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Dulce Maria Saviñon

A manhã foi muito animada e de um aprendizado enorme para nós três, eu, Dante e Nina.

Ficamos juntos até a chegada da professora e arrumamos o quarto que estava cheio de brinquedos espalhados por todos os lados. Judite disse que não precisava, que era função dela limpar, mas as crianças tinham que aprender a arrumar sua própria bagunça, juntar os brinquedos e arrumar a cama era o mínimo. Mesmo com empregadas.

O senhor Paulo me entregou o óleo que pedi hoje pela manhã. Passei nos cabelos de Nina e a mergulhei na banheira. Tirei todos os nós de seu cabelo e ela pediu duas tranças de princesa e ficou ainda mais linda do que já era.

Quando descemos já era hora das aulas. Deixei-os na biblioteca e segui para a cozinha.

Perguntei a Margô se poderíamos mexer no cardápio do almoço. Queria algo que as crianças realmente fossem comer. Carmem não gostou muito e disse que a senhora Alexandra não aprovaria, mas Margô informou que era ordem do senhor Christopher, então ela saiu da cozinha pisando forte e disse que iria fazer o almoço dos funcionários na casa auxiliar.

Definitivamente, ela não gosta de mim e ainda me acusou de bagunçar a despensa pela manhã, o que não era verdade, e eu não cairia em suas provocações.

Estava animada e fiz um almoço bem estilo brasileiro: arroz, feijão, carne de panela e salada de alface com tomate, beterraba e cenoura cortados em cubinhos bem pequeninos. A comida era simples, mas estava cheirando tão bem que o senhor Paulo chegou à porta com um sorriso largo quando me viu pilotando o fogão.

Não sei se eles iriam gostar de uma comida típica brasileira, mas fiz com muito amor.

Coloquei a mesa com a ajuda de Margô, que não saía do meu lado, e coloquei as travessas de comida na mesa para evitar que os funcionários ficassem entrando e saindo, atrapalhando a atenção das crianças durante o almoço.

Fiz questão de servir o prato das crianças. Coloquei o arroz em uma cumbuquinha redonda e depois moldei o arroz, fazendo um olho com duas ervilhas, uma boca com tomate e um nariz com cenoura. Fiz cabelinhos de alface no boneco e coloquei feijão de um lado e carne do outro. Ficou tão engraçadinho que até eu comeria. Servi suco de maracujá, pois hoje eles tirariam um cochilo à tarde. Margô colocou o prato do senhor Christopher na mesa, mas disse que ele nem sempre aparecia para o almoço.

As crianças vieram correndo ao final da aula e as levei para lavar as mãos, depois cada um se sentou em seu devido lugar.

— Que lindo, Dulcinha, olha o nariz dele, Dante! ― Nina disse, batendo palmas.

— Olha o cabelo, tá legal, mas eca, é verde! ― Dante reclamou, e antes que eu pudesse retrucar, o pai entrou na sala de jantar.

— Olha só, cheguei em boa hora? ― Christopher perguntou, abraçando Nina e, em seguida, Dante.

— Sim, papai, olha só o que tia Dul fez! ― Nina mostrou o seu prato toda animada.

— Quero saber se tem comida pra mim, porque estou com a fome de um hipopótamo. ― Giovanni disse, sentando ao lado de Dante.

— Tio Giovanni tem comida sim, a Dulcinha fez. ― Dante explicou.

— Sério? A Carmem deixou? ― Alfonso perguntou curioso, sentando ao lado de Nina.

Christopher já havia se sentado na ponta da mesa. Margô chegou atrás de mim, nem tinha visto ela sair.

— Ela não teve alternativa, e não ficou muito feliz, mas a Dul tirou de letra. ― Margô contou, colocando pratos para Alfonso e Giovanni.

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