ATÉ UM DIA

24

- Oque você tá fazendo trovão caralho!?- o furacão passa a mão na boca para limpar o sangue.

Os olhos do trovão estavam escuros, ele foi pra cima do furacão para continuar batendo nele.

- para Lucas!- digo séria e autoritária. O silêncio tomou o lugar, ele paralisou .

Acabei fala do seu nome sem querer.

- então vocês se conhecem?- furacão se levanta sério- é por causa de boceta que tu tá arrumando briga trovão? Esperava mais de você como chefe!- furacão afronta.

Trovão se mexe para ir para cima dele, mas é parado por um homem que aparece alí. Ele era alto e forte, tinha várias tatuagens no corpo, inclusive uma de dragão no braço. Ele era loiro, com olhos claros, sua voz era grossa, ele parecia ser velho, mais sua aparência era impecável de tão bonito.

- vocês dois estão agindo igual duas crianças!- o homem diz sério- mas que caralho! Quer briga? Vai pro ringue porra!

- ele veio pra cima de mim Otto!- furacão diz apreensivo.

Furacão abaixou a guarda para Otto na hora, eu fiquei paralisada olhando para o homem autoritário na minha frente, até ele me olhar. Seus olhos fuzilaram os meus, me senti uma grande nada.

- a brincadeira acabou! Daqui a 15 minutos os dois estão no ringue!- Otto diz alto e as pessoas se distanciam dali. Trovão permanecia de costas para Otto, fuzilando o furacão com os olhos.

Eu fico sem reação, até que sinto uma pontada no meu estômago. Merda! Fecho os olhos sentindo aquela dor novamente... denovo não!

- a garota tá passando mal!- escuto a voz do furacão. Eu não conseguia respirar, era um dor horrível. Sinto uma lágrima descer em meus olhos.

-não toca nela!- a voz do trovão me estremece, eu abro os olhos, não conseguia reagir. Minha vista embaçada, só conseguia ver o trovão se aproxima.

Sinto suas mãos me segurarem, e me carregarem igual uma criança, eu não conseguia me mexer de tanta dor.

- Lucas...- tento falar seu nome.

Meus pensamentos trabalhavam forte da minha mente, e se minha mãe descobrir que estou aqui, ou meu pai...

-oque você tá sentindo rapunzel?- eu não conseguia mas abrir os olhos- diz pra mim, por favor!

- na......não conta para...meus pais....- faço força para falar mas de repente tudo escurecer.

...

Abro os olhos devagar, eu estava deitada em uma maca de hospital. Aí meu deus! Isso era tudo que eu não queria!

- que bom que você acordou!- a mulher de roupa branca sorrir.

- onde eu estou?- pergunto sem entender nada.- quem é você? Quando tempo eu estou desacordada?

- calma! Eu sou a Luiza, trabalho como médica no postinho do morro. Você desmaiou, trovão te trouxe aqui e pediu para que cuidassemos de você! Ele não saiu de perto. Faz uns 3 minutos que ele saiu, ele perdeu uma luta da história do morro pra ficar aqui com você!

Tentei raciocinar oque ela estava me falando. Primeiro eu passei mal e desmaiei, trovão me trouxe aqui, a mulher me examinou e disse que ele não saiu de perto de mim e perdeu a luta da história do morro para fica aqui comigo!

-quanto tempo estou desacordada?- pergunto denovo.

- 2 horas, ainda é madrugada. Mariana... eu queria te perguntar algo.

Antes dela falar vejo o trovão chegando de longe, arregalo os olhos para ela.

- não fala para ele!- olho no fundo dos olhos dela- por favor não fala o diagnóstico para ele!

A médica fica paralisada me olhando, acho que ela estava surpresa, e sabia que eu estava com câncer. Trovão se aproxima e eu tento me sentar na maca devagar.

- como você está?- ele pergunta sério. A médica um pouco pasma, sai da sala nos deixando sozinho ali.

Olhando para seu rosto, eu lembro toda raiva e vergonha que eu passei.

- porque fez aquele show, trovão?- pergunto séria olhando nos seus olhos. - não precisava disso, você é dono desse morro todo, sabe como vai ficar falado? Sem pensar que todos vão achar que foi por mim!

-porque beijou ele?- sua voz é baixa.- tu nem conhecia ele, não é teu jeito fazer uns bagulhos desse!

- você até soar engraçado né! Tava quase se comendo com aquela turbinada na sua frente, e quer pagar de ciúme pra cima de mim?

Ele fica confuso me olhando, ele parece tentar lembra de algo.

- tava com ciúmes quando me viu perto de outra mulher, e decidiu beijar outro homem? Podia ser qualquer homem, mas foi logo o furacão...- ele nega me olhando.- você é muito ingênua mesmo, não ver a maldade nas pessoas.

- e você? Que perdeu seu tempo aqui me esperando acordar e perdeu a luta! Quer fala que eu sou ingênua trovão? Fala sério!- consigo me sentar.

-fiquei aqui por você, tô pouco me fudendo pra luta!- ele se aproxima de mim para ajudar levantar- porque que tu passou mal? A médica falou que ainda ia sair o diagnóstico.

Fico repreensiva, e respiro fundo.