Christopher Uckermann
O escritório da minha casa se tornou o segundo lugar mais frequentado por mim. Ou estou aqui ou no meu quarto. Não tenho uma vida além dessas paredes há exatamente 30 dias. Minha pequena não acorda, meus prisioneiros continuam adiando sua sentença. Estamos em uma rotina tranquila na mansão e chegamos à conclusão de que eu deveria voltar aos meus afazeres na máfia.
Concordo em fazer o que for possível aqui dentro da mansão, mas não saio mais de casa há um mês. O serviço externo está sendo liderado por Giovanni. Alfonso continua na empresa, fornecendo relatórios diários para mim. Giovanni conta com a ajuda de Christian, Anahí e Madalena. Todos concordam que não devo e não quero sair de perto de Dulce Maria e meus pequenos. A notícia sobre a caçada se espalhou e meu nome é evitado por todos. O medo se espalhou e a notícia de que sou cruel, impiedoso e lunático já chegou até mim, e quero que continue assim.
— Espero que tenha boas notícias ― perguntei a Giovanni com um olhar distante e claramente nervoso.
Ele entrou no escritório e foi direto para o bar.
— O que aconteceu? ― perguntei a Alfonso, que entrou em seguida e parou em frente à minha mesa.
Antes de me levantar, Giovanni me ofereceu um copo de uísque. Desde aquela noite, em que meus irmãos tiveram que interceder por mim, diminuí o consumo de uísque e cigarros. Mas aceitei desta vez, pois algo muito ruim estava por vir.
— Irmão, encontraram o rato traidor que havia fugido ― Alfonso começou a contar. Um sentimento de alívio me tomou, mas ainda havia outras coisas, posso sentir. — Ele está morto, assim como sua família. Ele tinha apenas filhos homens e todos estavam envolvidos em ligações com Roberto e aquele merda do Nikolai estava ajudando-os a se esconder ― continuou Alfonso.
O maldito russo. Eu queria resolver a situação pessoalmente, mas precisaria resolver isso à distância.
— E a esposa? ― questionei. Não pretendia matá-la, mas também não queria deixar pontas soltas. Já estava cansado desses imbecis na minha organização.
— A esposa morreu há um ano ― respondeu Giovanni, ainda em pé na minha frente ao lado de Alfonso, que também segurava um copo de uísque.
— Mas é só isso, não é? ― perguntei, virando meu uísque de uma vez.
— Não, não é, irmão ― respondeu Giovanni. Porra, eu já estava ficando inquieto.
— Seu pai foi quem encontrou os traidores e os matou durante o confronto, como um bom Don que sempre foi ― disse Alfonso com um olhar triste, e eu já sabia o que viria a seguir.
— Ele foi alvejado na barriga, tentaram de tudo, mas os médicos não conseguiram estancar a hemorragia. Sinto muito, irmão ― Giovanni estava com lágrimas nos olhos prestes a cair.
— Sinto muito, irmão ― Alfonso falou com a cabeça baixa.
Sim, eu também sentia, meus pais foram meus mentores, meu exemplo.
— Ele morreu com honra, como deve ser lembrado. Morreu lutando na linha de frente junto com seus soldados, à moda antiga, como ele gostava de falar ― abasteci nossos copos e me juntei aos meus irmãos.
— Ao meu pai, que morreu como um homem honrado ― estendi meu copo e eles me acompanharam, brindando à vida e à morte do meu pai, o Don da máfia italiana, meu exemplo.
— Eu sei que sua cabeça está cheia de problemas, mas você precisa assumir imediatamente ― alertou Alfonso, lembrando-me das minhas responsabilidades.
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Passione
RomansaChristopher Uckermann, um imponente empresário do setor de exportação marítima, é também um temido e implacável mafioso, ocupando o segundo posto na hierarquia da Máfia Italiana. Viúvo e pai dedicado de gêmeos de 4 anos, ele concentra sua vida em to...