Otto
- preciso resolver uns bagulhos urgente fora do morro.- tiro os armamentos que estava na minha cintura e coloco encima da mesa.
- pode ficar tranquilo que eu cuido das coisas por aqui- furacão diz e eu assento.
- tu é dez furacão!- saio da sala e dou de cara com os vapores trabalhando. - atenção família! Furacão tá na responsa até eu vou voltar, sigam as ordens dele certo?- eles afirmam.
Respiro fundo e vou em direção ao meu carro, eu não sabia oque era ficar nervoso des de muito tempo atrás.
Dirijo em direção fora do morro, sentindo a adrenalina pulsar em minhas veias, quando meu carro sai do morro eu subo o vidro preto, para que ninguém me reconheça.
Eu nem sei mas como é pisar aqui fora. Sigo em direção a Copacabana, eu precisava tirar essa história a limpo, tanto tempo perdido e vê aquela menina que se parecia muito com a mãe, fez meus pensamentos ser desnorteados.
Assim que chego em Copacabana, a brisa da praia me deixa relaxado, que saudade disso... paro enfrente ao condomínio, como tinha meus contatos, a passagem foi fácil.
Entro no apartamento sentindo meu coração acelerar, e quando o elevador me deixa na frente da porta dela, eu paraliso. Fico 3 minutos parado alí, até consegui tocar o interfone.
-quem é?- a voz que sai do interfone e que não tinha mudado nada me deixa paralisada mais um vez.
- sou...eu- respiro fundo, eu não sei se ela tinha me reconhecido- preciso conversa com você, Verônica...
Ela não respondeu, mas logo a porta é destrancada e ela abre, seus olhos escuros ainda paralisados sem nenhuma reação. Nossos olhos ainda tinham aquela química, de muito tempo atrás.
- oque veio fazer aqui? Depois de...tanto tempo- sua voz sai baixa- entra...
Verônica dá um espaço para que eu passe e entre em sua casa, eu respiro fundo e continuo em pé.
- sei que faz muito tempo sobre tudo Verônica, e que não resolvemos e não conversamos sobre oque aconteceu...
- vamos conversar oque Otávio? Você me traiu!- ela cruza os braços ainda me olhando.
Aquela garota de cabelos longos e olhos escuros do sorriso esplendor, agora estava de cabelos brancos, e nossa promessa de ter envelhecidos juntos...não aconteceu.
- você entendeu errado! Eu não te trai Verônica, nunca teve nenhuma depois de você. Eu nem pude me explicar...
- mentiroso- ela sorri sarcástica- se não me traiu, então porque nao me procurou? Depois que você assumiu a responsabilidade do morro, você mudou otavio!- ela fala sério, seus olhos carregados de lembrança e tristeza.- você sabe como eu fiquei? Você nem imagina, você nem sabe oque eu passei!
- eu imagino sim Verônica...e eu fui atrás de você, só que fui cercado, a polícia me pegou bem na entrada de Copacabana verônica, eu não sabia como reagir e fui preso. Fiquei 10 anos presos, sem nenhuma notícia nem nada do tipo, eu não tive nem uma mãe para me visitar, e quando eu saí da cadeia, eu fui atrás de você denovo, mas aí, você já estava feliz, com uma família, então eu não quis atrapalhar você, mas você não imagina como meu coração ficou quebrado depois disso...- ela estava com a mão na boca em choque com oque eu contei, seus olhos derramaram lágrimas.
Verônica se aproxima devagar de mim com os olhos cheios de lágrimas, ela me abraça devagar. Passo meus braços sobre ela e enfio minha cabeça sobre seu pescoço.
- me desculpa... eu não imaginei que foi isso que aconteceu.- sua voz era baixa, aperto o abraço para sentir mais ela próximo de mim.
- tá tudo bem...- Seguro seu rosto e aproximo.- eu sinto muito pelo oque tu passou verônica. Eu nunca te trairia, eu te amava muito, e depois de tantos anos, eu percebi que ainda te amo...
- não fala isso depois de tanto tempo Otávio... eu... tenho algo para te falar.
- oque?- ela se distancia do meu abraço e me olha firme nos olhos.
-depois que eu fui embora... eu descobri que estava grávida- sinto meu coração virar um batuque de tão rápido- minha família surtou, eu sofri muito nessa gravidez Otávio, e eu tive que me casar com o filho dos amigos dos meus pais, eu não podia está grávida de um bandido!
- que?- tento processar oque estava acontecendo.
- eu tive uma filha sua... eu sei que é muita coisa pra você ingerir, porém é isso.
- a Mariana é minha filha?- ela me olha confusa.
- como sabe o nome dela?- ainda tentando raciocínar, olho sério para ela.
- ela...é minha filha?- falo baixo - eu perdi toda esse tempo longe dela verônica!
- Otávio, ela ainda não sabe disso... então não tente falar nada agora. Eu preciso conversar com ela ainda...
Meu celular toca me tirando do transe.
alô- respondo a ligação.
- seu filho da puta desgraçado! Faço aliança de morro com tu pra tu vim fazer invasão caralho!- trovão grita
- que invasão caralho? Eu nem tô no morro!- paraliso por alguns segundos.
- onde você tá então?- sua voz estava mais tranquila
- eu tô em Copacabana Trovão... vou ligar pro furacão pra perguntar que merda é essa.- A verônica me olha curiosa.
Eu deixei o furacão no comando...
- não! Tem algum bagulho errado Otto, os teus cara invadiram o morro e levaram a Mariana!
- levaram a Mariana?- digo em voz alta
- que? Como assim levaram a Mariana? Aí meu Deus! A Mariana!- verônica arregala os olhos se aproximando.- Otto, eu vou matar cada um dos seus vapores! Eu quero saber onde está a Mariana, se eu não achar...
- eu tô indo pro morro, vou mandar um radinho pros vapores Trovão, se acalma! Eu tô desarmado nessa porra, já tô chegando.
Desligo a ligação e pego a chave do carro.
- eu vou atrás da mariana, fica aqui em segurança!- digo sério e verônica me olha em prantos.
- que? Eu vou junto! Oque tá acontecendo merda?
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ATÉ UM DIA
FanfictionMariana descobre que está com câncer, e decide viver seus últimos meses como nunca. Ela passa um tempo na casa do seu pai que mora na favela, vivendo várias experiências, até que ela encontra ele... 23/10/24