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Dulce Maria Saviñon

As luzes coloridas, o cheiro de bebidas misturado com cigarro, as pessoas lutando por um espaço para dançar, os drinks coloridos, shots de tequila e o som grave pulsante da música. Se não fosse por isso, não sei como conseguiria esquecer a traição que sofri. Uma noite brasileira em uma boate badalada, ao som de funk, é tudo que quero esta noite para esquecer Christopher.

A boate era incrível, com dois andares, pista de dança e um bar no andar de baixo. Na parte de cima, havia uma área VIP de um lado e camarotes do outro. Era um ambiente elegante e sensual, com muitas pessoas bonitas, homens e mulheres.

O público aqui era seleto, e Christian conseguiu ingressos para um camarote reservado para nós, por meio de um cliente do restaurante que trabalha como promoter aqui. Adorei a ideia, pois hoje teremos um DJ brasileiro tocando funk, e eu e as meninas vamos nos divertir muito.

Nada melhor do que dançar sem se preocupar com as pessoas nos observando, principalmente nós brasileiras, que adoramos mexer o corpo.

Eu estava usando um vestido tubinho vermelho, sandálias de tiras pretas, cabelo solto em ondas, maquiagem marcante e um batom vermelho sangue, combinando com a cor do vestido. Apesar de estar triste e magoada por dentro, eu me sentia incrível. Não quero me lembrar desta manhã.

O segurança liberou nossa entrada, e ao passarmos pela porta, o som grave arrepiou até os cabelos da minha nuca. O DJ estava a todo vapor, tocando um remix do "Mega" do Akon, feito pelo DJ Jonatas Felipe. Levantei a mão que Christian não estava segurando e comecei a mexer o corpo. Ele olhou para trás e me deu um sorriso satisfeito. As meninas vinham atrás de nós, de mãos dadas também. Fomos em direção às escadas e subimos para acessar o camarote.

"No baile de favela a tchuc, a tchuca brotou
Com as amigas perversa no mega embraçou se envolveu com os maloca de Sc
e com a raba ela enfeitiçou Não se a, não se assusta É só mexer o bumbum

Vai, vai, vai, vai, vai, vai, vai,"

Chegamos à grade de proteção do camarote e nem olhamos para os lados. Madá segurou minha cintura e Annie segurou a dela. Flexionamos os joelhos e começamos a rebolar ao som da batida, subindo e descendo. Eu coloquei a mão no joelho e comecei a rebolar.

Eu amava dançar funk, era o melhor ritmo. Christian apareceu segurando quatro shots de tequila. Eu queria me acabar hoje. Brindamos e viramos as bebidas de uma vez, sentindo o líquido queimar e relaxar meu corpo ao mesmo tempo.

Continuamos a dançar nós quatro dessa vez. Eu ficava de boca aberta vendo como Christian dançava bem. Já Madá, a Annie precisou dar algumas aulas para ela, mas ela dançava magnificamente bem.

O camarote tinha um bar só para nós, o que eu achei incrível. Não precisávamos descer para comprar bebidas, e eu nem queria ver o valor da conta depois. Madá pediu drinks para nós e eu escolhi um Gin com especiarias.

Estava animada até que vi quatro silhuetas conhecidas subindo as escadas. Não posso acreditar nisso. Que droga! Olhei para as meninas e Annie estava possuída pela raiva. Romeo estava com os rapazes e Christopher, que droga! Ele estava lindo, e ficava esfregando sua beleza na cara de todos nós meros mortais.

Ele era incrivelmente gostoso. Só de vê-lo, minha calcinha já estava molhada. Não posso ser tão safada a ponto de sentir tesão por um homem comprometido. Mas era sacanagem. Ele usava um jeans escuro com uma camisa de botão preta aberta até o peitoral, que eu já lambi várias vezes, e um paletó preto. O homem era divino. Ele foi direto cumprimentar Christian, que estava no bar.

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