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Christopher Uckermann

Após a conversa um tanto alterada no escritório, Anahí saiu para auxiliar Margô e me ajudar com as crianças, que já estavam fazendo perguntas com a demora de Dulce Maria. Elas eram muito diferentes, mas com qualidades iguais. Sempre prestativa, mesmo em um momento difícil para ela.

Christian e Madalena chegaram abatidos. Madalena juntou-se às mulheres na cozinha, e Christian nos seguiu para o escritório. Os soldados já estavam em ronda pela cidade. Nosso hacker não conseguiu rastrear o celular de Dulce Maria, pois estava desligado. Estávamos na esperança de conseguir alguma pista de qual galpão eles estavam, e se não conseguíssemos, eu iria bater de galpão em galpão até encontrá-la.

— Trouxe as imagens das câmeras do seu restaurante? ― Giovanni perguntou, aproximando-se.

Christian entregou um tablet para ele e sentou-se na cadeira em minha frente.

— Sim, mostra um homem com capuz, mas pelos trejeitos é Pablo sim. Dá para ver duas pessoas dentro do carro, e acho que dá para puxar a placa.

— Aposto uma garrafa de uísque que é uma placa falsa ― Romeo falou, com o celular no ouvido.

— As câmeras da rua a empresa disse que não encontrou. Vou ser direto com vocês, Anahí me disse que são da máfia. Vocês conseguem achá-la, não é? Pablo não pode ser tão esperto assim ― Christian perguntou, olhando para mim.

— Vamos trazê-la de volta, nem que eu tenha que queimar essa cidade. E ele não está sozinho, ele teve ajuda dos russos. O que você sabe sobre o pai dele?

— Apenas que ele é influente no Brasil, um advogado muito requisitado. Pelo que sabemos, ele é tão mau-caráter quanto o filho. Ele o apoia em tudo — Christian explicou, pensativo.

— Alguma coisa sobre a milícia brasileira? ― Alfonso perguntou.

— Não, só advogar para uns políticos duvidosos, nada além disso. Ele não compartilhava nada com a Dul. Pelo contrário, privava ela de tudo. Nós tínhamos que ligar para ela escondido, para vocês terem ideia ― Esse filho da puta ia sofrer em minhas mãos.

— Ele vai pagar por tudo, pode ficar tranquilo ― Afirmei, enchendo um copo de uísque e pegando um cigarro. O dia ia ser longo, pelo visto.

— Aliás, obrigado pelo que está fazendo pela Dul. Ela é como uma irmã para mim. Nós não iríamos conseguir achá-la sem vocês ― Eu que deveria agradecer a ele por ajudar a minha pequena a chegar até mim.

— Não me agradeça agora, só fique do meu lado quando ela descobrir sobre mim, te garanto que vou fazê-la feliz.

— Ficarei sim, só não deixe seu estilo de vida respingar nela, essa garota já sofreu de mais nessa vida.

— Vamos deixar de conversinha e passar um pente fino na cidade? Meus soldados não conseguiram achar o tal galpão ― Romeo falou, guardando o celular no bolso interno do paletó.

— Eu sei que não é o momento, e que ela não precisa ser defendida, muito pelo contrário. Mas tenho essas meninas como minhas irmãs, e espero que você não faça mal a Anahí, apesar de achar que é você quem vai ter dificuldades com ela ― Christian falou, juntando as sobrancelhas, e nós caímos na gargalhada.

Romeo estava se metendo em uma furada, isso sim.

— Eu admiro a sua coragem de me enfrentar, e obrigado pelo aviso. Vai ser interessante ter Anahí como minha ― Romeo terminou de falar, e meu celular tocou.

— Alô? ― Atendi imediatamente.

— Chefe, conseguimos rastrear um galpão na saída da cidade. Tudo indica que eles estão lá, há uma movimentação suspeita.

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