Christopher Uckermann
A minha vida estava bem e, de repente, virou de cabeça para baixo! Em um instante, tinha Dulce Maria em meus braços; no outro, senti o vazio e a decepção em seu olhar. Ela estava magoada, machucada, e justamente por minha causa. Eu prometi que ela não passaria por isso, e agora precisava consertar essa situação.
Não era para ela descobrir sobre o falso noivado dessa forma. Eu tinha a esperança de apresentar Agatha apenas como minha protegida, quando tudo terminasse. Contava com a possibilidade de as duas se tornarem amigas e de ter o apoio de Madalena e Anahí para recomeçar com Agatha, que estava desconcertada com toda a situação.
Minha mãe sabe ser inconveniente quando quer. Segurei-me ao máximo para não revelar a verdade na cara dela: que Dulce Maria não é uma simples funcionária, ela é minha mulher, a futura dona dessa casa e já dona do meu coração. Lutei muito para tê-la em meus braços e não vou perdê-la agora.
Não vejo outra saída além de expor toda a verdade para minha mãe. Ela pode colocar todo o plano em risco ao contar para meu pai, mas vou correr o risco. Agatha precisa de uma aliada na Itália, e minha mãe pode ser essa aliada.
— Mãe sente-se. ― Ordenei que se sentasse à minha frente na mesa do meu escritório. Agatha estava em pé na porta, esperando ordens. ― Você também.
— O que vieram fazer aqui sem me avisar? Essas visitas sem aviso estão se tornando frequentes, e eu não estou gostando disso, mãe.
— Ouvi rumores sobre os seus novos amigos e achei estranho. Vim ver. Além disso, você precisa ver a sua noiva, que você abandonou na Itália no dia do noivado de vocês. Não te criei para ser um babaca, meu filho. ― Ela estava brava, e com razão.
Não era assim que se tratava uma dama, ainda mais uma noiva. Mas nós dois sabemos que não somos um casal.
— Mãe, escute com atenção e prometa ouvir tudo antes de expressar sua opinião. Promete? Posso confiar em você? ― Agatha me olhava com os olhos arregalados, querendo falar algo, mas, como foi bem treinada, as mulheres nunca interrompiam homens da máfia.
Por esse e outros motivos, nunca me casaria novamente com uma mulher da máfia. Amo ser desafiado todos os dias pela minha pequena.
— Deve ser um assunto muito sério para você querer compartilhar comigo, mas sim, prometo. ― Ela se ajeitou na cadeira. Levantei-me e servi um uísque, peguei um licor que sei que minha mãe gosta. Sei que é cedo, mas as circunstâncias não são boas.
— A senhora vai precisar? ― Perguntei, entregando-lhe o licor. Em seguida, virei-me para Agatha ― Aceita um licor também? ― Ela balançou a cabeça negativamente.
— Aceito um uísque, por favor. ― Respondeu, surpreendendo-me. Minha mãe olhou para ela, espantada.
— Não sabia que você bebia, querida, ainda mais uma bebida tão forte.— Agatha ficou sem graça, e eu a defendi.
— Uma mulher pode beber o que quiser, mamãe. Ou agora, na máfia, existem bebidas exclusivas para homens e mulheres? ― Mamãe arregalou os olhos para mim.
— Não foi isso que quis dizer. Desculpe, querida, se fui invasiva. Você pode beber o que quiser. Só achei estranho você ser tão novinha e já beber assim.
— Tem muita coisa sobre mim que a senhora não sabe. Vamos esclarecer algumas coisas, não é, Christopher? ― Agatha perguntou, olhando para mim enquanto eu lhe entregava seu copo com o líquido âmbar.
— Sim, vamos. Escute com atenção tudo o que eu vou lhe contar desde o início, e no fim você nos dirá se será nossa aliada ou não.
— Você está me assustando, meu filho. Comecem logo. ― E assim contei tudo desde o início.
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Passione
RomanceChristopher Uckermann, um imponente empresário do setor de exportação marítima, é também um temido e implacável mafioso, ocupando o segundo posto na hierarquia da Máfia Italiana. Viúvo e pai dedicado de gêmeos de 4 anos, ele concentra sua vida em to...