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Christopher Uckermann

Ver Dulce Maria se diminuindo e sentindo-se incapaz despertou em mim um ódio multiplicado por aquele idiota do Pablo.

Ao longo dos anos, ele implantou em sua mente a ideia de que tudo era culpa dela, fazendo-a se sentir insuficiente para qualquer pessoa. Mas eu estava determinado a mostrar a ela o quão especial e forte ela era.

Essa mulher era uma verdadeira obra de arte, tão linda que eu não conseguia parar de admirá-la dormindo em meu peito, lembrando de como nossos corpos se encaixavam perfeitamente. Seus seios cabiam em minhas mãos de forma ideal, sua boceta depilada era a coisa mais linda que já havia visto, sua bunda grande e redonda me deixava sem fôlego. Seu cheiro, sua entrega, ela me quis e permitiu que eu a tocasse, foi a segunda coisa mais adolescente que fiz, depois de me masturbar ao observá-la secretamente.

Eu me tornava um bobo perto dela e não me importava com isso. Eu queria me perder dentro dela, fazer amor até que ambos esquecêssemos nossos nomes. Estava louco para provar o gosto dela, mas hoje não era o momento. Ela estava frágil e carente, e eu não queria que pensasse que eu estava aproveitando dela. Não iria tocá-la com desejo hoje, mas essa mulher era um furacão.

Precisava descer e encontrar os rapazes, eles tinham novidades. Precisava ver as crianças, que provavelmente estariam procurando por ela. No entanto, meu corpo não queria se afastar. Não queria que ela acordasse sozinha.

Eu vou caçar Pablo e eliminá-lo. Depois disso, vou resolver minha vida. Não quero ficar longe de Dulce Maria, e não vou permitir que isso aconteça. Já decidi. Eu a quero, e estou disposto a virar o mundo de cabeça para baixo, se for preciso.

— Hum, eu dormi de novo? ― Dulce Maria esfregou os olhos, ainda sonolenta.

Antes de dormir, dei a ela um remédio para dor de cabeça.

— Como um anjo. ― Dei um beijo em sua testa.

— Senhor Christopher, eu não queria... ― Interrompi-a. Não seria possível, depois do que tivemos, ela me chamar de senhor Christopher.

— Dulce Maria, não me chame de senhor, não agora, não depois do que vivemos. ― Ela se recostou na cabeceira da cama, cruzou as pernas e abaixou a cabeça.

— Se você quiser me mandar embora, eu vou entender. Isso não deveria ter acontecido. Somos patrão e funcionária. Meu Deus, que vergonha. Me desculpa. ― Suas bochechas estavam coradas de vergonha.

Quem ainda cora em 2024?

— Nunca peça desculpas por ter me dado tanto prazer. E eu não vou te afastar de mim. ― Ela me olhou surpresa e sorriu timidamente.

Eu a abracei, e suas costas repousaram em meu peito.

— Preciso sair desse quarto, as crianças devem estar me procurando. ― E estavam mesmo, aposto. Mas ela não poderia sair daqui sem me dizer exatamente o que aconteceu em sua vida.

— Sim, nós vamos. Mas eu preciso conversar com você, se estiver à vontade, claro. Não quero te forçar a nada, mas preciso tomar algumas providências. ― Ela pensou por um momento, se ajeitando em meu abraço, e começou a falar, me surpreendendo.

— Resolvi terminar o relacionamento. No primeiro ano de namoro, ele era um garoto lindo, estiloso e estudante de direito. Popular, amigo, divertido. Mas depois que fomos morar juntos, fiquei sem meu celular, não podia conversar com minha irmã, apenas perto dele no viva-voz. Tive que largar meu emprego e ele quase me fez desistir da minha bolsa de estudos na faculdade. A profissão que escolhi não era boa, segundo ele. Não podia conversar com ninguém, não tinha amigos, apenas Maite que me ajudava em segredo. Ele nunca me bateu, mas me humilhava, gritava e dizia que tudo de ruim que acontecia era minha culpa. Até mesmo a péssima nota dele no exame da OAB era culpa minha. O pai dele, um escroto, pensava o mesmo. Eu tirei meu passaporte escondido. Minha irmã, Madá e Christian queriam que eu viesse para cá de qualquer forma, mas eu queria juntar meu dinheiro e comprar minha passagem, sabe? ― Ela disse com lágrimas nos olhos, e eu me mantive calado, segurando sua mão e fazendo círculos com os polegares. — Até o dia em que o irmão da minha amiga estava na porta do campus nos chamando para jantar com a esposa grávida e a mãe dele. Ele me puxou para casa em silêncio, e quando chegamos lá...

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