- vai demorar verônica, a menina está pálida- Otto fala sério enquanto eu estava fraca em seus braços.
Eu não sei porque estava sangrando, só me sentia fraca em sem forças.
- não! Ela tem que ir para o particular!- verônica debate.
- tu não tá entendendo a merda da situação porra? Ela vai ir pro médico do postinho, vai ter atendimento rápido! Não temos tempo pra levar a Mariana pro asfalto, esqueceu que aqui é tudo bandido foragido? E que não podemos moscar la encima?- trovão diz autoritário.
- quem você pensa que é? Se acha o bandidão ne? Criminoso!- minha mãe rebate.
Escuto uma risada irônica do trovão.
- não foi o criminoso que matou um cara com um tiro na cabeça, chefona- trovão se aproxima de Otto e me pega nos braços.
Eu não sei oque aconteceu mas meus olhos se fecharam, eu senti o mundo indo embora diante de mim.
...
Abro os olhos percebendo que eu estava no hospital, ou sei lá oque seja.
- como se sente?- a voz da médica é séria, ela estava arrumando os equipamentos.
Meus braços estavam cheio de agulhas que se ligava ao soro que ia para minha veia.
- eu... não sei- digo devagar.
Respiro fundo vendo aquela situação, não consegui me segurar e comecei a chorar.
- não chora Mari...- ela se aproxima- não faz isso com você. Tem umas pessoas te esperando lá fora, quer que eu chame para você conversar com elas?
- eu só quero saber se esse câncer ficou pior- os olhos delas eram de preocupação.
- vou ser sincera com você Mari...- ela pega uns papéis e se aproxima- você está desmaiada a 4 horas seguidas, seu corpo estava fraco. Não sei se você tomou um choque ou algo do tipo, mas isso, fez ocorre um aborto...- arregalo os olhos sem entender- Eu sei que você não sabia, mas você estava grávida, Mariana. E, infelizmente, por conta da energia que seu corpo foi forçado a suportar, você perdeu o bebê. O impacto foi muito grande, e seu corpo não conseguiu resistir.
Meu coração doeu, toda dor voltou imediatamente para meu corpo.
- Além disso, os exames também indicaram a presença de um câncer, Mariana. Eu entendo que isso é um momento muito difícil para você, mas acho melhor você fazer um tratamento. Mas eu preciso que você saiba disso o quanto antes, para que possamos agir rapidamente.
Ainda em estado de choque, tenta compreender a sequência de eventos que agora me atinge, sem saber como reagir a tantas revelações de uma vez só.
Eu estava grávida? Mas como? Fecho meus olhos chorando novamente.
- posso te pedir um favor?- a médica assente- preciso falar com o trovão, não deixa minha mãe entrar aqui e nem saber sobre a gravidez, por favor...
- pode ficar tranquila, não vou falar nada para ela- a médica se retira da sala e em alguns minutos trovão entra com olhar de preocupação.
Ele se aproxima em silêncio, e eu não conseguia parar de chorar.
- como você está, rapunzel?- ele segura minha mão, olhando nos meus olhos.
- não me chama assim... isso só dificulta mais- respiro fundo secando as lágrimas. - eu... descobri mais uma coisa trovão.
-me fala, eu tô louco aqui Mariana, preciso saber de casa detalhe, de como você se sente, de como você está, eu... não estou sabendo lidar.- trovão se senta na beira da maca do hospital ainda segurando minha mão.
- eu estava grávida- minha voz falha e eu volto a chorar. Trovão surpreso não fala nenhuma palavra- eu não sabia, eu nem podia ter esse filho... mas eu perdi trovão. Eu perdi o nosso bebê- choro novamente.
- você estava grávida?- ele parece dizer mais para ele do que para mim. Trovão estava tentando assimilar as coisas, eu sei como é difícil ele entender tudo isso.- aquele sangue foi do aborto?
- sim- continuo chorando. Trovão respira fundo e aproxima suas mãos para secar minhas lágrimas.- me perdoa eu não sei mas oque fazer Lucas, não era para eu ter engravidando fui uma irresponsável, eu sabia que estava doente e esqueci de tomar remédio.
Digo em prantos e ele afasta meu cabelo do rosto calmamente.
- não queria que mentisse para mim- sua voz grossa suou baixa- eu estou aqui com você Mariana, eu quero te ajudar, mas eu preciso que seja sincera comigo. Eu não imaginei que você estava grávida. Aquilo que aconteceu na boca foi tudo contorcido, eu usei aquilo para te afasta de mim, eu não queria te envolver nessa vida. E quando eu vi que estava perdendo o foco porque estava apaixonado, eu surtei.
- eu não podia te contar que eu estava com câncer Lucas, você não ia se aproxima de mim ou se envolver mesmo sabendo que eu ia morrer.- ele faz sinal para que eu fique quieta.
- você não vai morrer Mariana, nunca fala isso para mim, por favor! Eu não posso te deixar ir assim, a gente arruma um jeito alguma coisa. Já estamos envolvidos demais, perdemos um filho que nem sonhávamos que existia, isso é um momento difícil agora, precisamos enfrentar juntos!- trovão diz cada palavra com tranquilidade e eu só chorava.
- não se envolve mais trovão, eu não quero te fazer chorar, eu tô falando sério, eu tenho menos de 6 meses, eu vou morrer, não tem cura Lucas!- falo séria.
- tem que ter cura Mariana! Eu não vou deixar você morrer assim, a gente dá um jeito, eu vou procura o melhor médico do planeta, você vai fazer o tratamento e depois vai se curar pô. Aí tu vai poder conhece todo o mundo, não só o Rio de Janeiro, tu vai poder ir pra praia várias vezes, e ter um gato de estimação. Eu te prometo, só tenta viver, por favor!- sua voz estava trêmula.
Vê ele aqui na minha frente pedindo para que eu lute contra essa doença me atordoava, e foi aí que eu percebi que ele me amava.
- obrigada- única coisa que consigo falar. Trovão deixa um selinho nos meus lábios e beija minha testa.
- eu estou contigo nessa, rapunzel!
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ATÉ UM DIA
FanfictionMariana descobre que está com câncer, e decide viver seus últimos meses como nunca. Ela passa um tempo na casa do seu pai que mora na favela, vivendo várias experiências, até que ela encontra ele... 23/10/24