SWEET NIGHTMARE

Capítulo 40

ARIELLA

Quando os espasmos do choro cesam, me levanto ainda incrédula. Preciso falar com Tristan, preciso ter a certeza do que aconteceu, se... se ele se divorciou de mim de verdade, meu pai pode fazer de tudo para me manter aqui, então pelo menos, tenho que ter a certeza.

— Merda... — xingo ao perceber que minha bolsa ficou no andar de baixo, mordo o lábio vasculhando no meu quarto e pego o telefone fixo, disco o número de Tristan mas cai direto na caixa postal, irritada tento novamente e nada. Respiro fundo e procuro meu computador, abro meus e-mails e encontro o número de Dominic, ligo.

Ele chama umas três vezes antes do bip soar.

— Dominic Casalengo, a que se deve sua ligação? — Reviro os olhos com sua fala robótica.

— Dominic! Aqui é Ariella. — Espero para ver o que ele vai dizer mas o mesmo permanece em silêncio. — Dominic!

— Sim, senhorita Roux. Em que posso ajudar? — Meu coração falha algumas batidas, até Dominic está me chamando de senhorita Roux.. Fecho os olhos e puxo o ar para meus pulmões.

— Quero falar com o Tristan — digo de uma vez, o silêncio preenche o outro lado da linha. — Dominic por favor... — minha voz é desesperada quando meus joelhos vacilam. — por favor... me deixe falar com Tristan — sento nos meus joelhos, lágrimas inundando na borda dos meus olhos.

— Infelizmente não será possível nesse momento — diz ele, todo robótico e idiota.

— Por favor... Eu só quero que ele saiba que Adrian e Clark voltaram a trabalhar para meu pai. — Fungo — E que.. eles me trouxeram para cá, e que papai está dizendo que Tristan se divorciou de mim... por favor... eu só quero que ela venha me buscar... por favor.

Limpo minhas lágrimas com as costas da minha mão. Maldita esperança, o silêncio de Dominic me diz tudo mas meu coração não quer acreditar.

— Tudo que seus pais falaram é verdade, senhorita Roux. Senhor Falcone e a senhorita estão divorciados, ele assinou os papéis hoje, ao meio dia e ele mesmo que ordenou Adrian e Clark para levarem você para sua casa. — As palavras de Dominic parecem facadas no meu peito, o telefone cai da minha mão indo de encontro com o carpete no qual estou ajoelhada sobre.

Meus olhos estão arregalados enquanto a descrença me consome. Memórias claras passando pela minha mente, até ontem nós estávamos na Itália, até ontem ele estava cozinhando para mim, sorrindo, me contando história de quando ele era mais jovem, tudo isso para quê? Se hoje ele iria se divorciar de mim sem ao menos ter a decência de me informar.

Um grito agoniado raspa minha garganta e eu só paro quando meus pulmões reclamam, o primeiro estágio é a negação e aparentemente o segundo é raiva porque estou com raiva. Muita. Muita mesmo. Eu confiei no Tristan, faltava pouco para eu colocar minhas mãos no fogo por ele e ele me trocou como se eu fizesse parte de seus negócios sujos. Um pelo qual ele já fez seu uso. Me sinto um objeto com
prazo de validade. Rio. Meio que fui.

Agarro o telefone e disco com mais raiva ainda, Stella atende no segundo toque.

— Ghost Face? — seu tom é brincalhão.

— Stella... — minha voz é rouca e puramente chorosa.

— Ariella? — minha amiga parece dar um pulo. — Meu Deus! O ghost face te pegou?

— Tristan... — Mal consigo falar quando um soluço escapa e novas lágrimas escorrem, desta vez de raiva.

— Tristan? Ele bateu em você? — ouço sons de portas e chaves. — Ariella, o que houve? Por que está chorando? Meu Deus! — bip bip do remote do carro, som de ignição e motor roncando e carro andando. — Ariella, o que houve?