Dulce Maria Saviñon
— Para onde vamos, tia Dulcinha? ― Nina perguntou, olhando a paisagem fora do carro.
— Vamos tomar café em um lindo piquenique no parque, brincar e depois vamos almoçar e passar a tarde na minha casa. ― Contei nossos planos na esperança de animar as crianças e evitar que pedissem para voltar para a mansão.
Margô queria vir, mas os rapazes acharam melhor que ela ficasse para controlar qualquer problema que surgisse na mansão. Segundo Alfonso, Christopher estava trancado com sua mãe e noiva no escritório até o momento em que saímos, e ninguém falou com ele. Ou seja, ele não sabe que saímos com as crianças.
— Ebaaaaa! ― Dante gritou animado, batendo as mãozinhas no ar. Os dois estavam em suas cadeirinhas no carro, e eu estava no meio deles.
Alfonso e Giovanni estavam na frente. Havia mais três carros nos seguindo, um à nossa frente e dois atrás. Ouvi Giovanni ordenar uma vistoria nas redondezas do parque, e até um sniper estava em um dos prédios ao redor. Parecia coisa de filme, mas a segurança das crianças vinha em primeiro lugar. Estava nervosa com o que tinha acontecido, mas também por ser a primeira vez que saía com as crianças da mansão. Era muita responsabilidade.
— Tudo bem, Dul? ― Alfonso perguntou olhando para trás. Ele tinha um coldre embaixo do paletó e um ponto no ouvido, assim como Giovanni.
— Sim, estou. Aliás, vocês vão entrar em apuros por essa saída? ― Estava chateada com eles, mas não queria que brigassem por minha causa.
— Nada que uns socos no ringue não resolvam, não se preocupe. ― Giovanni brincou, como sempre.
Eu já os vi lutando no ringue e não é brincadeira.
— Vamos poder conhecer a sua casa, tia Dul? ― Dante perguntou, alheio à conversa dos adultos.
— Sim, príncipe, vocês vão. Estão animados para o nosso primeiro passeio juntos?
— Simmmmmm! ― responderam juntos, muito animados.
Mandei uma mensagem no grupo avisando dos planos do dia. Christian disse que iria lá para fazer o almoço para as crianças, e as meninas desmarcaram seus compromissos da tarde para poder ficar conosco em casa. Eu não poderia ter uma família melhor do que eles.
Chegamos ao parque e esperamos alguns minutos dentro do carro. Os rapazes desceram e conversaram um pouco com os seguranças que já estavam no local. As crianças já estavam agitadas, querendo sair do carro. Alfonso abriu a porta e elas saíram correndo na grama, felizes e pulando, como se nunca tivessem visto grama na vida.
Alfonso foi com elas e eu ajudei Giovanni a descarregar o porta-malas do carro. Abrimos a toalha que Margô nos enviou na grama, colocamos a cesta em cima e fomos arrumando as coisas. Nos sentamos e esperamos as crianças se cansarem para virem comer.
Giovanni pegou uma maçã e começou a falar.
— Agatha é uma boa menina... ― Eu o interrompi. Não queria sofrer mais nem falar sobre o assunto. Sentei, cruzando as pernas, e olhei para ele.
— Não quero falar sobre isso. Já me sinto culpada e baixa demais por ter sido amante e magoado uma mulher, ainda mais uma menina como ela. Vi a tristeza nos olhos dela e me senti um lixo. Por favor, não quero falar sobre isso. Estou péssima.
— Não se sinta assim. Lá na frente você vai entender o motivo disso tudo.
— O motivo de ter sido enganada e enganar outra mulher? Não, obrigada.
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Passione
RomanceChristopher Uckermann, um imponente empresário do setor de exportação marítima, é também um temido e implacável mafioso, ocupando o segundo posto na hierarquia da Máfia Italiana. Viúvo e pai dedicado de gêmeos de 4 anos, ele concentra sua vida em to...