Christopher Uckermann
— Christopher, Christopher, porra, sou eu ― uma voz falava.
— Christopher, para, volta pra nós ― outra pessoa pedia.
— Christopher, ouça a minha voz, irmão. ― Eu parei por um instante para respirar.
Eu não sabia que precisava respirar até sentir a necessidade de ar em meus pulmões.
— Calma, irmão. Olha para mim, respira fundo, olha nos meus olhos. ― Minha visão estava embaçada pelas lágrimas, mas reconheci a voz de Giovanni.
Eu estava fraco, pouco me importava quem estava ali me vendo nesse estado. Eu mataria todos.
— Volta para nós, por favor ― Ouvi a voz de Madalena.
Olhei para o lado e vi as duas amigas ajoelhadas ao lado do corpo de Dulce Maria, estendido no chão. Romeo estava em cima dela, fazendo massagem cardíaca com as duas mãos, uma em cima da outra. O som da força que ele aplicava sobre o coração de Dulce Maria era alto, ele suava.
Quando o médico chegou acompanhado de Christian, jogando a maleta no chão, ele foi para cima da minha mulher e continuou a massagem.
Eu estava deitado com três pessoas me segurando. Giovanni estava sentado em minha barriga, segurando meu rosto, com as pernas prendendo meus braços no chão. Olhei para ele e ele viu em meus olhos que eu havia voltado à realidade.
— Irmão, calma, respira. Vou te soltar, tudo bem? Sua mulher ainda está viva. Estamos tentando reanimá-la, mas precisamos nos acalmar. Me garante que voltou a si? ― Apenas acenei com a cabeça.
Os soldados saíram de cima de mim. Eles estavam com os rostos sangrando, e um deles tinha o nariz quebrado. Giovanni estava com a boca e a sobrancelha machucadas.
— Calma, temos muito o que fazer ainda. Vou te soltar, mas você precisa estar bem para ajudar Dulce Maria. Me promete? ― Ele perguntou novamente.
— Sim, porra, me solte. Não sou criança. ― Falei nervoso. Queria ir até minha mulher. Ela estava viva.
— Não é criança, é um homem que precisou de quatro pessoas para te segurar e ainda assim machucou as quatro e a si mesmo. ― Sua voz era de pesar e repreensão ao mesmo tempo. ― Nunca te vi fora de si desse jeito. — Giovanni estava saindo de cima de mim.
Eu não me levantei, apenas me arrastei até o corpo da minha mulher e Romeo segurou meu ombro.
— Deixe o médico fazer o trabalho dele. Ela é sua pequena grande mulher, lembra? Ela é forte e vai sobreviver a isso também. ― Olhei para ele, que parecia exausto,
Eu precisava encontrar forças, ela merecia que eu fosse forte, meus filhos também.
— Ela voltou, me ajudem a colocá-la na cama ― Levantei-me e fui em direção a ela.
Peguei Dulce Maria no colo e ela parecia tão mais leve, tão frágil. Levei-a para o meu quarto, em frente ao quarto das crianças, e a deitei na cama, nossa cama.
— Preciso de espaço para examiná-la ― Antes que eu pudesse falar que ficaria, três enfermeiras que trabalhavam com ele entraram no quarto e foram em direção à minha mulher.— Não adianta o senhor ficar. Ela voltou a respirar, mas está desacordada. Preciso examiná-la e saber o que podemos fazer. Eu vou cuidar dela, prometo ― Não respondi, mas senti Giovanni e Christian me puxaram para fora do quarto. Ainda estava atordoado.
— Eu sei o que está sentindo, acredite, eu estou sentindo em dobro. Ela é uma parte minha. Mas temos que encontrar as crianças. Elas devem estar assustadas ― Anahí foi mais forte do que eu e me mostrou que sim, eu tinha mais dois corações batendo fora do peito, que também precisavam de mim.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Passione
RomanceChristopher Uckermann, um imponente empresário do setor de exportação marítima, é também um temido e implacável mafioso, ocupando o segundo posto na hierarquia da Máfia Italiana. Viúvo e pai dedicado de gêmeos de 4 anos, ele concentra sua vida em to...