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Christopher Uckermann

O peso do coldre era quase o dobro, todos os espaços onde eu poderia colocar armas estavam cheios. O coldre na perna continha minhas facas e adagas. Conferi o meu fuzil e a minha metralhadora semiautomática. Hoje, não queria usar disfarces. Queria voltar com minha camisa branca encharcada do líquido da vingança. O empresário respeitado e bem- sucedido ficaria em casa, pois a besta estava indo para as ruas. Que todos saiam da minha frente, pois eu passaria por cima de quem fosse necessário.

— Prontos? ― perguntou Romeo, girando sua faca karambit butterfly entre os dedos. Antes que pudéssemos responder, ouvimos o barulho da porta do galpão se abrir.

— Prontíssimas - Anahí e Madalena entraram segurando um fuzil e uma Glock cada uma.

Anahí portava o presente de Romeo. Ambas estavam vestidas com roupas pretas justas, cabelos presos em rabos de cavalo e coturnos. Não se importavam em esconder os coldres que também continham armas e facas nas costas e coxas. Giovanni suspirou alto, Alfonso não disse nada, Romeo rosnou alto e seguiu em direção à sua noiva.

— Pronta pra quê? Onde você pensa que vai? ― Romeo perguntou no limite de sua paciência.

— Haja cu para eu tomar nesse caralho! Quem você pensa que é para achar que te devo satisfação? ― ela perguntou apontando a Glock dourada que brilhava em sua mão em direção a Romeo.

— A porra do seu noivo, caralho! ― Cada palavra era um passo à frente que eles davam.

— FO-DA-SE! Você não manda em mim, nem quando eu me amarrar a você, seu pau no cu. Eu vou e pronto ― Mais um passo, eles estavam quase cara a cara.

— Você não tem treinamento suficiente para sair em uma caçada como essa. Não permito que você se coloque em risco ― mais um passo.

Alfonso percebeu um risco iminente que Romeo poderia correr e se colocou em posição de ataque.

— Tenho sim, se bobear mais do que esses soldadinhos de chumbo seus — Mais um passo.

— Você não vai, caralho! Eu já disse ― mais um passo.

Como em um jogo de tabuleiro, a próxima casa era de Anahí, e eles ficariam cara a cara.

— Não fode! Você está achando o quê? Que eu não sei me defender? ― Mais um passo.

Os ânimos estavam exaltados, mas ninguém se mexia para interferir. Eu conheço minha cunhada, ela pode ser um pouco agressiva.

— É isso que você quer ouvir? Sim, acho que pode se ferir ― Esse foi o último grito de Romeo antes do caos se instalar dentro do galpão.

Anahí colou o corpo em Romeo, respirando ofegante, apontou a arma em sua têmpora, sem um pingo de medo. Pressionou tão forte que a pele ao redor já estava ficando vermelha. Todos nos aproximamos, os soldados de Romeo já estavam em posição de ataque, os dois não piscavam.

— Annie, por favor, estamos aqui por Dul, vamos pensar nas nossas prioridades ― Madalena pediu, segurando o braço da amiga, que estava tenso.

— Talvez a minha prioridade seja ficar viúva antes do casamento. Você está insinuando que não sou capaz de me defender? ― falou sem piscar, direcionando seu olhar para Romeo e pressionando a Glock contra a sua cabeça, que permanecia imóvel.

Os dois pareciam dois pitbulls prestes a atacar.

— Não! Estou dizendo que se alguém lhe ferir, eu faço essa cidade explodir ― eles se encararam por alguns segundos.

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