Capítulo 47

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ARIELLA

Os dias passavam e pareciam que eu estava vivendo em um loop.

Acordar, academia com Stella, café, almoço com Alexandre, compras, pedidos de desculpas de papai e mamãe, choro, pensar em Tristan, sonhar com Tristan dizendo que me ama, acordar de madrugada e lamentar minha existência.

Agora estava no último estágio, lamentando minha existência, me perguntando porquê meus pais insistiram em ter mais um filho se fosse para me tratar desse jeito, as vezes eu só queria saber onde errei? Esse pensamento me faz rir porque eu sei exatamente onde errei.

Segundo eles, obviamente.

A porta do meu quarto foi levemente aberta e eu ergui uma sobrancelha espiando sobre o travesseiro que estava abraçando, registrei a figura de mamãe em um pijama de seda branco e longo, seus cabelos estavam soltos caindo em seus ombros, ela estava descalça entrando sorrateiramente.

— Mãe? — a mesma se assustou colocando a mão no peito.

— Ari... desculpa, não sabia que estava acordada. — Acendo a luz do abajur e vejo ela por completo, seus olhos estão vermelhos como se ela estivesse chorando, suas mãos também estão sujas de tinha seca. Quero perguntar o que houve, quero seu abraço, quero contar o que estou sentindo, mas vai adiantar?

— O que faz aqui? — pergunto no tom mais frio que consigo, ela suspira e senta na beira da minha cama.

— Não faço a menor ideia — sussurra olhando para as portas do meu closet. — Só quis sentir seu cheiro... quis ver minha pequena dormindo, já que... — sorri. — Já que ela me odeia agora.

— Eu não odeio você mamãe — digo firme, ela se vira para mim e seu olhar faz meu coração pesar. — mas se você veio aqui para se vitimizar, vai embora, por favor. — mamãe nega e se aproxima. — Vai embora.

— Desculpa... — Ela me abraça. — Desculpa, por favor não me afasta. — ela chora, eu também.

— Mamãe. — me encolho, mamãe se senta direito na minha cama e eu fico em posição fetal entre seu colo, choramos juntas enquanto nos abraçamos forte, as palavras que uma quer dizer a outra sendo sustentadas por aquele abraço.

O sol começou a nascer e nós duas ainda estavam acordadas aninhadas umas às outras até que a porta se abriu novamente e meu pai entrou.

— Grande exclusão. — ele caminha até minha cama, beija minha testa e fica por trás de mamãe a abraçando, Lewis entra a seguir e deita praticamente em cima de nós.

Meu coração enche de alegria nesse momento, esqueco de todos os problemas e todas as dores que sinto foram eles que me causaram. Só falta William, Vlad e Amareli para completar.

— Me perdoem, meus amores — papai sussurra e sinto seus braços apertarem os de mamãe que consequentemente apertam os meus. Fecho meus olhos e aproveito a sensação.

[...]

Dois dias depois, é minha viagem pra frança para o leilão que Alexandre me convidou, minha relação com meus pais e meu irmão mudou, não que esteja tudo bem e pacífico entre nós, mas há um acordo de paz não dito, agora só tenho que fingir que minha avó não existe, casar com Alexandre e me sentir triste para o resto da vida porque o homem que eu amo escolheu uma mansão em vez de mim.

— Alexandre, obrigada por convidar minha neta, muito gentil da sua parte — vovó diz com um falso sorriso, estou me despedindo deles visto que vou ficar o final de semana na frança.

— Não há de quê, Senhora Roux, Ari e eu casaremos em breve, precisamos nos acostumar um com o outro. — sorrio sem jeito.

— Bem, divirtam-se e comportem-se — meu pai diz, especialmente para Alexandre.

SWEET NIGHTMAREOnde histórias criam vida. Descubra agora