Mariana
Era incrível, ver o Mar a noite, sentar na areia e escutar apenas o mar. Parece tolice isso, mas eu não queria morrer sem conhecer o Rio de Janeiro, o lugar que nasci e cresci e nunca conheci completamente.
- tá pensando no que?- procuro uma mentira.
- é...como eu conseguir ficar todo esse tempo presa?- digo sendo mais uma afirmação do que uma pergunta, também era a realidade- é que, eu gosto disso sabe, de sair, viver, adrenalina. Me sinto viva!
Os olhos dele me analisava a cada palavra que eu dizia, ele me entendia, eu sentia isso. Antes que ele pudesse falar algo, ele olha para um lugar, me viro rápido sem entender.
- vem Mariana, o carro da polícia- ele diz puxando minha mão para que eu levantasse.
Corremos até a moto, ele sobe rápido e eu tento fazer o mesmo mas o vestido atrapalhar.
- aí meu Deus!- digo puxando o vestido.
Ele acelera me fazendo abraça ele forte pelas costas. Dou uma olhada para trás e o carro da policia estava seguindo a gente. Que merda! Eu ia ser presa por cúmplice.
- segura firme- trovão fala alto, abraço ele com força. No mesmo estante ele faz uma curva que eu quase cair.
- a gente vai morrer!- grito pra ele enquanto sua moto estava em alta velocidade.
- você não queria se sentir viva?- ele diz alto com um sorriso enorme no rosto. - agora fecha os olhos e sente a adrenalina.
Fecho os olhos tentando acalma meu coração, o frio na barriga, o vento no rosto. Me fez lembra que eu esqueci meu tênis na praia...
Trovão vira para uma rua que eu nem sabia que existia, ele acelera mais, eu estava parecendo uma mochila agarrada nele. Ele fazia umas curvas loucas até que conseguiu despista a polícia.
Ele volta pra pista, chegando na entrada do morro ele sobe com tudo, solto toda respiração que eu estava segurando. Eu sabia que do morro para baixo a polícia não passava.
Ele para a moto no alto do morro, desço e fico parada tentando recicionar.
- se quiser conhecer o Rio, se acostuma a fugir da polícia, como você disse... eu sou foragido- ele sorrir irônico.
- eu esqueci meu tênis na praia- digo. Ele se vira e rir da minha situação, meu cabelo estava todo cheio de nó, mesmo com o capacete, ele não protegeu nada.
- pode dar adeus ao teu tênis- ele se aproxima arrumando meu cabelo.- hora de criança está dormindo.
- não vou te responder- ele solta meu cabelo e continua na minha frente. -essa sua mania de achar que eu sou uma criança me irrita. Eu tenho dezenove anos!
- só dezenove? - ele me olha surpreso- achei que tinha mais- ele dá as costas e anda até a grade onde tinha a vista mais linda do Rio.
- como assim?- vou atrás dele- e quanto anos você tem? Tá se referindo como se fosse velho!
Ele sorrir.
- casa dos 40- arqueio a sombrancelha- oque foi? Ficou chocada.
Eu sabia que ele estava mentindo.
- 40 só se for de cadeia- viro o rosto brava olha do a vista.
- eu sei que sou muito gato e não pareço ter 40 anos...
- na sua costa tem uma tatuagem escrita 1998- ele me olha surpreso- você tem 26 anos? Eu não sou tão boba também.
- então você me olha sem camiseta?- faço uma cara bem feia pra ele- não adianta fazer essa cara que nem com isso você fica feia rapunzel.
- você me irrita.
- sério?- ele se aproxima mais de mim- te irrito e você tentou me beijar...
- você provocou!- olho séria.
-eu?- ele se aproxima mais.
- fez igual agora, dessa vez eu não vou te beijar, não adianta tentar- digo determinada.
Eu não ia da moral para ele, o tipo dele é que brinca com os outros.
- não?- sinto sua respiração no meu rosto, não consigo me mexer ele já estava perto de mais.
Sua mão foi até meu rosto, ele levantou devagar para que eu o olhasse.
- está querendo me beijar agora?- provoco encostando nossos narizes, os olhos deles escureceram. - tenta a sorte outro dia- encosto nossas bocas mas logo vou até seu ouvido- quem é a ingênua?
Saio de perto dele e vou até sua moto.
- você ganhou um ponto comigo Mariana!- ele diz alto- bom saber que você é do tipo difícil.
- mais comigo você não tem mais nenhum ponto- digo séria e ele faz cara de coitado mas logo dar risada vindo até a moto.
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ATÉ UM DIA
FanficMariana descobre que está com câncer, e decide viver seus últimos meses como nunca. Ela passa um tempo na casa do seu pai que mora na favela, vivendo várias experiências, até que ela encontra ele... 23/10/24