35

302 35 28
                                    

Otto

- eu vou junto com você otavio! Eu quero saber oque tá rolando- verônica segura meus braços.

- verônica não se mete nessa fita, aqui é briga de gente grande, não quero tu metida nisso. Eu vou resolver e trago a Mariana viva!- digo segurando no seus ombros com os olhos fixo no dela.

- eu não quero saber, eu vou!- verônica permanece séria.

Eu sabia o quanto ela era teimosa, tem coisas que não mundam.

- se acontecer algo com você...

- acorda Otávio! Você me ensinou a usar as armas e a me defender esqueceu? Não é porque faz tempo que eu não lembro.- ela pega sua bolsa rápido vindo na minha direção e abrindo a porta.

Eu ensinei a verônica a atirar e a se defender, era única coisa que eu podia fazer para garantir ela segura.

...

- quem ligou pra você falando da Mariana?- verônica não parava com a perna quieta dentro do carro.

- trovão.

- quem é esse?

- dono do vidigal- digo baixo, ela me olha confusa.

- como Mariana conhece esse homem?- eu dou de ombros.

- achei que eles namoravam- os olhos de verônica se arregala mais ainda.

- como assim namorados Otávio! Eu não quero Mariana envolvida com bandido não!

- eu não sei verônica, não sei se eles namoram ou se envolvem, mas eu sei que o trovão é apaixonado por ela. Ela passou mal no galpão e ele socorreu ela deixando a luta de lado.

- você está me dizendo que Mariana estava no galpão?- ele fica de boca aberta- aquela de luta clandestina que você me levava?- afirmo- e que ela passou mal e ele socorreu ela? Aí meu Deus, quem está passando mal sou eu agora.

- pra que isso? Trovão é de confiança- digo virando o carro para uma entrada.

- Otávio! Minha filha sumiu, e eu descubro que ela está envolvida com um bandido. Eu juro pra você que eu estou passando mal!

- respira verônica, para de ser dramática, você já teve a idade da menina!

- independente, não quero que ela repita os mesmos erros que o meu! Você nem sabe da metade da história, eu não posso perde-la...

- não vai perde verônica!- continuo com os olhos na estrada. Estava indo o mais rápido que eu podia, mas qualquer desfoco de sinal eu seria parado pelos guardas e era capaz de ser preso denovo.

- ela está com câncer, Otávio!- freio o carro olhando pra ela- aí meu Deus! Olha pra pista merda.

- ela está com câncer?- pergunto incrédulo.

Acabei de descobrir que a garota é minha filha e ela vem me fala que ela está com câncer?

- ela tem 5 meses de vida, contanto com os dias passados... eu não estou sabendo lidar com isso, eu não posso perde minha filha!- verônica estava chorando em prantos na minha frente, eu não tinha nem reação.

- a gente vai fazer algo, ela não vai morrer!- coloco minhas mãos no seu rosto- precisamos ir para achar a garota.

Volto a dirigir sentindo meu corpo todo em alerta, a coisa estava mais difícil do que pensei.

- acho melhor ela não saber que você é o pai dela...- olho para verônica confuso- estou tentando convencer ela a fazer a quimioterapia, mas ela se nega. Até consegui conversa com ela, ela disse que se eu desse a liberdade dela, ela faria... mas depois que descobrir eu mentir, ela vai ficar com raiva de mim, e não vai mais querer...

- eu não sei nem oque te falar verônica...- meu celular toca e eu atendo.- tô chegando no morro trovão.

- os teus cara recuaram Otto, eu tô quase indo no teu morro, tô no ódio, eu tô surtando nesse caralho!- sua voz era urgente.

- calma quieto trovão, vou passa na entrada do teu morro, trás armamento que eu tô desarmado. Vou pedi pra um vapor meu rastrear o furacão, aquele desgraçado!

- eu sempre te avisei que ele era um falso filho da puta! Tu não escutou essa porra!

- não vai adiantar de nada fala isso agora!- viro outra rua- eu tô chegando, prepara a arma e munição.

- jae.

Trovão desligou e a verônica se calou, ela estava morrendo as unhas olhando pra estrada, as lágrimas desciam sem parar.

- vida... vai dar tudo certo, mantém a acalma por favor, eu não consigo te olhar assim- coloco minha mão sobre sua perna.

- eu tô tentando manter a calma, mas é a vida da minha filha que está em jogo! Porque esse tal de furacão quis pegar minha menina?

- eu não sei, queria muito saber também... ele era o único que eu confiava, agora... nem sei em quem confiar mas.

Passo o carro por outra entrada e paro na frente do morro do trovão, ele vem rápido olhando pros lados e entra no carro com dois fuzil e uma pistola.

- mandei Falcão hastrea esse filho da puta- trovão puxa a porta do carro forte e se vira pra me ver. Mas seus olhos param na verônica- mano...

- a verônica vai com a gente...- digo meio sem jeito- onde o furacão está?

- no teu galpão, mas isso tá muito fácil Otto, ele tá planejando mais alguma coisa, não é só chegar lá não, temos que está preparados, e essa mulher pode levar um tiro perdido se seguir a gente.

Trovão ainda olhava para ela que secava as lágrimas.

- preparei a verônica para isso trovão, confio nela e sei como ela é ágil, ela sabe lutar e atirar.

- preparou... ela?- trovão não tirava os olhos dela- foi mal ficar te encarando verônica, é que você é igual a ela...

Verônica ainda quieta respira fundo e apenas balança a cabeça. Dou partida com o carro indo em direção ao meu morro, eu estava preparado para matar qualquer um na minha frente.

ATÉ UM DIA Onde histórias criam vida. Descubra agora