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Respiro fundo e pego meu celular ligando para isa. Mas antes que ela atenda a ligação, o Falcão abre a porta saindo.

- olha só quem eu encontrei!- Falcão sorrir.

- famoso Falcão!- dou um sorriso.

- cadê meu parceiro trovão?- Falcão sorrir

- trovão? Não sei- minto.

- você não estava com ele essa noite?- nego- que estranho... eu vou indo loirinha, fica com Deus!

- você também...- digo e entro na casa da isa.

Olho para os lados e vejo que sua mãe não estava em casa. Vou em direção ao seu quarto, e ali estava ela arrumando sua cama.

- Mariana, Mariana...- isa fala sem se virar.

- pelo visto você aproveitou muito- digo sentando no banco em frente à sua penteadera.

- você também...- ela se vira- iai? Deu?

Arregalo os olhos pra ela, mas balanço a cabeça devagar.

-aí amiga! Iai como foi? Ele te levou pra um motel ou algo do tipo?- ela se senta na minha frente- conta tudo!

- então...ele me levou para praia- isa tampa o rosto e dar um gritinho- a polícia apareceu e fugimos deles de moto.

- tipo casal Bonnie e Clyde!- dou risada.

- ele me levou no alto do morro depois, conversamos e ele perguntou pra onde eu queria que ele me deixasse... porém eu não podia ir pra casa, e você não me respondia. Ele foi e me levou pra casa da sua mãe!

- que?- ela se levanta- ele te levou pra casa da mãe dele? Mariana! Você deu um chá bem dado pra esse homem, não é possivel!

- deixa eu continuar!- ela volta a se sentar- resumindo, ficamos conversando no quarto dele e acabou rolando... mas tem um problema.

- qual?

- no outro dia eu me arrependi, porque ele é bandido, se meus pais sonhasse você já sabe né... então ele acordou e tentou conversar, perguntou se era minha primeira vez e eu menti. Perguntei oque faz ele acreditar que ele seja o primeiro...

- você não falou isso!- ela tampa a boca- Mari, era só ser sincera.

- eu sei... mas para ele só foi uma noite, eu não queria passar como qualquer uma, ou ingênua como ele fala. Depois disso eu conheci sua mãe e sua irmã, e ele me trouxe embora, não falou mais nenhuma palavra.

- aí Mari... eu entendo você pensar assim. Vai tomar um banho e troca essa roupa, vou na farmácia compra uma pílula para você.

Ela se levanta e deixa um beijo na minha testa.

- obrigada...

Tomo um banho e coloco uma calça jeans e uma camiseta de alça. Penteo meus cabelos que eu tinha acabado de lavar. A isa tinha chegado, e me entregado o remédio.

Ela me explicou como funcionava e que eu tinha que tomar hoje, e nos outros dias no mesmo horário.

Deus me livre engravidar.

Me despeço dela e vou andando até minha casa, eram dez horas da manhã.

Uma moto para no meu lado me assustando.

- tomou remédio?- o trovão pergunta. Ele estava encima da moto com o capacete tampando seu rosto, deixando só seus olhos amostra.

- sim- digo sem olha no seu rosto.- não precisa se preocupar que não quero ter filho seu- ele permanece me analisando.

- eu sei que você mentiu pra mim- ele cruza os braços. Olho em volta as pessoas com os olhos presos em nós dois.

- melhor você ir- desvio o olhar

- só quero entender porque mentiu- fixo os meus olhos no seu.

- não quero falar sobre isso- digo séria.

- mas eu quero entender- ele diz sério.

- eu não quero que você me entenda!- deixo ele ali e continuo andando até minha casa.

...

- onde você estava Mariana?- meu pai estava bravo. Eu fecho a porta devagar e encaro seu rosto.

- na Isa, eu te avisei que ia dormir lá- digo.

- eu quero a verdade!- ele não me olha e continua bebendo seu café encostado na bancada.

- mas...

- vai mentir novamente Mariana?- ele me corta- eu quero ouvir a verdade de você! Não dos outros.

Respiro fundo. Aqui na favela ela normal a fofoca se espalhar, mas não imaginei que seria tão rápido.

- fui assistir para uma luta no galpão- digo séria e ele me olha.

- uma luta clandestina... proibida entrada de menor, na qual, possui a legalização de todo tipo de drogas?- ter pai advogado era assim...

- isso- digo.

- surgiu fotos, boatos... trovão bateu em um cara que te agarrou... e depois disso, a "primeira dama do morro foi embora com seu amor "- ele cita oque ler no celular. - dormiu com ele?

Eu não podia mais hesitar, já tava na merda mesmo.

- dormi- afirmo e seu olhar de ódio era cada vez maior.

- você não sabe nem o histórico dele Mariana. Pois bem, vou citar para você- ele se aproxima- estelionato, tráfico de drogas, homicídio, extorsão e furto. Em meus 5 anos trabalhando com ele, nunca vi ele assumir uma mulher, ele é perverso Mariana! Ele usa elas e depois segui a vida. Ele é bandido!

- eu sei, eu errei- admito- não vai mas se repetir.

- não mesmo!- seu tom era de raiva- você vai voltar para sua casa! Eu sei que lá você não pode fazer literalmente nada, eu queria que você vivesse mas não assim.

- pai... eu vou morrer daqui alguns meses, então eu não quero que se preocupe comigo!- digo séria e ele desvia o olhar.

Eu sabia o quando estava doendo nele, mas infelizmente era a realidade.

- não me lembra disso Mariana, você não sabe como estou tentando esquecer isso....

- só quero que entenda que eu preciso viver, e aprender com meus erros, igual uma pessoa normal. Eu vou embora para Copacabana, mas não pense porque eu vou está lá, vai querer dizer que estou presa...

Vou em direção ao meu quarto arrumar minha mochila. Minha mãe já estava vindo me buscar.

Enquanto eu estava no carro, eu olhava a vista. A praia, ele realizou um desejo mais intenso que eu tinha, e sou grata por isso...

ATÉ UM DIA Onde histórias criam vida. Descubra agora