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Christopher Uckermann

Acordei cedo com alguém batendo na porta. Meu humor já não era dos melhores pela manhã, acho que as crianças puxaram isso de mim. Só podia ser o Giovanni, só ele me irrita dessa forma. Estava apenas de cueca boxer, não me importei em vestir qualquer coisa.

— A menos que estejamos sendo atacados, nada justifica me acordar desse jeito. ― Disse no auge do meu mau humor.

— Primeiro, vá vestir uma roupa. Não preciso te ver pelado. Segundo, ainda não estamos sendo atacados, e terceiro, já estou acordado há muito tempo cuidando das suas coisas, então me agradeça e não me trate mal. Você fere os meus sentimentos. ― Giovanni tinha o péssimo hábito de acordar cedo e estar de bom humor.

— Por que você fala tanto de manhã, hein? O que você quer, droga? ― Perguntei voltando para o interior do meu quarto, e Giovanni me acompanhou fechando a porta.

— Precisamos ir à boate. Alfonso tem algo importante, e eu consegui as filmagens da rua. Parece que o russo estava rondando as meninas na saída. Vamos ver com quem ele conversou.

— Ótimo. E ele? Já sabemos quem é? ― Perguntei, indo ao closet pegar minha roupa.

— Ainda não, mas vamos identificá-lo hoje mesmo. Passei parte da manhã checando o histórico da sua nova babá, aliás. ― Falou, mudando de assunto repentinamente e chamando minha atenção. Como ele conseguia falar tanto a essas horas da manhã?

— Nova babá? A empresa mandou mais alguém? ― Perguntei curioso.

— Sim, mandaram hoje bem cedo. Já analisei as informações importantes. A pasta está pronta.

— A que horas você acordou? Ou nem dormiu? ― Sempre fico impressionado com sua rapidez.

— Acordei às 4h30, malhei e resolvi tudo que precisava. Ainda são 6h30 e se você se apressar, pegaremos um trânsito tranquilo. Pare de enrolar. ― Falou, saindo do quarto e me deixando boquiaberto.

Fui tomar um banho rápido, me troquei e passei pelo quarto das crianças para dar um beijo neles. Ainda estavam dormindo. Não gostava de sair antes que acordassem, mas havia coisas que eu precisava resolver logo, e não podia esperar, afinal, não tinham horário para acordar.

Desci as escadas e encontrei Margô que estava impecável como sempre. Ela me comunicou sobre a nova babá e eu informei que ela poderia lidar com ela da forma que achasse melhor, pois se o Giovanni já liberou sua entrada na mansão, é porque não encontrou nada de errado em suas referências. Também avisei que almoçaria com as crianças para compensar minha ausência no café da manhã e segui para o carro.

Giovanni já me aguardava em pé com a porta aberta. Entrei, e ele entrou em seguida, fechando a porta e me entregando a ficha da babá.

Ela era uma jovem de 24 anos, brasileira. Pela foto, dava para ver que era bonita. Estudou pedagogia no Brasil, mas não concluiu o curso. Está em Portugal há alguns dias e mora com a irmã e uma amiga. Sua referência pessoal é boa, sem antecedentes criminais e sem vínculo com cartéis ou outras máfias. Parece ser uma imigrante em busca do sonho de juntar dinheiro na Europa. Se ela fizer bem o trabalho dela, está ótimo para mim.

— Brasileira, hein? Nunca tivemos funcionárias brasileiras na casa. E bonita também. ― Giovanni falou, com segundas intenções.

— Nem pense em se aproximar dela. Se ela se der bem com as crianças, não quero problemas. Você está proibido de se envolver romanticamente com funcionárias da mansão. Ou você esqueceu do que aconteceu da última vez?

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