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Christopher Uckermann

Dulce Maria estava comendo uma sopa feita por Christian, pois segundo Margô, ele não a deixou ficar no fogão e isso não agradou a Carmem, que não gostava de mais alguém mexendo em sua cozinha.

Dulce Maria passou os lençóis pelos seios e estava sentada encostada na cabeceira da cama, com a bandeja em seu colo. Mesmo com os cabelos bagunçados, sem maquiagem e um semblante cansado, ela continuava perfeita. Sentir o seu gosto, engolir seus gemidos era, de longe, a coisa mais prazerosa que já fiz com uma mulher. Ela superava todas as outras que passaram pela minha cama.

— Você se arrependeu? Quero dizer, depois do nosso primeiro encontro no banheiro? ― Dul perguntou enquanto levava uma colher à boca.

— Não, por que essa pergunta? ― Inquiri.

Ela abandonou a colher dentro do prato e pegou o copo de suco.

— Fiquei pensando nisso durante todo o tempo em que estive no cativeiro. Tive medo de morrer sem saber a verdade, sem te ver novamente. — Coloquei a bandeja no chão ao lado da cama, surpreso por ela ter passado tanto tempo angustiada.

Nunca me arrependeria de nada relacionado a ela.

— Você ficou o dia todo sumido. Esperei para te ver à noite e você nunca chegou. ― Ela terminou o suco e eu tirei a bandeja do seu colo, colocando-a no chão.

— Está acontecendo uma investigação na minha organização e precisei resolver algumas coisas. Passei o dia todo trabalhando. Cheguei em casa de madrugada e você estava dormindo com as crianças. Dei beijos em vocês, pensei em te tirar da cama e te levar para a minha, mas as crianças estavam grudadas em você e não tive coragem de acordá-las.

— Sério? ― Ela parecia surpresa.

— Sim, sério. Nunca me arrependeria de nada relacionado a você. Minha paz e minha felicidade vêm de você. Nosso destino é ficarmos juntos. ― Coloquei-a em meu colo, com uma perna de cada lado da minha cintura, de frente para mim.

Segurei seu rosto com as duas mãos para que ela olhasse nos meus olhos.

— Serei direto com você. Meu mundo é complicado, minha rotina é irregular. Não tenho horários nem dias fixos para nada. Os negócios lícitos e ilícitos ocupam meu tempo. Mas nos últimos dias, voltar para casa e te ver, mesmo que seja de longe, é a melhor parte do meu dia. ― Ela franzia as sobrancelhas e segurava meu rosto da mesma forma que eu segurava o dela.

— Há quanto tempo você me vê dessa forma?

— Não faz muito tempo, mas desde o primeiro dia eu reparei em você.

— Eu também reparei, até te dei um apelido. ― Dul soltou meu rosto e eu soltei o dela, então ela passou os braços pelo meu pescoço, com um semblante divertido.

— Ah, é? E qual seria? ― Perguntei, curioso.

— Senhor "Hugo". ― Ela sorriu.

— Não entendi, meu nome não tem nada a ver com Hugo! ― Respondi, achando graça.

— Tem sim, e muito. ― Ela insistiu.

— Me explique então, pequena.

— Você é o meu senhor... "Hugostoso". ― Olhei para ela, sem acreditar, e ambos explodimos em uma gargalhada gostosa, algo que não acontecia há muito tempo.

— Você é incrível, sabia? ― Falei, rindo, enquanto ela controlava sua risada, a mais linda que já ouvi. Ela se ajeitou no meu colo e me olhou séria.

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