer nada? — cruzo os braços.

— É mentira pai. — ele diz. — Ela só quer para o senhor me dar bronca. — Mayir diz.

— Mamãe? — tento.

— Esse iogurte de frutas está uma delícia não? — ela sorri e coloca uma colherada na boca.

— Ah! — coloco a mão no coração — Eu já não sou mais vossa princesa? Vocês já nem me escutam! — cruzo os braços em birra.

— Você é a filha mais velha. — Mayir pica um pedaço de manga. — Você deveria me dar exemplo, eu sou um príncipe. — ele joga os ombros.

— Eu sou primogénita! — bato o pé.

— Eu sou herdeiro querida, eu sou mais valioso que você princesa!

— Já chega! — meu pai diz. — Vocês não podem ter uma manhã sem birras — faço beicinho para meu pai enquanto Mayir da um sorriso diabólico dele.

SWEET NIGHTMAREOnde histórias criam vida. Descubra agora