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Dulce Maria Saviñon

Chegamos na mansão e eu corri para o quarto das crianças. Meu salto fazia barulho nos degraus enquanto subia. Abri a porta e lá estavam os dois deitados, abraçados, e Margô ao lado da cama.

— Minha menina, que bom que você veio. A febre não abaixa ― disse Margô, preocupada.

Eles estavam com os olhos fechados, dormindo, mas queimando de febre.

— Tadinhos, Margô ― falei, triste. ― Vou acordá-los. ― Tirei os saltos, e as tiras se embolaram, quase me fazendo cair para trás.

O senhor Christopher me observava com um olhar engraçado. Subi na cama e me deitei atrás de Dante, abraçando sua cintura e de Nina ao mesmo tempo, então sussurrei em seus ouvidos:

— Boa noite, príncipe. boa noite, princesa. ― Eles abriram os olhos devagar, procurando a minha voz.

Meu coração se partiu em mil pedaços ao ver a expressão de Dante e Nina ao me verem. Mesmo com febre, eles se viraram e pularam em cima de mim.

— Calma, agora eu estou aqui. Vocês estão dodóis? ― Perguntei, afastando seus rostos do meu pescoço para poder vê-los melhor. ― Contem para tia Dul o que está acontecendo.

— Você foi embora, nos abandonou ― disse Nina, com tristeza.

— Tio Giovanni ligou para você, e você não atendeu ― só agora lembrei do meu celular, que estava dentro da bolsa.

— Eu não abandonei vocês, nunca faria isso. Só fui para casa. Precisava ver a minha irmã. Ela também sentiu falta de mim. Hoje era minha folga, eu voltaria segunda-feira ― tentei explicar.

— Você não atendeu a ligação ― abracei-os com mais força.

— O celular estava na bolsa, e eu estava em um lugar com muito barulho, então não ouvi tocar. Vocês me desculpam? ― Perguntei, e eles confirmaram com a cabeça. ― Eu prometo que, a partir de hoje, vou estar sempre com o celular por perto e vou atender. Se não conseguir na hora, eu retorno sempre que der, pode ser?

— Jura de dedinho? ― Nina perguntou.

— Juro de dedinho. ― Cruzamos os dedos.

Nos deitamos na cama novamente, e eu cobri minha perna que só agora percebi que estava para fora. Margô me olhava com felicidade, e o senhor Christopher apenas observava de longe.

Depois de um tempo, resolvemos dar um banho neles. A febre já estava abaixando. Margô desceu e preparou uma sopa. Eu consegui dar na boca deles, e eles comeram bem antes de deitarem novamente. Já era tarde quando a febre cessou, Margô disse para eu descer, comer alguma coisa e dormir. Ela ia dormir com as crianças e eu precisava trocar de roupa mesmo. O senhor Christopher havia saído do quarto quando a febre já estava controlada. Deveria estar em seu escritório.

Desci para a cozinha, ainda me sentindo alegre pelas tequilas que tinha tomado. Não estava com fome, então fui para o quarto e fechei a porta, encostando a cabeça nela.

Christopher estava realmente deslumbrante naquele terno hoje. Ele se controlou para não bater no cara, e eu pude ver a força que ele teve que fazer para conter sua raiva. Ele me defendeu. Quando presenciei aquela cena, fiquei assustada com o que aconteceu, mas logo em seguida, senti uma atração irresistível por aquele homem e admito que senti vontade de me entregar a ele sem pensar duas vezes.

Será que eu conseguiria confiar em um homem novamente? A ponto de me abrir completamente para ele?

A maneira como ele me olhava, eu sabia que ele também sentia algo. Enquanto eu não descubro se vou ter coragem de me entregar, posso usar e abusar de Alfredo.

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