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- tabom, tabom- digo me agachando no chão- não quero mais lutar, cansei, você ganhou.

Lucas se agacha junto comigo, eu encosto minha cabeça na parede toda suada e ele fica rindo da minha cara.

- vamos embora então perdedora- olho feio para ele e ele segura minha mão me levantando.

A gente lutou o dia todo, ou tentamos lutar.

- preciso de um banho- digo olhando em volta e os homens que estavam ali já tinham ido embora.

- vamos tomar uma ducha aqui e depois vamo pra house, hoje a noite tem luta- Lucas faz cara de safado me puxando para um lugar.

Ele me leva para o banheiro enorme que provavelmente era compartilhado.

- então vamos tomar banho aqui?- ele assente me prendendo contra parede do banheiro. - esse banheiro e só para homem, e se algum homem entra aqui.

- não vão, mas se entrar, que nos vejam então - ele começa a tirar a roupa e eu dou risada e tiro a minha também.

Lucas liga o chuveirão, ele me prende contra parede e me beija. Sinto meu corpo começa a pegar fogo.

...

Coloco o vestido justo, ele era preto, e deixava meus peito bem bonito no decote, única problema é que e curto.

- nossa! Que mulher meus amigos!- Lucas se aproxima me agarrando.- acho que vou te prender em casa, papo reto.

- para de graça- dou risada- vou encontrar a isa no galpão- me viro para ele colocando meus braços em seu pescoço.

- Falcão não vai lutar hoje, vai ficar enchendo o saco de vocês duas- ele deixa um beijo na minha testa- vou ganha a luta hoje, tá ligada.

- claro que vai, você sempre ganha gatinho- ele sorrir- quero fazer uma tatuagem hoje.

Lucas cruza os braços e arquia a sombrancelha. No galpão tinha de tudo, droga, sexo, luta, bebida e até tatuador.

- eu também vou fazer uma tatuagem hoje.

- mais uma?- pergunto e ele afirma- vai ser segredo.

- aé? Então a minha vai ser segredo também.

- beleza então.

...

O galpão estava cheio, Lucas se despediu com um beijo e disse que me amava no meu ouvido. Ele tinha que ir se preparar para lutar.

- oi meu amor!- Isa vem até mim e me abraça com força e me enche de beijos- que saudade de você, eu tô sem celular nem consegui te mandar mensagem.

- saudade eu que estou isa- Falcão se aproxima como quem não quer nada.

- não queria atrapalhar mas hoje eu tô pra tomar uma- Falcão abraça a gente também.

- eu só bebo hoje se o trovão ganhar- Falcão diz.

- então vai beber muito hoje- digo dando de ombros.

Enquanto caminhava pelo espaço lotado, deixava meus olhos vagarem pelas pessoas, pelos rostos conhecidos e desconhecidos. Foi quando ouvi o nome dele.

Fp.

Parei no mesmo instante, fingindo estar desinteressada enquanto meus ouvidos captavam cada palavra da conversa entre Isa e Falcão.

-Ele tá aqui - Falcão dizia em um tom mais baixo, como se fosse um segredo que não podia ser compartilhado com o mundo.

Isa, claro, parecia mais despreocupada do que deveria. Ela era assim, sempre jogando com o perigo.

-E daí? - ela perguntou, cruzando os braços como se Fp fosse só mais um nome em uma lista.

- quem é esse fp?- pergunto curiosa e a Isa me olha surpreso por não saber.

- ele é tipo um braço esquerdo do trovão, já que o Falcão é o direito. Mas ele é mais na área de morte e cobrança, ele captura quem deve, procura e caça, mata invasores, ele fica na retaguarda, sempre dentro mas não envolvido então quase ninguémsabe que ele e do crime, ele é o verdadeiro perigo digamos. As pessoas sentem mais medo dele do que do trovão. - escuto cada detalhe.

- pelo visto você está bem informada- Falcão diz para isa.

- fiz meu dever de casa- ela pisca e eu olho para direção do homem.

Ele era alto e loiro, não tão loiro quanto eu, mas ele tinha algumas mechas. Seus olhos castanhos escuros era sombrios e ele andava como se não quisesse nada com a vida.

- vou no banheiro e já volto- digo para isa que assente.

Era como se eu conhecesse esse cara de algum lugar, seu rosto não era diferente do que já vi. Continuo andando procurando por ele.

- perdida?- a voz me faz levar um susto.

- vo...você- digo devagar e ele sorrir de lado.

- quanto tempo Mariana! Soube que gosta de passear pelo morro. Aliás, quase foi sequestrada...- ele cruza os braços me olhando.

- Felipe...- ele continua sério.

Eu não estava acreditando que era ele, oque ele se tornou.

- eu mesmo!

- oque aconteceu? Oque...oque você se tornou?- pergunto.

- oque nós nos tornamos Mariana...- ele dá de ombros- cansei de regras, decidi eu mesmo fazer as minhas. Novidade sua mãe deixa você andar em lugar como esse...

Eu ainda surpresa, estava paralisada, mas olho para o lado e os olhos do trovão que estava do outro lado do galpão me encontra. Seu rosto estava curioso, e ao mesmo tempo olhar determinado.

Eu estou sem reação com o Felipe na minha frente

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