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Christopher Uckermann

Tomei um banho no quarto de hóspedes, não me deixaram entrar no quarto para ver a minha pequena. Queria bater nos soldados que Giovanni colocou para me impedir de entrar. Segundo ele, eu precisava me acalmar. O médico estava fazendo os procedimentos e verificando tudo o que era necessário para a recuperação da minha mulher. Eu entendi, mas não aceitei. Eu sei que Dulce Maria precisa do melhor de mim neste momento, mas não suporto essa distância.

A limpeza da casa já está em pleno andamento. Temos uma equipe de soldados especializados na remoção de sangue, corpos e tudo o que possa nos ligar a qualquer cena de crime. Não sei como será quando Dulce Maria acordar, porque ela vai acordar. Se ela não quiser ficar aqui, eu comprarei outra mansão para ela. Duas, três, quantas ela quiser. Meu propósito de vida será fazer minha pequena feliz.

Os três infelizes que machucaram minha esposa já estão no galpão de tortura, juntamente com Roberto e os soldados que tiveram a má sorte de ainda não morrerem. Eles estão sob os cuidados de Romeo e meus soldados, que já os deixaram amarrados, de pé e de braços, para sobreviverem com pão e água até que minha esposa acorde. A tortura deles começa hoje, tanto física quanto psicológica, que é a minha preferida. Roberto não me viu, não me ouviu. Sua mente projetará mil e uma cenas de como será o seu fim. A ordem é que ninguém pronuncie uma palavra para eles.

— Filho, como estão meus netos? ― meu pai me perguntou assim que entrei em meu escritório, um dos ambientes da casa que não foram afetados.

— Bem, dentro do possível. Estão com Margô e Madalena. ― segui para o bar em busca de uma boa dose para aliviar meus músculos.

Aquela desgraçada da Carmem dopou todos com sonífero em café, água, comida, tudo o que podia ser utilizado. Especialistas já testaram tudo que havia na casa, e mesmo assim mandei jogar tudo fora, todo e qualquer alimento que estivesse aqui. Margô não foi ferida, mas foi amarrada juntamente com Paulo. Ela já está tranquila com a situação. Para quem vive no nosso meio, situações como essas tornam-se um tanto mais fáceis de lidar.

— E a Ragazza? ― a pergunta foi feita com um tom de pesar em sua voz. ― Fiquei sabendo de tudo. Ela salvou meus netos. Tenho uma dívida eterna com essa moça. ― sua afirmação era verdadeira. Meu pai é um homem correto e vai me ajudar nesse momento.

— Sim, nós temos. E você pode começar a pagar sua dívida não criando problemas com a nova Sra. Uckermann.

— Você tem certeza disso? Não será fácil inseri-la em nossa organização. Nem todos vão aceitar, e uma guerra pode começar.

— A guerra já começou, papai, só o senhor ainda não percebeu. Vou lavar as ruas de Portugal e Itália com o sangue dos traidores que estão na organização, e os desgraçados que ousarem falar da minha mulher terão o mesmo destino. ― Virei uma dose de uísque, peguei outra e trouxe a garrafa para a minha mesa, acendi um cigarro, mesmo assim meus músculos não relaxaram. Eu precisava estar com minha mulher antes de tomar qualquer atitude.

— Eu te apoio, meu filho. Estarei ao seu lado sempre. ― Meu pai respondeu com sinceridade em seu olhar. ― Não me conformo em não ter percebido a traição de Roberto. Droga, ele é meu irmão. ― Ele se levantou e pegou um copo, servindo-se da minha garrafa.

— Você não teve culpa, tio. Ele era um manipulador. — Alfonso falou sobre o pai, e eu lembrei da missão que o mandei.

— Me perdoe, meu sobrinho. Eu deveria ter sido mais firme com ele. Assim você não teria sofrido tanto. ― Meu pai falou, segurando os dois lados do rosto de Alfonso.

— Não, meu tio. Tudo tinha que acontecer como tinha que acontecer, certo? ― Eles se abraçaram, e o silêncio tomou conta do escritório.

— Sua missão foi concluída? ― Perguntei, tragando meu cigarro, que queimava minha garganta com a fumaça. Eu estava apático e sem energia.

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