ATÉ UM DIA

18

Trovão

- como assim ela foi embora?- pergunto para o Falcão sem entender.

- avisaram que a empresária entrou no morro de carrão pra buscar a princesa. - Falcão se senta- oque aconteceu entre vocês?

Fico alguns segundos quieto.

- eu não sei- digo sério- mano, eu perguntei se era a primeira vez dela, e depois disso tudo mudou. Ela me ignora, parei na rua para falar com ela e nada, peguei o número dela com a isa e mandei mensagem, ela não responde.

- as vezes, ela ficou nervosa. Você sabe cara, tu tem experiência com a vida, já comeu as melhores do morro, aí aconteceu de vocês dois e ela deve pensar que pra tu é um tanto faz.

- eu tô ligado que ela pensa isso. Mas eu não vou perde meu tempo tentando convencer ela de algo que não existe.- digo sério.

- se você não fosse perder seu tempo, não estaria preocupado agora... só acho que se você não quer perde ela, ou a amizade dela pelo menos, você tem que ir tomar uma iniciativa. - Falcão se levanta.- te mandei o endereço dela no WhatsApp.

Fico quieto olhando o Falcão sair. Eu não sei se tentaria conversa com ela, ou deixava ela ir. Mas aquele sonho fica perturbando minha mente...

...

- e a Mariana filho?- olho para minha mãe que estava cozinhando. -chama ela para almoçar aqui.

- ela foi embora- digo- ela mora em Copacabana.

- sério? E como vocês se conheceram?- a curiosa pergunta.

- em uma festa, ela tava perdida lá. -minha mãe fica pensativa.

Eu nunca trouxe uma mulher aqui, e nem apresentei a minha mãe. Na hora eu nem pensei muito, acabei trazendo ela pra cá.

- gostei dela, ela é diferente- ela mexe a panela- você deveria investir nela... chega de lances.

- tô suave- digo sentando na mesa.

- chama ela pra almoçar com a gente- olho sério pra ela que sorrir.- pensa nisso...

...

Abro meu WhatsApp e vejo o endereço que o Falcão me mandou. Que se foda, vou lá.

Pego minha moto e acelero em direção à Copacabana, o cheiro da praia me causava paz. Chegando na frente do condomínio, eu paro.

Como vou entrar nisso?

- bom dia, oque você deseja?- a mulher da portaria pergunta.

- condomínio 245- digo com receio.

A mulher pega o telefone e coloca no ouvido. Tomara que a Mariana atenda, e não sua mãe...

- qual o seu nome?- ela pergunta baixo.

- Lucas- digo. Olho para os lados preocupado se alguém me reconheceu.

- Oi bom dia... Mariana?- meu coração disparou, mas que merda- você está na espera do Lucas? Ele está aqui na portaria. Libero a entrada? Ok, ele já está indo.- ela faz sinal para que eu entrasse.

Fui até o bloco e subi o elevador pensativo, que merda e estou fazendo? De frente pro apartamento dela fico parado, mas logo é aberto sem que eu me mexesse.

- oque você está fazendo aqui trovão?- Mariana aparece na porta assustada.

- troca de roupa que nós vai sair- digo olhando seu pijama se ursinho.

-que?- seu olhar é confuso. - sair? Tá maluco? Minha mãe está chegando!

- te dou 5 minutos, coloca uma roupa que possa molhar. Te espero nas portas do fundo do condomínio.

Mariana me olha confusa, mas fecha a porta enquanto eu virava para descer as escadas. Não queria ser reconhecido, por isso estava de moletom essas horas.

Esperei e nada da garota, já estava sem paciência, até ela aparecer.

- você é maluco!- Mariana diz só de short e blusa.

- você que me fez prometer te levar pra conhecer o Rio de Janeiro, então não reclama!- Mariana fica apreensiva, olhando para os lados preocupada.

- vamos antes que eu desista.

Levei minha moto para os fundos, Mariana subiu na garupa, acelerei sentindo o vento na cara. Olho pelo retrovisor e ela estava com os olhos brilhando admirando cada detalhe da rua.

O caminho começa a ficar sem casas, só tinha mato.

- vai me sequestra e matar?- ela pergunta.

- perca de tempo- digo estacionando -vamos fazer uma trilha.

-que? Eu vim de short- dou de ombros- que ódio de você!

- quero entender oque eu fiz pra tu fica com esse ódio todo do nada- retruco.

Ela desçe da moto e fica de frente para mim.

- porque você não vale nada!- ela cruza os braços sem me olhar.

- o seu problema é que tu colocou merda da cabeça, por isso pensa mal de mim... eu fiquei preocupado contigo, e tu ficou foda-se pra tudo.

- só achei que foi um erro oque fizemos...- estávamos andando.

Na frente tinha um morro, as árvores caíam por cima do lugar, era lindo!

- na hora de gemer meu nome não era um erro...- ela me bate- calma rapunzel! Hoje eu estou te tirando da torre, e você me maltrata assim?

- fica quieto e me guia- dou risada.

Meu novo vício é ver a garota irritada.

- algo mais? Se quiser outras coisas também estarão disponíveis... dizem que no meio do mato...- ela me bate mais uma vez.

- Lucas!- seus olhos claros me repreende.

- vou fica quieto porque me chamou pelo nome- ela sorrir negando.- acho que criei um novo fetiche...

- que fetiche? - ela me olha e eu dou risada.

- te fazer fica brava- dou de ombros.